Agricultores de Queimadas realizam feira agroecológica no Dia Mundial da Alimentação

Objetivando comemorar o Dia Mundial da Alimentação o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Queimadas em parceria com o Pólo Sindical da Borborema realizou um encontro de agricultoras e agricultores experimentadores na última quarta-feira, dia 16 de outubro, com uma feira que montada no Sindicato dos trabalhadores rurais.

O evento teve início às 08:00 horas da manhã e constou de uma feira com diversas bancas expositoras montadas quando foram expostos, vendidos e trocados sementes da paixão com as amplas variedades de sementes de milho, feijão, fava, quiabo, coentros, dentre outras variedades vegetais além da exposição, venda e troca de variedades animais como galinhas, ovos de galinhas de capoeiras entre outros produtos que contribuem para a construção da ampla diversidades de variedades animais e vegetais além de tecnologias que estão sendo utilizadas na agricultura familiar queimadense que vêm fazendo com seja possível a implantação da agroecologia na produção agrícola municipal queimadense.

Participante do evento, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, comentou que o evento cumpriu a meta de mostrar a riqueza da diversidade que o município de Queimadas tem na prática de fazer agricultura e pecuária. “A agricultura familiar é um ramo muito rico, nós que fazemos parte da agricultura familiar na economia familiar temos muitas experiências e a prova é que os agricultores familiares aqui de Queimadas dão sua contra-partida, mostrando para o mundo, não só para os agricultores de Queimadas, mas para o mundo inteiro que tem um rico conhecimento na área de produção, e cada vez mais que você vai observando você vai tomando conhecimento do tamanho da riqueza da agricultura familiar de todos os municípios, e Queimadas é muito rico a exemplo da produção de fava em que já é reconhecida em todo o mundo que Queimadas produz fava em quantidade e em qualidade”, explica dizendo que o seu município, Barra de Santana tem destaque na pecuária e que desde 2010 vem fazendo um trabalho no sentido de agregar valor a atividade com agregação de valores que se inicia na melhora da genética bovina, na agricultura da produção de milho, sorgo e outros produtos alimentícios além da agregação de valor no produto lácteo como forma de conquistar melhor remuneração no mercado.

Agricultora residente no sítio Castanho, Maria de Lourdes Barbosa da Silva disse da satisfação de ter exposto um conjunto de produtos plantados por ela e ao mesmo tempo mostra que, mesmo diante de um ano com limitações climáticas como foi 2013, ela produziu 51 sacas de feijão de arranca, cerca de 4 sacas de feijão macacar, 12 sacas de fava e tem expectativa de produção de 100 sacas de milho. “Gostei muito, eu venho sempre para as reuniões do sindicato e Anunciada me convidou pra esse evento hoje e disse que eu trouxesse meus produtos e minha história”.

Emanoel Dias é assessor da AS-PTA e Pólo Sindical, participou do encontro falando que esse trabalho é resultado da ação integrada desenvolvida pelos municípios do Pólo Sindical e das Entidades da Agricultura Familiar da Borborema que vem resgatando as tecnologias já historicamente trabalhadas pelas famílias que vão de suas técnicas e sementes que estão sendo aprimoradas e melhoradas dentro de uma lógica de preservação de suas bases que denominam de Sementes da Paixão. “O que esses agricultores estão trazendo e mostrando aqui é a expressão de que a agricultura familiar ocupa um papel importante na produção de alimentos, não só na produção, mas também no cuidar do meio ambiente, no cuidar do solo, da água e de toda a estrutura e acho que é de uma importância grande é saber que o que eles estão trazendo aqui hoje pra vender, pra trocar, pra dar é fruto de um conhecimento que já vem há muito tempo”, explica Dias ao dialogar com a equipe Stúdio Rural.

Assessor técnico da Emater, Wlademir Santos Araújo comentou ter sido um importante evento que reuniu o potencial da diversidade trabalhada no município e ao mesmo tempo revelou a necessidade de intensificar um trabalho de organização dos agricultores para que atingiu quantidades excedentes a segurança alimentar para que a partir de então possa-se desenvolver os mercados locais além de buscar preencher mercados como PNAE e PAA. “É muito importante para os agricultores, pra gente também que faz extensão rural, é muito importante a gente ver o desenvolvimento da transição agroecológica vendo a conscientização que eles estão tendo”, explica ao dialogar com Stúdio Rural, acrescentando que a Emater local estará realizando, no dia 24 deste mês, a 2ª Jornada de Inclusão Produtiva que envolverá as entidades da agricultura local e terá semelhante finalidade que é, por um lado mostrar o trabalho desenvolvido pela extensão rural e, por outro, mostrar o resultado desse trabalho além de prestar diversos serviços aos produtores e consumidores do meio rural e urbano daquele município.

