Para Congresso reforma agrária só acontecerá com derrubada do Estado burguês

Manter alianças com partidos historicamente de direita em nome da governabilidade. Indicar quem esteve sempre ao lado do capital financeiro para administração do Banco Central do País. Aprovar o cultivo de transgênicos, apoiar o agronegócio, implementar reformas que tiram ou reduzem direitos trabalhistas e previdenciários. Ficar ao lado dos usineiros e até de interesses do governo Bush. O que cada um faria, caso o governo que elegeu adotasse tais políticas? O questionamento foi lançado a milhares de Sem Terra, no ginásio Nilson Nelson, na tarde desta terça-feira, segundo dia do Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Brasília.

As informações são da assessoria do Movimento, argumentando que durante o painel Conjuntura Política no Brasil, o dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro, fez a pergunta, antecipando uma análise do atual governo e lembrou da meta inicial de 500 mil famílias assentadas, questionando sobre o que realmente foi implementado, com apenas 85 mil famílias (menos de um quinto da meta) assentadas nos primeiros quatro anos de gestão, lembrando do pagamento dos altos juros para a aprovação do capital financeiro, em detrimento aos investimentos sociais.

Na arquibancada, informa a assessoria, o agricultor Domingos dos Santos anotava com atenção as idéias no caderninho. A gente elegeu um governo, mas ele deu continuidade ao grupo dos bancos, fortaleceu os capitalistas, analisou. Aos 50 anos, Domingos é estudante de um curso técnico em Saúde, no município de Vitória da Conquista (BA). Diz que terminou o primeiro grau e parou de estudar. O movimento me deu a condição de voltar, conta da própria revolução pessoal. Agora, quer trabalhar prevenindo doenças nas comunidades. E fazer parte de uma outra revolução, ainda maior. “A resposta ao questionamento, Gilmar jogou para cada um dos presentes. Ao mesmo tempo, alertou para o risco de se alimentar falsas expectativas e da necessidade de reação coletiva para qualquer mudança. Não tenhamos ilusões com nenhum Estado burguês. O que a gente precisa não vai vir de cima para baixo. Ou se luta, ou nada, reforçou”, explica..

A assessoria argumenta, ainda que “O chamado à ação veio com a crítica ao modo de produção capitalista, com conseqüências danosas para a classe trabalhadora, natureza e sociedade. Para Gilmar, a verdadeira Reforma Agrária só é possível com a derrubada do Estado burguês. No caminho, defendeu alianças com todas as organizações da classe trabalhadora e o fortalecimento das lutas internacionais. Os exemplos são do presente, como na resistência dos iraquianos, numa derrota gradativa aos Estados Unidos. Resistência em Chiapas (México), que se espalha na Venezuela, é vista entre os palestinos e faz parte da história cubana. Dessa disposição, Gilmar convida para o movimento seguir em frente: É necessário lutar, é possível vencer!. Chega arrepia uma fala dessas, comenta o cearense Márcio Ferreira”.

Fonte : MST – Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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