Pela passagem do mês dos povos indígenas: Tabajaras visitam UEPB e escolas de Mogeiro e Campina Grande proferindo palestras

Um grupo indígena da Aldeia Gramame, pertencente à Tribo Tabajara, que está localizada na Região Sul da Paraíba, fez visitas e palestras a uma escola e creches no munícipio de Mogeiro, na manhã do último dia 8, logo em seguida o grupo se deslocou para Campina Grande, onde as mesmas atividades foram realizadas no mesmo dia, na Escola Estadual Senador Humberto Lucena. Já no dia 9 as atividades continuaram na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). As visitas e palestras ainda fazem parte das comemorações do mês dos Povos Indígenas.

A mobilização dos indígenas e a realização das atividades foram coordenadas pelo professor, indigenista e ativista social João Tavares da Silva Neto, enquanto isso, as palestras foram proferidas pelo Cacique Carlos Arapuã, líder da aldeia Gramame, as falas dele que tiveram como tema “A identidade do indígena com a terra e a territorialidade”, trouxeram reflexões sobre o ser indígena, o dia a dia dos povos originários e as lutas para manterem esses territórios intactos.

Em um dos trechos de sua fala nas palestras proferidas para um grande número de alunos, tanto em Mogeiro quanto em Campina Grande, o Cacique Carlos Arapuã, disse ser muito gratificante a atenção e o interesse dos estudantes em conhecerem a real história do indígena brasileiro. O Cacique disse ainda que o território indígena mantém a preservação do meio ambiente, onde a terra, a floresta e os rios são preservados, sendo assim, um ganho para todos, indígenas e não indígenas, mas disse que manter esses territórios intactos não tem sido tarefa fácil. “Vivemos em constante batalha para preservarmos a mãe terra e tudo de bom que ela nos oferece”, completou o Cacique Arapuã.

A professora de sociologia da UEPB, doutora Cristiane Nepomuceno, disse que a questão indígena é bem definida na Constituição Federal, quando o seu artigo 231, diz que a terra é fundamental para a pessoa indígena para garantir a sua sobrevivência sendo, dessa forma, imprescindível para manter a preservação dos recursos necessários para a reprodução cultural dos povos originários. A professora analisou que demarcar a terra indígena é pagar uma dívida histórica que essa nação tem com esses povos, garantindo assim a sobrevivência física e cultural do indígena.

Por sua vez, o professor Tavares Neto destacou que as comemorações, lutas e reflexões dos indígenas precisam ser feitas várias vezes ao ano para lembrar que os povos originários existem e quanto eles são importantes para o nosso país, país esse, que tem uma grande dívida com eles, pois ao longo da história os massacrou e os exterminou. “Este ano, já tivemos em Brasília o Acampamento Terra Livre (ATL), que discute nas bases, em centenas de municípios brasileiros e as leis ora vigentes, é preciso estar sempre mostrando à população que os indígenas vêm sendo injustiçados e o livro didático continua nos devendo, à medida que não afirma ter sido uma invasão e um genocídio proposital ao povo brasileiro”, avaliou Tavares Neto.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural / jornalista Josinaldo Neves

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