Entidades e agricultores do Polo promovem debate com pré-candidatos pra discutir fortalecimento da agroecologia no território

SR230717aFamílias agricultoras e representações dos municípios do Território da Cidadania Borborema, através das entidades do Polo Sindical da Borborema que trabalham agricultura familiar agroecológica naquela microrregião, participaram de um encontro com pré-candidatos ao legislativo estadual e federal nas eleições 2018.

O evento aconteceu na manhã da última quinta-feira, 19 de julho, na sede do Polo da Borborema e AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, no município de Esperança, Brejo paraibano, e contou com participação de centenas de agricultores, agricultoras, lideranças, técnicos extensionistas, pesquisadores da Embrapa dentre outras com a meta de debater com os pré-candidatos e pré-candidatas políticas voltadas ao fortalecimento da agropecuária e meio ambiente naquele território e no estado da Paraíba. “Primeiramente eu gostaria de parabenizar o Polo Sindical, AS-PTA, os sindicatos, as instituições do Polo da Borborema que resolveram fazer um diálogo com os pré-candidatos a deputados federais e deputados estaduais que têm identidade, que têm relação com a agricultura familiar, com a reforma agrária e com a agroecologia, ou seja, isso é muito bom por ser feito antes do período das eleições e aí vamos ter oportunidade de ver quem realmente defende a reforma agrária, defende a agricultura familiar e defende a agroecologia, porque tem pessoas que ficam com um discurso, mas na prática é outro, e essa oportunidade de estar sempre à frente com agricultores, com pesquisadores, com extensionistas, com consumidores do Polo Sindical, é muito importante porque quem realmente tem compromisso vai assumir esse compromisso e chegando lá em João Pessoa, na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal, em Brasília, vai continuar assumindo esse compromisso”, explica o componente da Comissão Paraibana de Produção Orgânica(CPOrg) e pesquisador da Embrapa Algodão Campina Grande, Marenilson Batista da Silva, justificando que o perfil da bancada de deputados no estado e no federal está muito abaixo da realidade política para o progresso do estado e do país nos tempos modernos. “Primeiramente tem que ser uma pessoa, seja homem ou seja mulher, que seja aberta ao diálogo, seja aberta ao debate, não dá pra votar numa pessoa que não quer conversar, que não quer dialogar olho no olho, isso é um item fundamental. E com relação as coisas prática: tem que ser um defensor da reforma agrária, tem que ser defensor da agricultura familiar agroecológica, uma agricultura sem veneno, tem que ser contra a tudo que há de projetos que venha trazer mais veneno para o meio ambiente, tem que ser a favor da ampliação das compras governamentais a exemplo do PNAE, a exemplo do PAA, a exemplo das compras institucionais por vários órgãos e isso é fundamental, tem que ser a favor que as sementes sejam apropriadas pelos agricultores, tem que ser a favor que a pesquisa possa se aproximar cada vez mais da realidade da agricultura familiar, tem que ser a favor de uma assistência técnica pública que possa atender maior número de gente, seja através de políticas públicas a exemplo da Emater ou através das organizações não governamentais. É importante que haja fortalecimento tanto da pesquisa como da extensão e também de outro ponto que nós começamos enquanto secretário e que continua, mas é preciso avançar muito que se chama regularização fundiária”, explica Batista da Silva ao participar do Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo deste final de semana.

Componente do Polo Sindical da Borborema, Nelson Anacleto Pereira participou de nossos programas falando sobre o evento e sobre a luta travada ao longo de décadas pelas entidades da Borborema e da ASA Paraíba na busca de uma agricultura limpa e de um agricultor livre das amarras construídas pelo capital apoiado por deputados e senadores vinculados a esses segmentos que visam o negócio financeiro em detrimento da vida na agricultura associado ao mercado consumidor que é feito de pessoas. “Á nível de Congresso Nacional é uma lástima, é uma catástrofe, é uma decepção, e o resultado disso foi exatamente o golpe na democracia e esse golpe dado mais recentemente nos direitos dos trabalhadores e podemos avaliar o país que era antes e o país que é hoje.  Quando tiraram a presidente Dilma disseram que o Brasil ia melhorar, nós estamos vendo aí hoje a fome e a miséria voltando a campear, o custo de vida altíssimo, quer dizer, isso sem falar nas várias agressões aos direitos trabalhistas, terceirização, aquela PEC que precarizou políticas da educação, da saúde e segurança pública, tudo isso tem influído decisivamente na péssima qualidade de vida de nossa população”, explica Nelson durante amplo diálogo com nosso público ouvinte e garantindo que o setor organizado da agricultura familiar paraibana está qualificada para contribuir nas mudanças do quadro político e na qualidade dos candidatos e candidatas ao mostrar que a transformação em favor desse segmento não vêm de conglomerados e famílias que tradicionalmente têm vivido de se locupletar e favorecer os grupos que lhes financiam e as seus componentes familiares. “Nós estamos muito ativos aqui na região da Borborema em todos os aspectos e nós entendemos que precisamos ter políticas públicas direcionadas com mais eficácia e, mais que isso, queremos ter uma classe política comprometida com esse projeto de desenvolvimento com base na agroecologia. E mais, não é só isso, nós temos outras questões também que são de extrema importância para nós a exemplo a violência no campo, a violência a mulher, violências no campo que tiram os nossos agricultores do campo que fogem com medo da violência e seus filhos dificilmente haverão de voltar para continuar sua atuação como agricultor”, explica Nelson em amplo diálogo com Domingo Rural e Esperança no Campo.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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