José Carlos de Oliveira, Carlinhos é agricultor residente na comunidade Fazenda velha, participou do evento expondo e vendendo as variedades de favas trabalhadas por ele e família na comunidade e garantiu que o sindicato acertou com a realização do evento que ele espera que passe a ser realizado todos os anos como forma de comemorar o dia e ao mesmo tempo mostrar a diversidade de cultivos e os gradativos aumentos registrados. “Faço uma avaliação boa, positiva, o agricultor tem mais chance pra vender seus produtos, aliás, de apresentar o produto dele lucro na agricultura é uma iniciativa muito boa”.

Lourival Pereira Barbosa é também agricultor residente na comunidade Fazenda Nova, participou fazendo exposição de uma variedades com ênfase em produtos como quiabos verde mesmo no segundo meado de outubro e tomate orgânico dentre outras variedades agroecológicas. “Trouxe e vendi tudinho, fava verde, fava seca, quiabo, milho branco e só sobrou um quilo de feijão verde que por ser muito bom eu vou levando de volta”, comenta de forma brincalhona e fazendo importantes explicações de como tem feito para produzir agroecologicamente em terras de massapé do recanto do município. “Eu planto de tudo, eu planto quiabo, maxixe, o maxixe nasce e eu conservo, planto fava de cinco variedades, planto milho branco, milho vermelho, planto feijão macacar sempre verde, gosto muito também de plantar tomate de chão no campo que quando nasce eu mudo de local”, explica de forma comemorativa.

Já Severina da Silva Pereira, Silvinha, é agricultora residente na comunidade Maracajá e diretora do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas e, ao dialogar com Stúdio Rural, comentou ter sido evento eficiente por ter contado com participação das famílias agricultoras e ao mesmo tempo feito exposição de uma agricultura que produz e produz muito o que revela que essa produção limpa e de qualidade está sendo vendida nos mercados convencionais e que deverão, me breve, ser direcionada para um mercado agroecológico que está sendo projetado pelo sindicato em parceria com agricultores e entidades locais para aconteça em um dia da semana em rural central daquela cidade. “Vamos repetir esse evento e também é um ponta-pé pra fazer acontecer a feira agroecológica aqui de Queimadas porque está visto que esse pessoal tem esse potencial, então agora é organizar e começar a trabalhar”.

Presidente do sindicato daquela categoria, Maria Anunciada Flor Barbosa Morais comentou da importância do evento acontecido que surpreendeu pela sua rica variedade de produtos oriundos da agricultura familiar onde visitantes que estiveram presentes se surpreenderam sobre a ampla variedade de produtos e saberes a exemplo de produtos alimentícios produzidos e embalados sem o uso de corantes e conservantes e que são guardados para a alimentação da família durante fazes do ano e que podem ter produção ampliadas para o processo de venda nos mercados e nos programas governamentais que poderão comprar produtos com valor agregados a partir dos conhecimentos compartilhados pelos sindicato em parceria com as entidades do Pólo Sindical da Borborema juntos as famílias agricultoras agroecológicas e em transição para a agroecologia. “São frutos das oficinas que têm trazido ao conhecimento das agricultoras essas novas experiências de poder beneficiar os seus produtos, sejam frutas através das polpas, dos doces, dos sucos; as plantas medicinais através dos sabonetes e xampus e os demais produtos como os xaropes, as alcoolaturas e aí nós podemos perceber que a nossa agricultura familiar é uma agricultura rica de produtos e nós precisamos dar continuidade a essa agricultura de forma agroecológica como nós discutimos aqui no início do nosso evento que se iniciou com uma reflexão sobre o papel dos agricultores e agricultoras do nosso município na continuidade da agricultura familiar, agricultura essa que nos prezamos pela agriculturas de base agroecológica”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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