Domingo Rural e Esperança no Campo evidenciam Encontro Territorial de Mulheres do Cariri Oriental

SR091115aAgricultoras familiares de diversos municípios do Cariri participaram do primeiro Encontro Territorial de Mulheres do Cariri Oriental, evento que aconteceu no dia 27 de outubro último na comunidade Tatu, Município de Boqueirão, e contou com agricultoras familiares dos municípios do território que é composto de 15 municípios.

O evento foi uma promoção do NEDET Cariri Oriental(Núcleo de Desenvolvimento Territorial) e do Fórum de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Cariri, em parceria com a ONG CASACO, e representou espaço em que as mulheres puderam conhecer a produção diversificada da agricultora familiar Maria Gomes de Oliveira evidenciando a história de vida e de superação da família agricultora numa região de fortes adversidades.

“Eu achei maravilhoso para o povo ver que as mulheres não é só pra estar na cozinha pra lavar prato nem varrer casa, mostrar que no Cariri da gente tem muita coisa boa”, relata a agricultora Josélia Nascimento da Silva residente e presidente da Associação dos Agricultores e Agricultoras do Assentamento Serra Monte, município de Cabaceiras, área do Incra-PB acompanhada pela Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio as Organizações de Autopromoção(Coonap).

“Mais uma vez conseguimos realizar um evento de sucesso, nós estamos muito satisfeitas, muito felizes com o resultado do vento e posso dizer que, dos eventos que o núcleo junto ao Fórum de Desenvolvimento do Cariri Oriental e outras parceiras, conseguiram realizar em 2015 no Território do Cariri Oriental, esse encontro foi diferenciado, teve um sentimento diferente de satisfação, um sentimento diferente de ação transformadora pelo fato de termos trazido para a discussão mulheres que até então estavam excluídas do processo, algumas delas, não todas, obviamente algumas delas são mulheres que já têm um certo engajamento, já são produtoras, mas algumas das participantes a gente percebia que estão chegando agora para o processo de organização, para processo de articulação, então um encontro como esse é muito importante porque a gente traz novos elementos, novas pessoas, diversifica a ação social no território do Cariri Oriental e foi isso que a gente conseguiu e o mais interessante também foi essa questão da gente ter realizado um evento que não ficou fechado em uma sala, ele não ficou fechado num auditório, nós tivemos uma experiência prática, nós vimos a natureza viva, nós vimos o Cariri vivo ali e partimos pra prática, e discutimos algumas discussões de gêneros, algumas discussões relativas ao desafio de ser mulher na zona rural, de ser mulher rural no Cariri Oriental, mas nós tivemos aquele passeio, aquela visita percorrendo a propriedade de dona Maria que tem sido uma mulher de luta, uma mulher de garra que está sobrevivendo em meio ao Cariri naquela propriedade ali no pé da serra numa zona semiárida em que ela consegue produzir de forma tão diversificada”, explica a assessora de Gestão Social do NEDET Cariri Oriental, Raiza Madje Tavares da Silva ao dialogar com nosso público ouvinte Domingo Rural e Esperança no Campo.

“Foi maravilhoso, conheci pessoas, foi abordado muitos assuntos bons pra nós, elas gostaram da minha experiência e espero que quando eu for nas outras visitas eu aprenda mais”, explica a agricultora experimentadora Maria Gomes de Oliveira, proprietária da unidade agroecológica produtiva que tem acompanhamento da ONG Casaco Cariri. Ao dialogar com nosso público ouvinte, aquela agricultora falou sobre o conjunto das ações trabalhadas na propriedade com o apoio das entidades da ASA Paraíba e seus resultados na vida da família e nos mercados de venda direta ao consumidor além dos mercados governamentais de políticas públicas. “A ação aqui começou com uma cisterna de enxurrada que eu ganhei do Casaco e, como não choveu, eu coloquei a água de carro pipa e, graças a Deus, conseguimos um poço e estou conseguindo continuar minha plantação de coentro, cebolinha, algumas plantas frutíferas, macaxeira, batata e tudo isso que estou plantando”, relata com alegria a agricultora.

“Pela primeira vez que estou aqui estou muito feliz, achei muitas coisas importantes, interessante essa visita, vou levar muita experiência daqui que aprendi com dona Maria e vou levar pra minha comunidade e pra meu sítio lá, pra minha horta ao arredor de casa”, comenta a agricultora agroecológica Maria do Socorro Barbosa, residente na comunidade Lajedo do Timbaúba, município de Soledade. Dona Socorro é uma das muitas agricultoras experimentadoras acompanhada pelas entidades do Coletivo Regional da Agricultura Familiar do Cariri, Seridó e Curimataú e Patac que são unidades assessoras técnicas junto as famílias naquelas microrregiões.

Componente da ONG Casaco Cariri, Maria Célia Araújo participou do encontro como parceira na construção do evento e palestrante na jornada, ela participou do Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo falando sobre a importância do evento e garante tratar-se de uma ação que vem somar com o conjunto das ações já históricas que vêm sendo empreendidas naquele território e garante que ações como essas estão sendo implementadas com mais frequência como forma de dar visibilidade as ações a partir das pessoas e suas relações com o meio ambiente em que vivem. “Faço uma avaliação muito positiva, é mais um espaço em que a gente está começando se articular e se organizar e eu espero que a gente possa fazer bom usufruto e que possa chegar ao maior número de mulheres possível no nosso território de onde possamos repensar um modelo de desenvolvimento para o nosso território”, explica aquela liderança que fez parte no processo de discussão sobre as políticas públicas no processo produtivo e nas políticas de gênero.

“Avalio como muito positivo, muito acima da expectativa, foi representativo e participativo, oito municípios estiveram presentes com uma representação bacana dos municípios, perdi a manhã do evento infelizmente já que estava em outra atividade do Procase nesta caminhada de discussão das propostas de projetos para o edital 2015 e só pude vir na parte da tarde contribuir com essa discussão de gênero, mas a gente sentiu pela energia da galera que o evento foi muito positivo e a gente espera que essa iniciativa seja replicada, que os outros territórios façam, que esse território faça em outras propriedades e que a gente possa estar constantemente enfocando porque é isso que importa”, propala a mobilizadora social do Procase e palestrante no evento, Elvira Maria Figueiredo Rêgo.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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