Sindicatos rurais paraibanos contestam ausências do governador, parlamentares e ministro defendendo celeridade na regularização fundiária paraibana

Representações dos sindicatos dos trabalhadores rurais das diversas regiões paraibanas marcaram ampla presença na plenária da Fetag/PB, na última quarta-feira(29), e jogaram duro no espaço do evento destinado para a participação dos diretores sindicais dentro do Encontro Estadual de regularização fundiária promovido por aquela entidade.

“A gente veio no objetivo de unir forças para que fortaleça essa questão do projeto de regularização fundiária, como infelizmente tem alguns órgãos do governo presentes e estamos vendo aí algumas dificuldades que é normal, mas que a gente, enquanto movimento sindical, temos que cobrar e reivindicar porque é um direito nosso, não só nosso, mas da categoria do movimento sindical e de todo o trabalhador rural, então é um momento muito bom enquanto pontapé inicial para que a regularização fique cada vez mais fortalecida” explica o presidente do STR de Camalaú, Eduardo Bernardo da Silva, argumentando ter vindo de muito longe em busca de melhores resultados e verdadeiramente positivos. “É que a gente se desloca e passa necessidade, muitas vezes, pra chegar aqui e ouvir a mesma conversa, ouvir os órgãos se desviando achando que a gente não vai perceber, mas é uma coisa que a gente tem que lutar”, alfineta.

“A agricultura não merece essa lentidão, a gente percebe que o programa lá no município de Queimadas, por exemplo, começou desde 2018, já estamos em 2024, deu uma andada boa, foram entregues alguns títulos, alguns domínios, está em processo de documentação em cartório, mas ainda tem muita documentação pra se terminar pela justificativa de falta de recursos e é exatamente isso que a gente está tentando conversar junto aos nossos representantes, que pensem no nosso povo que é quem está sofrendo com a ausência das políticas públicas, até porque já passamos por momentos muito difíceis e a gente está buscando construir isso agora, mas pra se reconstruir precisa de nossas terras georreferenciadas e legalizadas”, justifica a diretora do STR Queimadas, Ana Paula Cândico em diálogo com nosso público ouvinte Stúdio Rural.

“A ausência é muito ruim porque é da produção desses agricultores e agricultoras que essas pessoas se alimentam, por exemplo no território da Borborema, no Polo Sindical nós temos uma produção de alimentos agroecológicos, nós temos várias feiras, quitandas agroecológicas produzindo alimentos de qualidade, então é assim: quando não estão essas pessoas aqui é como se a gente não fosse de verdade valorizado, como se a gente não tivesse nossa identidade, nossa autonomia e nosso trabalho respeitado. Então eu deixo aqui um recado: senhor deputado, senhor senador, senhor governador o senhor deveria estar neste momento aqui pra estar escutando uma classe que votou, que elegeu quem está aí no poder, e hoje, infelizmente, dá as costas e isso é muito ruim porque as eleições acontecem sempre de quatro em quatro anos”, acende o alerta a tesoureira do STR Lagoa Seca, Fabiana de Souza Alvarenga também em contato com nossa equipe.

“O ponto mais forte do encontro foi o debate que foi promovido depois das apresentações das falas das instituições e representações de governos em que o movimento sindical pôde expor as suas dificuldades, seus pontos de vista, mostrando alguns pontos de fragilidade e mostrando alguns pontos de avanços que temos dentro do próprio movimento para a questão da regularização fundiária”, explica Paulo Medeiros Barreto, presidente do STR de Barra de Santana, acrescentando que escritura pública faz a diferença na vida das famílias agricultoras quando na busca do acesso as diversas políticas públicas. “A falta da escritura já é um ponto que deixa o homem do campo inseguro porque em tudo ele precisa da documentação e se ele não tem documentação ele fica inseguro pra tudo que ele vai pleitear em projetos e mesmo quando ele parte desta vida ao deixar o bem em forma de sucessão pra filhos e herdeiros”, reforça Medeiros Barreto.

“A avaliação é de que a discussão foi muito boa e necessária, agora foi lamentável que nenhum deputado que foram convidados, insistentemente, e o próprio governador que não veio, como o ministro que também não veio, pra que é que existe ministro, pra que é que existem os deputados que se dizem defender os interesses do povo? desse jeito? Foi o que vimos, tivemos mais de quinhentas pessoas aqui presente, eu acho que merecia respeito daqueles que recebem o voto dizendo que vai defender os interesses do povo e do próprio governador do estado”, lamenta Liberalino Ferreira de Lucena, Caboclinho, presidente da Fetag, assegura que as lutas continuarão pra executar o Programa de Regularização de forma ampla e em tempos compatíveis. “O primeiro passo vai ser tentar uma audiência com o governador pra discutir lá, e, se não tiver jeito essa audiência, nós vamos fazer o que já fizemos na Assembleia, nós vamos pra lá, chamar os trabalhadores, não vamos com meia dúzia não, vamos chamar os trabalhadores e vamos para o Palácio”, detona Caboclinho durante entrevista ao Stúdio Rural.

O evento contou com representações de sindicatos dos trabalhadores rurais de todo o estado, representações da SEAFDS e órgãos do governo paraibano, representações do MDA na Paraíba, dentre outas, e apresentou debate expositivo sobre as dificuldades enfrentadas na base da agricultura familiar, no tocante ao reordenamento, e ações já empreendidas associadas as perspectivas do fortalecimento e celeridade nas ações já iniciadas e ou em andamento para a execução de um Programa de Reordenamento Agrário na agricultura familiar do estado da Paraíba.  Programa Notícias Agrícolas com entrevistas e detalhes do evento (Clique e ouça).

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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