Na madrugada da última terça-feira(17), cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros movimentos, sindicatos e universitários ocuparam a fazenda de Santo André dos Anjicos, no município de Juripiranga, zona da mata paraibana.

Segundo a assessora de comunicação do MST na Paraíba, Marília Lucas, a área é estimada em 3.330 hectares, pleiteada apenas para o cultivo de cana-de-açúcar, faz parte do grupo de usinas Olho D’água e que no acampamento o clima é tenso pela presença de policiais, motoqueiros e o barulho de tiros para tentativa de intimidação dos militantes. “Este é o segundo dia de ações no Estado, ligadas as ações que ocorrem em todo Brasil neste mês, integradas à Jornada de Luta pela Reforma Agrária, organizada pela Via Campesina Internacional, que tem 17 de abril como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, quando foram brutalmente assassinados por policiais militares em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996”, informou Marília, em contato com Stúdio Rural, acrescentando que depois de 11 anos de um massacre de repercussão internacional, o país ainda não resolveu os problemas dos pobres do campo, que continuam sendo alvo da violência dos fazendeiros e da impunidade da justiça.

Na opinião do movimento, informou Marília Lucas, o Agronegócio, também posto em questão, não tem condições de levar o país ao desenvolvimento nem melhorar a condição de vida do povo do campo e da cidade. “Além de gerarem poucos empregos, mais de 10 vezes menos que a agricultura familiar, o agronegócio utiliza grandes extensões de terra para a monocultura para exportação, baseada em baixos salários, no uso intensivo de agrotóxicos e de sementes transgênicas”, argumenta a assessora da entidade, afirmando que, além disso, as atividades do Agronegócio desrespeitam as leis trabalhistas e ambientais, inclusive com a utilização de trabalho escravo.

No sertão, segundo Marília, continua acampada mais de 600 famílias que ocuparam na última-segunda-feira(16) terras próximas ao município de Piancó e Bonito de Santa Fé.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural