Resíduo da uva processada para vinho é transformado em produto forrageiro

Pesquisas realizadas na Embrapa, em Petrolina, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em conjunto com as universidades federais da Bahia e Paraíba, e as vinícolas Santa Maria, Garziera e Milano, identificaram qualidades forrageiras nas sobras das uvas processadas na indústria de vinho.

A informação foi repassada pelo assessor de comunicação da Embrapa Semi-árido, Marcelino Ribeiro, dando conta que para o coordenador do estudo, Gherman Garcia Leal Araújo, da Embrapa Semi-Árido, considera que, embora seja resíduo, este material deve ser valorizado como um co-produto da indústria vinícola e do negócio agrícola da ovinocultura. As boas propriedades nutricionais, que o qualificam como um alimento volumoso para compor dietas completas, aliado a uma oferta que pode ser estável ou até crescente devido à expansão das vinícolas, devem tornar mais freqüente o uso desse co-produto nas roças de agricultores, prevê o pesquisador. “Nos testes realizados no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Semi-Árido por alunos dos cursos de pós-graduação das universidades federais da Bahia e Pernambuco sob a orientação de Gherman, o co-produto administrado nas dietas misturados em quantidades iguais a três fontes de alimentos como grãos de milho, raspa de mandioca e farelo de palma, resultaram em aumentos de pesos diários dos animai”, informa Ribeiro.

“Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, Daniel Ribeiro Menezes explica que em termos nutricionais, o co-produto tem características de alimento volumoso”, justifica Ribeiro, acrescentando que para o criador tirar mais proveito da suas propriedades forrageiras, o ideal é fornecer aos animais combinado a fontes com qualidades forrageiras mais protéicas.

Ribeiro informou que na agroindústria do vinho cerca de 40% da uva processada se transforma em resíduo, que no submédio São Francisco, onde existem em operação sete delas, são mais de 3.360 t de material por safra, que podem ser transformados em alimentos para ovinos e que atualmente, parte deste material é utilizado na adubação dos parreirais e parte é queimado e que a ampliação das áreas de cultivo e da capacidade de processamento das vinícolas irão elevar a quantidade dos resíduos na região. “Segundo Gherman o destino forrageiro para o resíduo vai aportar nutrientes para os animais, em especial nos períodos de maior escassez de forragem na região”, diz Marcelino, lembrando que o uso desse resíduo é uma maneira de reciclar seus nutrientes e pode ser um importante fator de redução de custos de produção para a indústria vinícola.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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