Mulheres de Quilombo de Boa Vista conhecem experiências de tecnologias sociais do Quilombo Senhor do Bomfim em Areia

Mulheres agricultoras do Quilombo Santa Rosa, no município de Boa Vista, Cariri Oriental paraibano, participaram de um intercâmbio no Quilombo Senhor do Bomfim em Areia, Brejo da Paraíba, com a meta de conhecer e trocar experiências naquele coletivo paraibano da agricultura familiar.

Conforme o mobilizador social Alex Barbosa, a tecnologia social de hortas comunitárias foi a principal atividade visitada pelas mulheres do Quilombo Santa Rosa ao visitar o Quilombo Senhor do Bomfim, lugar marcado pela resistência negra dos moradores daquela localidade. “O Quilombo Senhor do Bomfim está localizado em uma terra que antes abrigava um engenho. Com muita luta e resistência, hoje o território é reconhecido pela Fundação Palmares. Com a titulação da terra, os quilombolas hoje desenvolvem várias atividades e tecnologias sociais que fortalecem a organização da comunidade e geram renda e autonomia para as famílias, através das hortas comunitárias, criação de galinhas caipiras, plantio de bananeiras e laranjas das mais diversas variedades, maracujá, macaxeira, feijão, entre outros”, explica Alex, ao dialogar com Stúdio Rural, acrescentando que, dessa diversidade, eles garantem o alimento para a segurança alimentar e nutricional das famílias.

Conforme Alex, os alimentos produzidos pelos quilombolas também são comercializados nas feiras agroecológicas dos municípios vizinhos e na capital João Pessoa, em diversos pontos e feiras, e vendem para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Eles também criaram um restaurante rural, a casa de farinha e uma área de reserva florestal onde os visitantes podem fazer trilhas e conhecer melhor a biodiversidade da região” acrescenta Barbosa que tem ampla vivência no Coletivo Regional no Cariri e atua como secretário de Agricultura de Santo André, Cariri Oriental.

Ao visitar o quilombo, acrescenta aquela liderança, as mulheres do Quilombo Santa Rosa puderam aprender melhor sobre o trabalho da tecnologia social das hortas comunitárias e essa rica diversidade de produção de alimentos, traduzindo a opinião da agricultora Edilene Monteiro que classificou a visita como oportunidade de ‘Conhecer o quilombo e, desta forma, fortalecer o trabalho já implementado no Quilombo em Boa Vista, através da horta comunitária’. “Na nossa região, produzimos com um pingo de água. Há diferenças, mas o que nos une é nossa luta em defesa dos nossos territórios. E essa visita só foi possível porque tivemos o apoio da Fundação Banco do Brasil”, relatou Edilene em depoimento emocionante.

Outro depoimento marcante, explica Alex, veio da agricultora e quilombola Silvaneide Alves classificando como uma experiência muito produtiva em que, além de ver os alimentos produzidos, viram também frutas e outros alimentos em que se alimentaram da diversidade de produtos no restaurante local.

Quem também opinou sobre a experiência compartilhada foi a agricultora quilombola Josilene Monteiro classificando como importante modelo e referência para o movimento distribuído pelo interior do Estado. “Fomos bem recebidos, conhecer a história, a ancestralidade, a divisão do trabalho entre a família. Cada quilombo tem sua realidade, e conhecer essa experiência só fortalece nossa luta, deixando para nós muitos aprendizados”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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