
Assentamento em Barra de São Miguel comemora nove anos com famílias vivendo na terra e da terra
O assentamento da reforma agrária Novo Campo, no município de Barra de São Miguel, no Cariri Oriental paraibano completou nove anos com m
uitos motivos de comemoração e, para brindar o momento e avaliar a trajetória de organização e luta, as famílias e lideranças defensoras da causa da reforma agrária realizaram atividades festivas naquele área rural em evento que aconteceu no último dia 03.
Conforme a assessoria do deputado Frei Anastácio, a festa de aniversário contou com uma missa celebrada por aquele religioso, com com um almoço em comunidade e muito forró-pé-de-serra à noite.
Ao dialogar com nosso equipe, a assessoria daquele parlamentar explicou que a conquista da terra e efetivação do assentamento só foi possível graças ao empenho do agricultor José Alves de Sousa (Dede), que enviou uma carta ao então presidente no ano de 2014 explicando a existência da propriedade e um conjunto de irregularidades o que motivou a entrada do Incra na questão e os trâmites para a desapropriação da terra. “Eu enviei a carta em 2004. Um ano depois, o Incra na Paraíba foi acionado para fazer vistoria. No ano seguinte, em 2006, veio a desapropriação e imissão de posse. Foi muito emocionante, ver tudo aquilo acontecer a partir de uma carta que enviei. Jamais pensei que um presidente da república fosse dar atenção a uma carta enviada por um vaqueiro. Hoje, fico emocionado ao saber que uma simples carta mudou, para melhor, a vida de 23 famílias”, disse José Alves ao dialogar com a assessoria de Anastácio dizendo que as famílias têm motivos de sobra para comemorar.
A assessoria parlamentar de Anastácio detalhou o diálogo feito com Dedé. “José Alves era vaqueiro da fazenda e teve que lutar na justiça para conseguir o pagamento de direitos referentes há anos de trabalho. Depois que ganhou a causa na justiça, ele resolveu escrever a carta ao então presidente da república, relatando que a fazenda tinha 1.200 hectares, era improdutiva e devia muito a Sudene. Na carta, ele também disse que enquanto as terras estavam sem produzir, muitas famílias passavam fome sem ter onde trabalhar para retirar o sustento das famílias”, explica acrescentando que Dedé disse ter enviado a carta em 2004 o que provocou a realização da vistoria por parte do Incra-PB no ano seguinte e, em 2006, veio a desapropriação e imissão de posse. “O assentamento Novo Campo recebe assistência técnica da Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (Coonap), contratada pelo Incra/PB para coordenar todo processo de produção e criação de animais”, lembra aquela assessoria.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
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