Seca dizima rebanho em Bernardino Batista e desespera pecuaristas da região sertaneja da Paraíba

A seca na região do Sertão da Paraíba vem causando perplexidade na vida dos agricultores pecuaristas daquela região com a fome e a sede que vem atingindo o rebanho e causando acentuados prejuízos aos municípios de todo o regional Cajazeiras, alto Sertão.

Conforme relatos de diversos pecuaristas e lideranças do município de Bernardino Batista(62 quilômetros de Cajazeiras), o município já contabiliza diversas mortes na bovinocultura já que desde o mês de julho de 2023 a seca perdura com registros de chuvas poucos significativas em dias de janeiro que provocaram a brotação da semente da vegetação nativa com perdas quase que de imediato causando insegurança nos pecuaristas. “Hoje, com o período de estiagem, já tem sucumbido muitos animais aqui em Bernardino Batista, não só por falta de alimentos, mas também em razão da dificuldade hídrica em nossa região, o gado sofre com fome e também com sede, então eu gostaria de pedir um olhar solidário dos governantes para com os criadores aqui de Bernardino Batista e região. A gente sabe que o Estado tem o seu limite, mas que na medida do possível possa estar ajudando os criadores a manterem o rebanho entendendo que o rebanho, na maioria das vezes, é um bem que foi construído durante toda uma vida”, reivindica o pecuarista e ex-secretário de Agricultura de Bernardino Batista, Jone Kleber de Andrade. “Aqui nós estamos contabilizando perdas grandiosas na nossa economia, temos como exemplo o criador Laerte Farias que já perdeu quatro animais agora nesse período de estiagem, quatro vazas que deixaram os bezerros sem mãe sendo criados enjeitados”, lamenta Jone acrescentando a realidade atinja uma diversidade de municípios como Poço de Jose de Moura, Triunfo, Joca Claudino, Poço Dantas, Uiraúna, dentre muitos.

Ao dialogar com Stúdio Rural, o agricultor pecuarista Laerte Maia de Farias explicou que o momento é assustador porque já tem meses que as famílias camponesas estão comprando de tudo para manter o rebanho com a esperança de segurar a semente animal por entender que será uma tragédia perder por completo o rebanho e tentar repor no futuro. “Está difícil demais, estamos sem pasto, dinheiro pouco e cada dia piorando mais”, lamenta aquele agricultor pecuarista. “Pedimos socorro aos governantes, estamos no nosso limite e precisamos do socorro do Estado”, relata aquele produtor.

Atual secretário de Agricultura e pecuarista naquela municipalidade, Patrocínio Lisboa, Novinho Lisboa, explica que está difícil para cobrir a demanda e segurar o rebanho tendo que comprar alimentos nas lógicas de mercado e garante que sem a intervenção do Estado, os municípios não vão dar respostas aos problemas que só se avolumar na cadeia produtiva como um todo. “Nossa luta aqui é coletiva entre gestão pública e produtores rurais aqui de Bernardino Batista que vem passando por esse momento muito difícil porque os animais estão passando por muitas necessidades e a gente está fazendo um apelo para aos governos estadual e federal para que nos ajudem nesse momento difícil”, conclama Patrocínio Lisboa ao dialogar com Stúdio Rural.

Também produtor rural naquele município, Cirilo Neto explicou que a realidade é assustadora e requer ação imediata e mais permanente por parte dos governos já que a região é de serras o que demora o processo de recuperação futura das pastagens e lembra que os proprietários tentaram todas as formas para segurar o rebanho, mas estão no limite sem possibilidade de desfazer do rebanho a preços compatíveis o que impedirá a reposição no futuro.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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