O diretor-presidente da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos – Claspar –, o agrônomo Valdir Izidoro Silveira, alertou para o perigo de a Syngenta retomar pesquisas com produtos transgênicos em sua fazenda, em Santa Tereza do Oeste. A propriedade foi ocupada por agricultores da Via Campesina, que saíram do local nesta semana. “A Syngenta deveria, em respeito a biodiversidade paranaense e a vocação agrícola de nosso Estado, utilizar a sua propriedade em Santa Helena do Oeste, como campo de experimento para aprimoramento da produção de orgânicos”, defendeu.

A fazenda está localizada no cinturão de proteção ecológica do Parque Nacional do Iguaçu. “Caso volte a ser utilizada como campo de provas para pesquisas com transgênicos, demonstrará que a multinacional suíça realmente quer fazer, no Paraná, o que nunca faria na cidade suíça de Basel, sede da empresa” afirmou Silveira. Para ele, a retomada de experiências com transgênicos naquele local pode ser encarada como uma afronta da Syngenta aos paranaenses. “Há risco efetivo de contaminação ambiental por mutações genéticas. Será uma situação perigosa para a nossa biodiversidade e também para a nossa produção agrícola convencional”, explicou.

O presidente da Claspar ressaltou que “a Syngenta pretendeu, ao desenvolver experimentos transgênicos, fazer daquela área um enclave suíço no território paranaense, uma espécie de usurpação de nossa soberania teritorial, apossando-se de um pedaço de nosso solo, onde prevalece apenas as decisões da multinacional, pouco se importando se os riscos de suas atividades causem prejuizos para o Paraná”.

A luta do Governo do Paraná pela paralização dos experimentos com transgênicos da Syngenta em território brasileiro recebeu apoio de cerca de 370 entidades civis do Brasil e do exterior.

Fonte : Governo do Paraná – Stúdio Rural / Programa Domingo Rural