Cariri Oriental poderá ter 50% da semente em 2010 oriunda da agricultura familiar

A semente do Programa Nacional de Sementes destinada a agricultura familiar do Cariri Oriental paraibano poderá ser trabalhada com apenas 50% produzida pela Embrapa e 50% oriunda da agricultura familiar através de compra feita pela Companhia Nacional de Abastecimento(Conab).

Isso é o que foi discutido em reunião do Fórum de Desenvolvimento Rural do Território do Cariri Oriental realizada na última sexta-feira(17) na cidade de Soledade onde as entidades de agricultores e os componentes territoriais discutiram a importância do Programa de Sementes que vem sendo desenvolvido pelo governo federal desde o ano de 2006 e que se destinada ás famílias de agricultores cadastrados no Seguro Safra. Durante esses três anos a semente foi produzida pela Embrapa Semi-árido de Petrolina-PE ficando para as entidades e governos locais a obrigação de transportar o produto e distribuir em cada município.

Para o agricultor familiar, Aldo César Albuquerque, residente no município de Santo André, a semente da Embrapa recebida pelas famílias agricultoras não são idéias para serem utilizadas em toda nossa região já que o milho mesmo sendo cultivar precoce produz pouca palha para os animais e o feijão pouca produtividade. Ele disse que a proposta das entidades do fórum em comprar máquinas selecionadoras é o melhor caminho já que vão possibilitar aos agricultores fazer a seleção de suas próprias sementes e construírem seus próprios bancos de sementes familiares, comunitários e ou municipais. Para ele outra alternativa de importância apontada no território foi a compra de tratores que possam servir para o corte de terras para os agricultores todos os anos. “Uma das coisas que ouvi falar aí e que é muito viável é a máquina de selecionar sementes, como todos nós sabemos o banco de sementes vai ser incentivado, vai ser melhorado nas regiões e a gente tem milho agora que é vendido barato e depois pega essa semente comprada cara de péssima qualidade, a gente com uma máquina de selecionar pode melhorar as sementes e produzir das nossas sementes o que há de melhor e pode com o excesso fazer ração, pode vender e a melhor guardar para produzir a nossa semente”, explica o agricultor.

O vice-prefeito da cidade de Soledade e componente do Fórum, José Bento Leite, disse que avanços importantes foram dados naquela reunião já que a autonomia dos agricultores na produção de sementes é primordial para a segurança regional e acredita que a produção de sementes sendo desenvolvidas pelas famílias de agricultores com o apoio dos governos representa importante ação já que a prática valorizará a produção e servirá de estímulo ao investimento de jovens e adultos na geração de trabalho e renda do setor primário. “Veja que é um encaminhamento interessante, ninguém está desprezando os conhecimentos técnicos dos órgãos que tem afinidade com esse segmento, agora precisamos também investir na valorização e estimular os produtores a também qualificar-se e produzir um produto de qualidade para entrar no mercado, eu acho que ambos saem ganhando e a sociedade ganha também”, explica Bento, lembrando que nenhuma empresa de pesquisa ou extensão jamais terá capacidade suficiente para produzir a diversidade que existe na agricultura familiar nordestina e paraibana.

O representante da Embrapa Algodão no fórum, Heleno Alves de Freitas, disse que a discussão posta em pauta tem todo o apoio da Embrapa que se coloca para colaborar com conhecimentos e tecnologias para o fortalecimento da economia e da cultura regional onde aquela empresa já aguarda as decisões territoriais e o pedido de demanda por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário para iniciar as atividades de produção da semente em discussão. “Pra nós da Embrapa isso é viável e nós queremos fazer isso, a Embrapa não tem dificuldades de aplicar aquilo que foi discutido aqui neste momento, nós queremos que haja uma definição o mais breve possível para que nós possamos colocar dentro do nosso planejamento. Nós com certeza dentro do Programa da Embrapa não temos condições de adquirir a semente dos agricultores a não ser que venha no planejamento para o ano de 2010 com certeza teremos que produzir os 50% nem que seja aqui ou em outro local ou a totalidade da semente”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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