Educação do Campo é tema de Seminário trabalhado por entidades e gestores no Território da Borborema

Representações da agricultura familiar nas dinâmicas de agroecologia do Território da Borborema, secretários e componentes de secretarias de educação de municípios daquele território e componentes da Universidade de Campina Grande, dentre outros, participaram do Seminário de Educação do Campo do Território da Borborema, evento que aconteceu no último dia 09, no Banco Mãe de Sementes, zona rural de Lagoa Seca.

O evento objetivou socializar experiências, debater o PRONACAMPO e construir, coletivamente, o Plano Territorial de Educação do Campo, fortalecendo a identidade camponesa, a educação contextualizada e as práticas agroecológicas para o fortalecimento da agricultura familiar.

Um tema em evidência, o Programa de Educação em Empreendedorismo Rural e Práticas Agrícolas Sustentáveis da UFCG PEASA foi trabalhado pelo coordenador Vicente de Paulo Albuquerque. “A nossa experiência na Universidade é o Programa Chamado PEASA, Programa de Estudos e Ações para o Semiárido, não vou me prender em todo o detalhe, mas a grosso modo é um programa da universidade que faz uma articulação interna na instituição de ensino federal e externa com parceiros e outras universidades, Embrapa, Instituto Nacional do Semiárido, Empaer, prefeituras, comunidades rurais, assentamentos rurais, articulando oportunidades de fazer a transposição dos conhecimentos no sentido duplo em que a gente faz transferência de conhecimento e também recebe muito mais em troca conhecimentos das comunidades que a gente beneficia” justifica Vicente Albuquerque ao iniciar diálogo expositivo detalhando as ações da universidade com ênfase no Programa de Educação em Empreendedorismo Rural e Práticas Agrícolas Sustentáveis com meta de fortalecer o processo de sucessão da juventude camponesa na agricultura familiar.

Práticas pedagógicas contextualizadas e a produção de materiais didáticos na escola do campo foi outro tema colocado em evidência como vitrine e experiência da Escola U.M.F.I.F.F. José Bonifácio Barbosa de Andrade, localizada no Distrito Pio X, numa ação trabalhada pele Prefeitura Municipal de Sumé, via Secretaria Municipal de Educação. “Essa escola que eu vou apresentar pra vocês é uma escola diferente que vai da Educação Infantil até os Anos Finais e Fundamental, ou seja, vai do Um até o Nono Ano, e os alunos dessa escola se identificam tanto enquanto escola no Campo lá no município de Sumé, Cariri Ocidental paraibano, que eles não gostam de ir pra escola e ficar duas horas no ônibus pra poder sair da sua comunidade pra ficar na zona urbana de sete da manhã até cinco da tarde e chegar em casa quase sete da noite, percebem que perdem tempo, perdem identidade, perdem raiz”, explica o expositor das ações, professor Alisson Clauber Mendes de Alencar, justificando que a meta da gestão municipal e dos educadores e gestores é avançar no sentido de fortalecer as ações da escola camponesa e da educação contextualizada denunciando a prática perversa do sistema no município que tinha 50 escolas num recente passado, contabiliza apenas três escolas camponesas na atualidade.

Cirandas da Borborema, numa dinâmica da construção do conhecimento a partir da Educação Contextualizada no Território da Borborema, foi outro tema evidenciado no evento apresentando experiências trabalhadas nos municípios que fazem parte das dinâmicas em agroecologia no Polo da Borborema.  “A gente vai falar um pouco do porque o Cirandas da Borborema e porque que nós, no Território da Borborema, junto a ASPTA, pensamos nesse projeto pensando nas crianças. Primeiro a gente entende que todo mundo fala que a criança está incluída no contexto de agricultura familiar, a gente acha que não, tratam crianças como que elas não trabalham, que não fazem nada, mas quando começamos a fazer um trabalho junto as famílias, com as mulheres, começamos a observar que as crianças fazem de tudo um pouco, quando pegam um ovo da galinha, colocam água numa planta, e aí vem o seu conhecimento, mas como que a gente vai fazer que essa criança não perca a sua identidade? E aí, partindo do conhecimento com a participação com as famílias, entendemos o processo das crianças e a gente começou a pensar lá em 2003 num processo de formação com essas crianças, mas não é algo que não fosse vinculado com a educação, que fosse construído junto com a educação do município”, inicia a componente do Polo da Borborema e diretora do STR de Queimadas, Ana Paulo Cândico,  durante apresentação coletiva do Cirandas.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

Compartilhe se gostou

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados como (obrigatório) devem ser preenchidos.

Newsletter

Através da nossa newsletter você ficar informado, o informativo do estudo rural já conta com mais de 20 mil inscritos, faça parte você também.

Back to Top