Famílias agricultoras do Cariri participam de intercâmbio em experiências com cooperativismo no Pajeú pernambucano

SR110618aAgricultores e agricultoras familiares de municípios do Cariri Oriental participaram de um intercâmbio para conhecer experiências cooperativistas com ênfase na apicultura e diversificação da agricultura familiar, a partir de experiência desenvolvida pela Coodaspis, Cooperativa para o Desenvolvimento da Apicultura do Nordeste, na zona rural de Tabira, Pajeú pernambucano.

A viagem de intercâmbio se deu na última quarta-feira(06) envolvendo famílias agricultoras dos municípios de Boqueirão, Barra de São Miguel, Caraúbas, Alcantil dentre outras vinculadas ao Coletivo Casaco Cariri, em parceria com o Procase e IDS e teve o papel de apresentar experiências produtivas com apicultura, criação de peixes e uma ampla diversidade na agricultura familiar, ação que foi classificada pelo presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Porteiras, zona rural do município São Domingos do Cariri, Diógenes Fernandes Nascimento, como sendo espetacular pelo o que o coletivo conseguiu aprender dentro das dinâmicas produtivas apresentadas pelo agricultor familiar e presidente da Coodaspis, José Adelmo Cabral, que envolve ampla atividade produtiva com agregação de valor ao produzido e conquista de mercados locais e regionais. “Lá, a experiência dele no processo que ele conseguiu implementar, desenvolver e estruturar é justamente essa diversidade de coisas que dá sustentabilidade ao que ele projetou. Ele relatou o ponta pé que desencadeou aquilo tudo e foi a partir da apicultura, mas, como ele relatou, a partir do processo que tivemos com anos sequenciados de estiagem, chegou um momento que a apicultura começou a entrar em fragilidade, as abelhas diminuindo as suas colmeias e foi quando ele teve a visão de que devia diversificar aquela propriedade onde se instalou a cooperativa e foi aí que a partir de um poço artesiano, com capacidade de 600 litros por hora, ele desafiou todas as lógicas de quantidade de água, produzir a quantidade de pescados a partir de pequenos tanques com tilápias e outros peixes, e o descarte desta água ele conseguiu implementar áreas com bananeiras, goiabeiras, criação de galinha, produção de macaxeira, aí hoje ele consegue produzir a ração desses animais, a ração do pescado, a ração das galinhas e, ouvir ele relatar aquilo tudo, é, como alguns agricultores relataram, abrir nossas mentes para continuarmos sonhando”, explica Diógenes que é mobilizador social no município de São Domingos e diz achar possível que ações como estas possam ser também implementadas junto a agricultura familiar de todo aquele município caririzeiro e dos municípios da região.

“Nós fomos surpreendidos com uma organização nota dez, eles lá foram criando uma cooperativa e hoje ela faz um trabalho diversificado, é uma cooperativa que fornece gêneros totalmente sem agrotóxicos, é uma cooperativa onde seus associados têm uma participação efetiva e muito me surpreendeu a organização já que é tocado por ações competentes porque as lideranças cada uma cuida de seu espaço nas suas regiões, a cooperativa tem uma estrutura invejável e realmente o presidente nos recebeu de uma maneira muito acolhedora e fez uma explanação bastante sucinta, mas mostrando detalhadamente o que vem sendo feito naquele espaço. E o sistema de irrigação lá é algo assim positivo, importantíssimo e podemos fazer isso nas nossas propriedades de forma proporcional”, explica o agricultor Antônio Gomes Pereira, residente no sítio Tabuado de Boqueirão justificando que intercâmbios semelhantes devem continuar acontecendo como forma de melhorar a capacidade de acreditar das famílias experimentadoras vinculadas ao Casaco Cariri. “O que nos deixa bastante satisfeitos é ver que lá foi introduzido todo um planejamento e o presidente daquela entidade, que é um autodidata, tem conhecimento do que está fazendo e compartilha competências”, explica Gomes ao dialogar com nosso público ouvinte Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo deste final de semana.

“Eu faço uma avaliação muito positiva porque nós visitamos lá o sistema de produção deles de frutíferas com águas residuárias, da criação de peixes e foi muito interessante porque eles utilizam o sistema de gotejamento que a gente aqui na região não utiliza, eles criam peixes de produtos produzidos na própria propriedade, eles vêm desenvolvendo uma máquina de moer a ração e filetizar a ração pra dar aos animais na propriedade sem precisar de insumos de fora”, explica o agricultor José Mário da Silva, residente no Assentamento Novo Campo de Barra de São Miguel, acrescentando detalhes sobre o que foi ouvido e visto na visitação feita naquele município do Sertão do Pajeú pernambucano, numerando os produtos trabalhados dentro da diversidade de cultivos e demonstrando entusiasmo e esperança de que muitos detalhes possam ser agregados na agricultura que já se faz nos municípios do Cariri paraibano. “Uma boa parte do que vimos lá a gente lá aplica aqui em pequena quantidade, agora a nova experiência foi ele utilizar um poço de baixa vazão pra produzir tanto na criação de peixes, como também a produção de frutas, porque aqui na nossa região quando a gente perfura um poço e ele dar abaixo de três mil litros de água a gente diz que ele é um poço seco e lá, com esse poço de seiscentos litros de água por hora, ele conseguiu manter essa quantidade de diversidade de culturas”, explica ao contatar com nosso público ouvinte.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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