Desenvolvimento rural sustentável com processo de produção permanente é o que se inicia em solos às margens do rio paraíba, no Território Cariri Ocidental e Cariri Oriental paraibano a partir da passagem das águas da transposição do rio São Francisco.

A constatação se faz a partir de visitações feitas por Stúdio Rural a municípios daquelas microrregiões paraibanas, dialogando com lideranças da agricultura familiar locais, justificando que já são muitas famílias que estão desenvolvendo agricultura e pecuária familiar a partir da liberação por parte da ANA(Agência Nacional das Águas) e da AESA(Agência Executiva de Gestão das Águas) para que a agricultura e pecuária sejam desenvolvidas com uso das águas em áreas de meio hectare.

“Posso dizer, como sempre reafirmo nas oportunidades, que é uma mudança imensa que muitas pessoas ainda não estão conseguindo mensurar, termos atualmente entrado nos três meses finais do ano e ter águas correndo no rio Paraíba é uma mudança radical no setor de produção da criação, da própria população se servindo desta água para suas utilidades domésticas, então a transposição das águas do São Francisco passando em nossas comunidades e municípios é uma mudança fundamental que vem mudando até mesmo o clima gerando mudanças em nossa região”, explica o jovem agricultor Diógenes Fernandes Nascimento residente na comunidade Porteiras de São Domingo do Cariri.

“Registramos uma grande mudança em inúmeras unidades da produção que a Emater trabalha com um avanço de 70%, algumas famílias agricultoras que já utilizavam água do subsolo do lençol freático desse rio já usavam e já tínhamos uma pequena produção e com o advindo das águas do são Francisco aumentou ainda mais, o que fez com que desenvolvêssemos importantes eventos como intercâmbios mostrando como utilizar essa água de forma mais racional possível”, justifica o assessor técnico da Emater Paraíba, regional Serra Branco que trabalha no escritório local do município de Caraúbas, agrônomo Genilson Bezerra de Brito. Ele garante que atualmente as famílias já estão produzindo para alimentação própria, para venda em programas institucionais, espaços de vendas diretas ao consumidor e abastecendo mercados privados como o de Campina Grande. “Nosso produto já está chegando nos mercados, inclusive em parceria com o Casaco lá em Caraúbas a gente tem um espaço lá na feira, com a assistência da Emater, onde a agricultora dona Detinha junta a produção de alguns agricultores e faz a venda direto aos consumidores restes produtos das comunidades que já são beneficiadas com esta água do São Francisco”, explica Bezerra de Brito em contato com o público ouvinte Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo.

“Foi a maior riqueza que nós podemos receber na vida, hoje temos uma ensiladeira advindo do PROINF 2009 que não estava trabalhando e hoje ela não está parando mais, está trabalhando direto, inclusive até a enfardadeira, que vivia guardada, está tudo em funcionamento e isso é desenvolvimento para todo nosso lugar e pra toda a região”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Domingos do Cariri, Antônio Pereira Diniz. Ao dialogar com nossa equipe, ele garantiu que agricultores e pecuaristas da região já estão fazendo acentuados empreendimentos financeiros na produção agrícola e animal. “Estou vendo muitas pessoas comprando ovelhas de qualidade, cabras leiteiras, comprar vacas boas de leite, até de R$ 4 mil reais eu vi gente comprando animais porque entendem que agora vai dar certo arrumar o sustento de sua família através da produção do leite”, relata ao dialogar com Stúdio Rural.

“Nós fizemos capacitações agora com curso de três semanas para duas equipe. Uma equipe de técnicos agrícolas com 20 profissionais e outra equipe de 20 profissionais de engenheiros agrônomos, este pessoal está sendo capacitado justamente pra dar respostas e elaborar projetos, estando mais próximos a essas regiões que irão margear o canal da transposição, porque naturalmente na normalidade de chuvas essas regiões serão perímetros irrigados e nós por sermos assistência técnica oficial e pública seremos demandados e teremos que dar respostas e consequentemente partes deste produto serão para a alimentação das famílias, mas também para acessar os mercados institucionais, então eu creio que num futuro bem próximo teremos perímetros irrigados e com característica de agricultura familiar que estarão sendo utilizados e acessados junto aos programas de comercialização como PNAE E PAA”, explica o coordenador da Emater regional Campina Grande, agrônomo José Sales Alves Wanderley Júnior.

Ao dialogar com o público ouvinte Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo o coordenador Sales deixa a mensagem de que lutar, de forma organizada, é preciso. “Para os agricultores nós temos a mensagem de que tem sido um aprendizado, uma verdadeira dádiva do Senhor neste aprendizado que ele nos tem dado de como convivermos com a seca, nós tivemos vários aprendizados desde a redução de rebanhos, usar políticas públicas, estoques de alimentação para os animais, então o recado para os agricultores é esse, a missão é de estar sempre trabalhando num cenário confortável, mas sempre se preparando também para cenários adversos porque a seca vai acabar, mas logo, logo ela vai voltar, então ter mais resistência, trabalhar com culturas de resistências, estocar água, estocar forragens, manejar seu solo, não queimar, não desmatar, não usar venenos são ações gerais que a gente dar, buscando a diversidade dentro da agricultura familiar  e realizando atividades diversas de forma simultânea porque você aumenta a sua condição de ter sucesso”, explica Júnior Sales ao contatar nosso público ouvinte e chamando a atenção do público consumidor para que dê preferências aos produtos da agricultura familiar, inclusive daqueles agricultores e agricultoras que já estão produzindo agroecologicamente e ou em transição agroecológica.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural