Intercâmbio queimadense sobre criação agroecológica de caprinos e ovinos é destaque no Domingo Rural e Esperança no Campo

SR160216cAgricultoras e agricultores familiares agroecológicos do município de Queimadas que vendem seus produtos na feira agroecológica daquele município participaram de uma visita de intercâmbio na propriedade da agricultora Maria Célia de Araújo, no sítio Rodeador, município de Boqueirão, Cariri Oriental.

O evento aconteceu no último dia 04, com exposição explicativa feita pela agricultora sobre a criação de cabras e ovelhas destinados a produção de carne e leite mostrando toda a dinâmica de produção desenvolvida pela família que já vende seus produtos na feira agroecológica de Queimadas, Tenda Agroecológica de Boqueirão e Caraúbas e na Feira Agroecológica da Ecoborborema, na Estação Velha, na cidade de Campina Grande.

Conforme a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas, Maria Anunciada Flor Barbosa Morais, o objetivo foi conhecer de perto o manejo da criação onde as famílias visitantes tiveram a oportunidade de conhecer todo o manejo da unidade rural produtiva em seu conjunto a exemplo da diversidade da pastagem, sanidade animal, manejo de cercados, melhoramento genético das raças tanto para leite como para carne dentre outras informações e técnicas.

“Faço uma avaliação positiva, eu já crio bode há muitos anos e a propriedade de Célia me mostrou que eu tenho ainda muito a evoluir, é uma propriedade que é um Cariri, não tem fartura de água, mas mesmo assim diante das dificuldades de seca ela conseguiu mostrar pra gente e pra qualquer pessoa que for lá que é possível sim produzir em anos de estiagem com o consórcio de plantas, de palma, de glericídea, de leucena, de capim sorgo e de tudo que faz com ela forneça uma ração boa para as cabras durante o período de estiagem, não precisando recorrer aos industrializados”, revela o jovem agricultor Mateus Manasses Bezerra Nascimento, residente no sítio Soares de Queimadas.

“Esse encontro pra gente foi assim como um despertar dentro do que a gente vem fazendo e o que a gente viu lá, o intercâmbio é uma troca de experiência muito válida porque a gente está vendo ali na realidade o que é que está acontecendo e o que está se fazendo, e então a gente foi ver essa criação e viu uma formação muito boa, principalmente na preparação da forragem já que temos muitas pessoas que criam, mas pouco se preocupam com a alimentação dos animais que tem sido costume aqui na região, principalmente quando a cochonilha acabou com a palma e ficamos quase a descoberta e lá a gente viu que já está bem avançado com forragem com planta nativa, com a palma resistente consorciada e está muito bom mesmo”, relata a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas, Angineide Pereira de Macedo, ao dialogar com nosso público ouvinte durante ampla entrevista.

“O intercâmbio foi mesmo maravilhoso porque é assim: a gente viu uma luta deles, de uma família de agricultores que vive da criação de cabras leiteira, que até mesmo eles trazem o queijo aqui para a feira de Queimadas(agroecológica), então a gente viu um pouco de tudo de como é a alimentação; de como eles se protegem dos vermes que dão nos animais, em que eles não usam medicamentos comprados em farmácia já que usam as próprias plantas para combater e eles não usam ração nenhuma de fora já que eles mesmos plantam as rações que necessitam dentro do seu próprio terreno e a gente aprendeu muito, muito mesmo e a gente pode até comprar cabras lá também e é maravilhoso já que a cada visita que a gente faz, cada pessoa que a gente conhece a gente está explorando outros caminhos que as vezes até mostra outros caminhos para outras pessoas e vice e versa e a gente aprende em tudo um pouco”, relata a jovem agricultora Marcelânia Machado da Silva, residente na comunidade Serra Alta de Queimadas.

“Foi um momento rico de troca de conhecimentos e também foram ver como é nossa experiência e, chegando lá, viram as criações, trocamos algumas ideias sobre as raças num primeiro momento, o trabalho de seleção genética que a gente vem fazendo na propriedade onde a gente fez uma vertente para cabras de corte e cabra de leite, então durante esses dois anos que a gente vem efetivando o trabalho em nosso sítio e a gente fez uma boa seleção já nos animais. Depois disso a gente fez visita ao sítio para eles compreenderem um pouco de qual a lógica de criação, inclusive durante o período de seca porque a gente cria diferente: no período da chuva é um modo em que a gente solta os animais porque tem bastante forragem na mata e eles escolhem o que querem e durante a seca a gente dar um reforço no cocho com os produtos que a gente plantou durante as chuvas, então a gente tem lá um consórcio de palma com gliricídea, palma com leucena, palma com algodão mocó, estamos desenvolvendo uma nova experiência de palma com maniçoba e os fenos e silos e durante esse período da chuva a gente solta os animais e começa a plantar e logo em seguida a gente começa a juntar e armazenar e no período da seca a gente tem aí ração de para fornecer para os animais”, explica a agricultora Maria Célia Araújo proprietária da unidade rural em Boqueirão e que coloca produtos da caprinovinocultura nas feiras e espaços agroecológicos de Boqueirão, Caraúbas, Queimadas e Campina Grande.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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