Produção agroecológica do algodão é tema de reunião em Campina Grande

Entidades de agricultores estiveram reunidas no auditório da Embrapa Algodão Campina Grande para discutir ações destinadas ao modelo de produção agroecológico para a região semi-árida nordestina, em evento que aconteceu na última segunda-feira(12) e que contou com a chefia e pesquisadores da Embrapa Algodão Campina Grande, Embrapa Transferência de Tecnologias escritório de Campina Grande, AS-PTA/ASA Brasil, Sindicatos de Trabalhadores Rurais da Paraíba e Ceará, CPT, Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário do Ceará, Esplar, Centro de Pesquisa e Assessoria dentre outras.

A reunião objetivou discutir ações relacionadas ao modelo de produção de algodão agroecológico e os perigos que os plantios de algodão transgênico podem oferecer a agricultura familiar de todo o semi-árido nordestino.

Para o chefe da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão, a unidade estará colaborando para o modelo de produção algodoeiro dando suporte nas políticas públicas onde serão construídos dois documentos, um sobre a produção de sementes agroecológicas com linter, á ser enviado ao Ministério da Agricultura para a liberação para os pequenos agricultores e outra sobre o que fazer para evitar cruzamento das culturas tradicionais com os produtos transgênicos e o envolvimento da transgenia dentro das populações agroecológicas porque, segundo ele, a lei permite só até no máximo 1% mas deve-se trabalhar para área de ampla pureza com o não cruzamento das plantações de algodão com práticas de barreiras vegetais, distanciamento de campo e pela utilização de sementes básicas certificadas produzidas por órgãos públicos credenciados como, por exemplo, a Embrapa.

Para o representante da AS-PTA/ASA Brasil, Luciano Silveira, a reunião representou um avanço porque cada reunião acontecida entre as entidades e o Centro Nacional do Algodão, objetivando alargar o diálogo, tem sido de expectativas diferentes, mas que pouco a pouco tem-se levado em consideração a pressão que a sociedade faz na busca de flexibilização por parte da Embrapa para a atuação no campo da pesquisa agroecológica que, para ele, ainda é um campo da ciência marginal no sistema de pesquisas nacional. “Mas a gente vê que cada momento desses a gente amplia mais o diálogo”, comemora Silveira.

Já o representante do governo do Ceará, responsável pelo Controle de Qualidade de Aquisição do Programa Aquisição de Sementes para a Agricultura Familiar, Marcos Vinicius Assunção, o encontro teve importância na medida em que se pensa um programa arrojado na produção de algodão para a agricultura familiar. “Assim fazendo a gente acredita que voltaremos a ser no Nordeste aquele pólo que foi de muito algodão para o semi-árido”, argumenta a representação cearense.

Para o representante da ONG Esplar da cidade Tauá-CE, Pedro Jorge, o encontro representou avanços concretos, sobretudo porque durante a reunião se conseguiu chegar a alguns consensos importantes explicitados claramente como pontos que a chefia geral da Embrapa Algodão vai apoiar como por exemplo a elaboração de um futuro projeto de pesquisas que contemple a produção de sementes agroecológicas e a definição de mecanismos que visem permitir a convivência entre o algodão agroecológico e a entrada de transgênico no semi-árido nordestino, além da elaboração e envio de documento ao Ministério da Agricultura em vários estados solicitando que o Ministério discuta com as organizações locais e as instituições relacionadas a produção de sementes na busca de flexibilização nas normas federais de produção de sementes, vendo a questão da semente deslintada como também a questão da produção em consórcios que não são em tese permitidas por lei.

Já para o gerente da Embrapa Transferência de Tecnologias, Heleno Alves de Freitas, esse é o terceiro encontro na busca de equilíbrio para a produção de pluma e de sementes numa perspectiva de organicidade, acrescentando que é papel da Embrapa, em parceria com as entidades, encontrar alternativas de pesquisas que contemple todos os seguimentos produtivos e, neste aspecto, a Embrapa abre as portas para discutir em igualdade de condição uma política pública de semente que contemple a agricultura familiar agroecológica para atender a todos os agricultores que desejem trabalhar essas sementes.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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