Com a meta de falar sobre as ações governamentais no tocante a educação para a juventude camponesa paraibana, sobre a importância de intensificar o programa de reforma agrária como instrumento de fazer com que a juventude tenha melhor acesso a terra citando como exemplo o crédito fundiário, evidenciar as ações da extensão rural paraibana e a realidade da violência no meio rural de Itabaiana e municípios daquele regional foi a tônica da participação do assessor técnico da Emater-PB regional Itabaiana, Antônio Jocemar da Silva(foto) no Programa Domingo Rural do dia 26 de julho último.

Participante do 1º Seminário Estadual de Educação Profissional e Tecnológica do Campo da Paraíba(Clique e leia) acontecido recentemente em Campina Grande, Jocemar avalia o evento e suas consequências e discorre sobre o trabalho que vem sendo feito pela extensão paraibana ao tempo em que fala sobre situações que já são tidas como entreve para o desenvolvimento no meio rural paraibano a exemplo do pouco recurso ao crédito da terra por parte da juventude interessada. “São eventos muito bons, porque estamos sentindo essa necessidade do campo e vendo que ainda há atraso no campo apesar das muitas iniciativas da Emater que já está há muitos anos no campo, mas a gente só não pode tudo e há uma demanda grande por conhecimentos já que novas realidades vão surgindo no campo com novos produtos e novos arranjos produtivos a exemplo da região de Itabaiana com uma agricultura em plena expansão, a piscicultura em tanque escavado e em tanque rede também em expansão, vemos com o projeto da transposição da água do Paraíba que vai chegando com novos arranjos produtivos e novas explorações, então o conhecimento é muito bem vindo para capacitar os jovens rural ou o agricultor para estarem realmente habilitados a trabalhar com essas novas demandas”, explica aquele assessor da extensão paraibana em diálogo com nosso público ouvinte.
Jocemar classifica o Pronatec como programa importante, mas garante que a experiência na regional Itabaiana ainda apresenta limitações do programa educacional camponês junto a extensão rural de toda aquela região. “Temos um trabalho nesta forma de capacitação, agora nossa preocupação é porque até agora a Emater já fez um levantamento das demandas 2013/2014 e até agora, das demandas que foram enviadas, nenhuma delas foram atendidas, então existe essa expectativa em que a gente faz esse levantamento de demandas, a gente chega junto as comunidades rurais e depois não é atendido e a gente fica numa situação de cobrança dos agricultores e gera uma certa dificuldade de divulgar”, relata.
Baseado em críticas feitas dentro do seminário sobre os entraves na aquisição da terra pela juventude camponesa, via programas de reforma agrária, Jocemar garante que esse é também entrave na regional Itabaiana quando as famílias vão em busca do crédito para aquisição da terra para exercer os conteúdos aprendidos nesses cursos e capacitações. “A colocação que foi feita aqui pelo representante da Fetag é justa, inclusive no último seminário da agricultura familiar foi levantado pela juventude rural e eu trabalhei num grupo onde os jovens colocaram muito abertamente essa necessidade dessa capacitação porque se os jovens não forem capacitados pra trabalhar dentro de suas áreas em suas comunidades ele vai sair e como está aí a discussão em que de repente isso se torne uma formação de mão de obra não para trabalhar na sua própria comunidade na questão da economia solidária, mas pode ser que esteja formando mão de obra para estar reproduzindo o modelo antigo pra trabalhar fora nas fazendas e etc.”.
Aquele assessor garante que a falta de segurança no meio rural associada as consequências da seca que perdura desde 2012 naquele regional é outro fator limitador da presença das famílias agricultoras no meio rural. “É algo difícil, ainda bem que existe uma política pública como o do Garantia Safra para o agricultor que está mais baixo na escala do tipo de produção e de renda e que se beneficia desse programa assim do Bolsa Família ou da aposentadoria dos pais, porque se não fosse isso a gente já estava vendo saques nas feiras, supermercados, prefeituras e, graças a Deus, existem esses programas sociais, mas realmente é situação muito difícil”.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural