Como fruto de discussões e aprendizados por dentro das novas mobilizações territoriais, no entendimento de que é possível trabalhar tecnologias de convivência com o semiárido, o agricultor familiar Ananias Martins Neto, residente na zona rural do município Gurjão, Cariri Oriental, vem desenvolvendo o processo de guardar ração via silos e sacos apropriados na conservação de alimentos para os períodos difíceis do ano. “O nosso trabalho aqui está bastante produtivo, estamos com um ano de inverno razoável, não tão bom, mas comparado aos anos passados está um ano bom, plantamos culturas como milho, capim sorgo, também a leucena, a moringa e, graças a Deus, a produção está sendo bastante boa”, explica o agricultor pecuarista ao dialogar com Stúdio Rural. “A gente já fazia, mas quando a gente iniciou um trabalho pegamos esses últimos anos de seca, mas está havendo inovação onde a gente está conseguindo guardar outras plantas nativas como o mata-pasto, como a maniçoba onde a gente moi e bota pra secar num calçadão numa lona e aí a gente tem conseguido armazenar bastante ração para os animais”, comemora.

Ananias explica que a seca de 2012 a 2017 fez com muitos agricultores repensem suas práticas para o verdadeiro processo de convivência com o semiárido. “Quem guarda tem sempre uma boa alimentação pra seus animais, pouca gente tem essa prática, ainda, mas eu acho que com esses anos de seca que se passou aí muita gente esse ano está inovando, está guardando. Tenho alguns vizinhos aqui que já começaram a guardar, gente que fez uns cursos aí de armazenamento de forragem e, graças a Deus, a gente esse ano está colhendo uns quatro hectares de forragem pra guardar”, comenta ao dialogar com Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo dizendo que estima quantitativo que fará no mínimo com que chegue no próximo inverno. “Talvez não chegue a usar essa ração toda, por conta da ração farta que temos esse ano, graças a Deus”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural