
Eleições 2022: Cisternas de placas, qual candidato tem projeto claro que possa sequenciar a construção da tecnologia social da água?
A história do povo do semiárido foi e é marcada pelas consequências da seca, tida como um dos fenômenos certo advindo ao povo do semiárido do Nordeste, gerando consequência como pobreza e morte à um povo que por muitos anos sofreu e ainda sofre o flagelo das secas, consequências da falta de políticas estruturantes para a região como um todo.
A partir deste sofrimento saiu o aprendizado e a sociedade, através de suas formas de organização, começou a experimentar e implementar a tecnologia social que permitiu e permite o acúmulo do recurso hídrico bem ao lado da casa, facilitando ou minimizando o sofrimento das famílias, especialmente das mulheres, jovens e crianças, responsáveis pela busca e transporte da água através de baldes, panelas, ou mesmo pela força de animais como jumentos, burros, bois, dentre outros.
São tecnologias e ações integradas que carecem do braço amigo do Estado brasileiro a partir de políticas públicas de Governo ou mesmo de Estado que fomentem o fortalecimento da ação como forma de reparar a injustiça histórica do país contra essa parcela do povo brasileiro e que, implementadas, dão condições de vida digna na geração de trabalho, renda, reparo aos impactos ambientais e, integradas ao conjunto das tecnologias sociais, proporcionam a segurança alimentar.
“Ter uma cisterna ao arredor de casa é mais importante do que ter o açude na propriedade, muitas vezes, latifúndio”, dizem representações familiares implementadas e suas organizações sociais”.
“Nossa comunidade, antes das cisternas e tanques de pedras para o aproveitamento das águas, era triste, a gente andava aqui com a lata, nós íamos em dois porque trazia duas latas numa distância de dois quilômetros da minha casa pra ir buscar água pra beber”, explica a agricultora informando que o tempo dos filhos e filhas ficava dedicado em concorrer espaço por uma lata d’água em um cacimbão e que hoje são diversas cisternas de placas, cisternas calçadão, tanques de pedras, dentre outras implementações que proporcionaram qualidade de vida para as famílias residentes na Fava de Cheiro. “Era numa cacimba, quando chegava ia esperar juntar água, chegava lá estava uma fila de gente, não era só minha comunidade, lá tinha várias comunidades que esperavam água dessa cacimba”, relembra, ao fazer amplo relato aos ouvintes do Domingo Rural, justificando que hoje tem água pra beber, para os animais e ainda para o processo de produção no arredor das residências(Clique e leia).
Stúdio Rural, através do Programa Domingo Rural, chega aos 25 anos de comunicação rural fazendo parte desta trajetória registrando embates, lutas e conquistas destas entidades que trazem a marca da resistência e resiliência e, neste momento político, lhe convida para a reflexão:
- Qual candidato traz consigo o reconhecimento da tradição e luta dos povos do semiárido e, mais que isso, apresenta um projeto com propostas de destinação de recursos para o processo de implementação desta e outras tecnologias trabalhadas a partir do conhecimento dos nativos do semiárido e a partir da força de suas organizações?
- Considerando que temos proponentes a voltar e ou continuar à frente do Palácio do Planalto, de um lado o ex-presidente Lula e por outro o atual presidente Bolsonaro, qual desses projetos se apresentam como alternativa para a implementação destas das ações estruturantes nas unidades produtivas da agricultura familiar do semiárido?
- No exercício do mandato, qual destes, construiu o diálogo na construção das políticas a partir de tecnologias de convivência com o nosso semiárido?
- Feito esse diálogo nas rodas de conversas de pessoa pra pessoa e com suas entidades tendo como recheio esses e outros questionamentos você chegará à conclusão para a tomada de decisão na escolha do projeto político que poderá a melhor condição de vida no nosso semiárido brasileiro. Que nossas lutas continuem?
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
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