O governador João Azevedo e seus auxiliares visitaram o Reassentamento Agrovila Águas de Acauã, no município de Itatuba, Agreste paraibano, na última sexta-feira, 12 de julho, momento em que percebeu de perto o processo de construção das 100 unidades habitacionais naquele coletivo de famílias agricultoras e ao mesmo tempo foi aos campos produtivos da agricultura familiar que trabalha alimentos e culturas de rendas complementares nas dinâmicas agroalimentares com a inclusão de culturas como algodão orgânico, gergelim, dentre outras.

Entrevistados na Rádio Stúdio Rural, as representações daquele coletivo das famílias agricultoras, Joelma Bezerra da Silva e Osvaldo Bernardo da Silva, detalham o conjunto das lutas empreendidas no campo político buscando conquistas, falam sobre entreves vividos por centenas de famílias vítimas da construção da Barragem de Acauã, sobre as dinâmicas trabalhadas na produção de gêneros alimentícios em agroecologia por parte do coletivo da agrovila, além de evidenciar perspectivas de futuro baseadas no conjunto da luta organizada pelo MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens, em parceria com a UFCG, dentre outras. (Clique e ouça Programa Notícias Agrícolas).

“Pra mim e pra nós que fazemos parte do Movimento é uma honra ter recebido o governador e é a realização de sonhos, de um um sonho em que há mais de 20 anos que a gente vem lutando pra conquistar e hoje ter a presença dele ali é sentir que o sonho da gente está sendo realizado naquela área, que vamos possuir um pedacinho de terra pra gente plantar, é uma felicidade pra todos nós”, explica a agriculto Joelma ao dialogar com Stúdio Rural acrescentando que após a construção da barragem tem sido um dilema na vida das centenas de famílias que tiveram suas comunidades, moradias, campos produtivos e ambientes de vida e espaços culturais cobertos pela barragem e hoje uma parte desse coletivo de vítimas conquistam reparos por parte do Estado paraibano. “A gente tinha onde a gente plantar, onde a gente criar, nós tínhamos nossa área e fomos pegos de surpresa e deslocados pra outra localidade que se tornou agora Vila Cajá que representa o antigo Cajá em que ficou tudo debaixo da água com as vidas destruídas”, reforça Joelma durante ampla entrevista.

“A gente aproveitou essa decisão dele de visitar a obra do Reassentamento Agrovila Águas de Acauã pra gente colocar dois pontos pra ele visitar, não apenas a estrutura física das casas, mas também a produção que é um conjunto de organização feita que é as casas, adutora que está sendo feita e quase pronta, então não tem sentido pra nós só as moradias, então a gente queria mostrar pra ele o potencial da agricultura familiar em produzir, antes mesmo de estar morando na agrovila, já que a nossa preocupação é ele conhecer o que está sendo feito com o apoio que a gente teve da Empaer, e a gente sabe das limitações da Empaer, a gente sabe que tem um grupo muito competente e comprometido com a agricultura familiar do estado da Paraíba, através do gerente da Empaer Paulo Emílio e seus técnicos que têm acompanhado muito bem”, explica Osvaldo ao comemorar a ampla mostra feita ao governador João Azevêdo detalhando a forma de como as famílias estão fazendo agricultura sustentável. “É isso que a gente quer mostrar que a saída da crise econômica e alimentar parte pelo acesso a terra, pra se ter uma ideia a gente começou em 2022 plantando um roçado agroecológico simbólico, em 2023 a gente fez já uma área de seis hectare produzindo quase cinco toneladas de algodão agroecológico e fora a diversidade que se tem com milho, feijão, fava, gergelim e agora em 2024 a gente está produzindo quase 20 hectares de algodão branco agroecológico e uma coisa importante é que a gente está fazendo a certificação desse algodão para que a gente possa chegar até outros países, inclusive os Estados Unidos”, reforça Osvaldo em entrevista.  (Clique e ouça Programa Notícias Agrícolas).

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
Fotos: Ígor