
Articulação de Agroecologia afirma que, em poucas décadas, movimento em rede mudou panorama do semiárido
O conjunto das entidades que fazem parte das lutas por mobilizações, capacitações e convivência com o semiárido vem conseguindo mudar o panorama da região que envolve os municípios nordestinos nos estados e parte dos estados Minas Gerais e Espírito Santo.
Para o componente da ONG AS-PTA e coordenador do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia(ANA), Paulo Petersen, a sociedade moradora em toda a região aprendeu, ao longo das lutas organizadas, valorizar o processo de mobilização a partir da ‘organização em rede de entidades’ da agricultura familiar como forma de entender o processo de construção dos mecanismos de opressão por parte do grande capital que encontra nos mecanismos da política as formas de impor seus pacotes e tecnologias que atendem apenas os interesses desses conglomerados. “Rede é essa ideia e abertura para o aprendizado onde cada um tem o que ensinar e cada um tem o que aprender, nessa concepção de ação em rede é que nós estamos presentes até hoje cada vez mais fortalecendo uma concepção do que é que é a convivência com o semiárido”, explica Petersen fazendo um balanço do conjunto das ações empreendidas pela ASA Brasil desde o ano de 1993 a partir do conjunto das ações empreendidas na criação e desenvolvimento das tecnologias para e com as comunidades do semiárido brasileiro.
Durante evento pelos 52 anos da ONG Patac e participação no Domingo Rural, Petersen lembrou do conjunto de ações que são desenvolvidas e replicadas de entidades para entidades de estado por estados e enalteceu a dinâmica de conceitos práticos trabalhados em torno de um olhar crítico nas lutas contra o patriarcado, contra o racismo, contra LGBTfobia, dentre outras que se somam na criação e adoção de novas tecnologias sociais que dão demonstrativo claro de que não se discute agroecologia sem colocar em pauta esses temas tabus para a sociedade. “Hoje é uma compreensão de que foram afluentes que foram chegando, que foram fazendo com que nós fossemos compreendendo que a tecnologia social lá do Irmão Urbano(Patac) foi ganhando novos e novos significados, ao mesmo tempo em que esses movimentos feministas, movimentos antirracistas também estão aprendendo com a agroecologia, e nós estamos criando um movimento interseccional de diálogo com o conjunto da sociedade que, portanto, não é um assunto só camponês, é um entendimento que hoje essa nossa luta é uma luta do conjunto da sociedade”, explica ao afirmar que esse ano político será mias um ano de virada para os movimentos de resistência e resiliência na busca de construir o retalho consciente de nação. “Eu diria que o campo agroecológico com movimentos como a ASA, as ASAS estaduais, tem uma responsabilidade muito grande nesta virada nacional porque o que aconteceu no semiárido nos últimos 20 anos foi uma mudança completa, não só na vida material das pessoas, mas na forma de ver o futuro”, explica aquela liderança.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
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