
Retalhos de recursos pra agricultura familiar por governo é tema em debate no Território Cariri Oriental
Representações da Agricultura Familiar, componentes do Fórum de Desenvolvimento Rural Sustentável do Cariri Oriental, voltaram a debater o papel da Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido e a importância da pasta conquistar sua autonomia dos recursos destinados ao desenvolvimento da agricultura familiar do Estado.
O tema foi trabalhado na plenária territorial realizada no último dia 10, foi evidenciado no Programa Domingo Rural e Notícias Agrícolas, e contou com participação de representações dos 15 municípios componentes daquele coletivo a exemplo de Caturité, Barra de Santana, Alcantil, Barra de São Miguel, Riacho de Santo Antônio, Santo André, Boqueirão, Cabaceiras, São Domingos do Cariri, Caraúbas dentre outros.
“Eu acho muito complicado a gente discutir, principalmente essa questão das sementes dos agricultores, porque infelizmente a Secretaria de Agricultura Familiar não tem recursos pra executar esse programa, é lamentável a gente ter uma secretaria da agricultura familiar que ela não tem recursos para implementar os programas, então acho que a gente tem que bater agora na tecla para que os recursos go governo do estado que são gastos com a agricultora familiar sejam locados dentro da secretaria da agricultura familiar, e não na SEDAP, porque quem faz a compra dessas sementes é a SEDAP, então nosso companheiro Bivar, enquanto secretário, vai ter que estar batendo com o pires na mão na SEDAP”, explica o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, cobrando imediata atitude do território na resolução desses problemas.
“O que foi questionado na última reunião territorial do Cariri Oriental foi com relação aos recursos oriundos da Secretaria de Agricultura do Estado, a SEDAP, com relação à Secretaria de Agricultura Familiar, o que notamos é que não existe um recurso direcionado para a secretaria de agricultura familiar, tudo tem que passar pela SEDAP, na nossa opinião de território de convivência com o semiárido os recursos deveriam ser distribuídos para cada secretaria, o que for voltado para o agricultor familiar, vir pela secretaria de agricultura familiar, e também as questões voltadas para o setor da agricultura ou agropecuária do estado de forma convencional esse recurso vir pela SEDAP”, explica o coordenador do Território Cariri, Krísteny Chaves Leite em diálogo com o público ouvinte Stúdio Rural.
“Esse debate sobre a destinação dos recursos orçamentários para a agricultura no estado é um debate que beira, desculpem a expressão, ao ridículo, o Estado da Paraíba é um estado com 86% do seu território em território semiárido, nesse território semiárido 90% da agricultura é da agricultura familiar. O ex-governador Ricardo Coutinho criou a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, então nada mais óbvio de que essa secretaria deve ter um orçamento próprio, e eu vou ser bem sincero, um orçamento prioritário do estado da Paraíba nos negócios da agricultura, e eu explico porque: a agricultura empresarial que recebe créditos direto do sistema financeiro brasileiro precisa muito menos da ajuda pública, do dinheiro público do que a agricultura familiar”, explica o professor da UFPB, nativo morador daquele território e componente do fórum, José Jonas Duarte, acrescentando ser esse um debate que precisa ser urgente e permanentemente enfrentado. “Não é possível, não pode ser mais aceitável que a agricultura empresarial angarie recursos do setor público pra gerir a agricultura familiar, é óbvio que os recursos destinados para as atividades de apoio a agricultura familiar devem ser destinados, imediatamente, sem intermediação de ninguém, para a agricultura familiar”, detona Jonas ao dialogar com nosso público ouvinte.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
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