Representações paraibanas da ASA reúnem experiências para apresentar em encontro nacional de sementes

Representações de entidades de agricultores e agricultoras componentes da ASA Paraíba, Articulação no Semiárido Paraibano, estiveram reunidas na última sexta-feira(01/07), em Campina Grande, para discutir e planejar as ações práticas que serão apresentadas no II Encontro Nacional de Sementes(Clique e leia) que acontecerá da próxima quarta-feira(06/07) ao sexta-feira(08/07) em Maceió-AL, encontro que tem o papel de favorecer a articulação das organizações que vem trabalhando o manejo e conservação das sementes crioulas em todo o semiárido além de fazer reflexões sobre impactos negativos das legislações que interferem no trabalho das conservações das sementes tradicionais.

Segundo o representante da AS-PTA e componente da ASA, Emanoel Dias, da Paraíba participarão treze componentes de diversas microrregiões do estado que fazem parte da dinâmica da ASA Paraíba e que estarão apresentando, em Alagoas, duas experiências desenvolvidas pelas entidades aqui do Estado da Paraíba que são as experiências dos Guardiões e Missionários das sementes da Paixão(Clique e leia) e as experiências com pesquisas com campos de multiplicação de sementes crioulas(Clique e leia) também denominadas de sementes da paixão.

Dias informou que o encontro em Alagoas tem o objetivo de fazer uma ampla leitura da situação das sementes em nível nacional já que representações de governo e da pesquisa nacional estarão participando do evento e garante que a Paraíba estará apresentando experiências com pesquisas comparativas em campo entre sementes trazidas de governos e as sementes da agricultura familiar que mostram resultados positivos das sementes crioulas. “A experiência aqui da Paraíba prá lá vai ser inclusive uma devolução do encaminhamento e que hoje a gente já tem através dessa parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros e um projeto financiado com apoio do CNPq a gente fez aqui no estado nos últimos dois anos aproximadamente oito ensaios comparativos e mais de vinte campos de multiplicação de sementes. Então uma riqueza muito forte que envolveu aí uma pesquisa participativa com agricultores, agricultoras, lideranças, diversas organizações dos agricultores, a Universidade no campo lá de Bananeiras(Clique e leia), a própria Embrapa Algodão aqui em Campina Grande e todas essas organizações da ASA que sentaram, que refletiram e que ao longo da pesquisa foram constituindo, foram trazendo elementos pra qualificar a luz desse trabalho da agroecologia e também com o foco científico que é o que a gente precisava para também mostrar que as sementes da paixão os agricultores já defendiam, style=mso-spacerun: yes>  mas a pesquisa veio mostrar que a semente da paixão é uma semente resistente, semente cada vez mais adaptada e que traz segurança alimentar e autonomia ao povo do semiárido”, comenta Emanoel Dias ao dialogar com nossa equipe Stúdio Rural.

Aquele agrônomo lembrou que o primeiro encontro(Clique e leia) aconteceu no Estado da Paraíba de onde foi encaminhado que o encontro fique acontecendo a cada dois anos em um dos estados do semiárido brasileiro e que a Rede de Sementes da ASA quando pautou o primeiro evento style=mso-spacerun: yes>  foi justamente pelo conjunto das experiências em rede trabalhadas desde o ano de 1995 pelas organizações paraibanas a partir das diversas conquistas a exemplo da aceitação das sementes crioulas no PAA da Conab, a lei estadual de sementes em que garante a distribuição de sementes associado ao processo de formação dos agricultores e agricultoras além do conjunto definido de reuniões, encontros, festividades e discussões em diversas microrregiões. “Então acho que essa experiência aqui da Paraíba ela foi muito importante na concepção desse encontro, está sendo muito importante também na concepção desse segundo encontro, mas a gente já visualiza que outros estados do semiárido também estão com essa mesma dinâmica, não tão forte em rede como nós estamos aqui, mas fruto do primeiro encontro aconteceram diversos encontros aí por outros estados, por exemplo o caso da Bahia, de Alagoas, de Pernambuco, do Ceará e que são encontros fruto dessa própria dinâmica porque antes estávamos meios que isolados, estados sem dialogar com outros”, explica Dias dizendo que a tendência é de cada vez mais diálogos entre as experiências das ASAs de cada estado do semiárido.

Fortalecer o diálogo com os governos no sentido de desenvolver e fortalecer programas de compra dos produtos da agricultura familiar fazendo com que se evite a intervenção do atravessador no processo de compra e venda da diversidade produzida no campo é uma das metas almejada pelas organizações da agricultura familiar agroecológica. “Essa questão da comercialização no campo das sementes ainda é um grande entrave e é um entrave que a gente acredita que o governo estadual, inclusive aqui no Estado da Paraíba tem um papel importante nesse contexto. Porque? Se a gente tivesse uma forma de garantir que o governo absorvesse parte das sementes dos agricultores, das sementes da paixão que são distribuídas e direcionasse, seja para os bancos de sementes, seja para os estoques coletivos, a gente ia garantir renda para as famílias, a gente garantiria autonomia para as famílias e a gente ia garantir que esse material ele não saísse daquelas comunidades. Então o agricultor tem sua lavoura e ele tira parte pra guardar para o plantio do próximo ano, ele tira parte pra sua alimentação e tira parte para o mercado e essa parte que vai para o mercado ela não deixa de ser melhor ou menor do que o que ele deixa em casa, pelo contrário, ele tem que vender exatamente pra atender a necessidade da família. Então essa parte que sai para o mercado ela poderia justamente ser comprada ao invés de trazer sementes de fora, trazer semente pra atender aqui a própria dinâmica”, explica Dias dizendo acreditar que esse seja grande e importante desafio que só será destravado a partir das dinâmicas e mobilizações que serão empreendidas pelas organizações da agricultura familiar agroecológica.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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