O professor do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), José Jonas Duarte da Costa(foto), participou do Programa Esperança no Campo e Domingo Rural falando sobre a realidade econômica e política brasileira na atualidade e evidenciando o papel da organização e luta dos pequenos agricultores brasileiros na busca de unificar as ações do campo e da cidade como forma das conquistas das transformações políticas que beneficiem o trabalhador.

Professor Jonas tem participado de diversos encontros de movimentos sociais e estudantis falando sobre conjuntura política e garante que o Brasil vive a tentativa de golpe por parte da grande mídia vinculada ao grande capital internacional que tem objetivo de se apropriar de recursos do pais e submeter a classe trabalhadora ao processo de exploração por parte de quem domina a economia mundial. “Eu vim colaborar no sentido de discutir um pouco da realidade camponesa brasileira hoje, é uma realidade adversa, mas ao mesmo tempo rica, adversa porque a estrutura, a formação social e histórica brasileira vem de um capitalismo urbano/industrial e que pressiona muito pelo desaparecimento da agricultura familiar camponesa, mas isso faz 70, 80 anos e o campesinato se reinventa, se recria e hoje quem põe 70% do alimento do povo brasileiro na mesa é a agricultura familiar camponesa e eu acho que é importantíssimo a gente apoiar e esclarecer algumas coisas aos jovens sobre o papel social dos camponeses no Brasil e isso se constitui num tema muito importante a ser debatido”, explica Duarte ao dialogar com o público ouvinte Domingo Rural e Esperança no Campo.

O professor participou de um encontro recente acontecido pelo MPA, em Campina Grande, e durante o sábado e domingo(29 e 30 de agosto), compartilhou informações através de nossos programas radiofônicos falando sobre conjuntura e sobre a importância da sociedade e organizações sociais mobilizarem mais num processo de formação política na base de todos os municípios brasileiros e garante que as universidades têm papel a ser cumprido junto a sociedade brasileira.

Duarte classificou a grande imprensa brasileira como grande aliada do grande capital, especialmente o capital internacional especulativo e garante que, juntos, esses conseguiram ao longo da história de povo no Brasil, criar uma realidade de manutenção de ricos e pobres além de criar e perpetuar uma realidade de concentração de poder cultural para os dominadores. “Eu avivo sempre que os meios de comunicação no Brasil estão a serviço do grande capital que domina a economia brasileira, o Brasil é um país de capitalismo independente onde sua classe dominante, nossa burguesia, é uma burguesia subordinada ao interesse do grande capital internacional e os meios de comunicação estão nas mãos desses conglomerados econômicos que vão fazer o papel deles de tentar alienar as pessoas, isolar as pessoas, esse é o papel dos meios de comunicação e só os movimentos sociais organizados, os movimentos populares é que têm condições de reverter essa desinformação e a deformação feita pelos grandes meios de comunicação, então estamos numa luta de tentar esclarecer as pessoas de como se estrutura a sociedade brasileira e como os meios de comunicação, que são monopólio no Brasil, estão a serviço desses conglomerados econômicos”, explica dizendo que o Brasil está passando por uma realidade muito evidente nos dias atuais dentro do contexto econômico e político em que o capital internacional tem tentado, de todas as formas, fragilizar e engessar o Governo Dilma, ajoelhando-o para os interesses do capital internacional.  

Durante a ampla entrevista, o professor faz um conjunto de comparações com outros governos que tentaram resistir a essa pressão da política internacional e foram engolidos por esses conglomerados a exemplo de Getúlio Vargas que, conforme ele, para não se acovardar enquanto gestor diante dos interesses do grande capital internacional preferiu se suicidar. “Jango resistiu, eles derrubaram João Goulart e agora nós estamos passando por um momento muito parecido, políticos com discursos muito bem elaborados com a ajuda da mídia mascarando o que há por trás que são os interesses desses grandes conglomerados econômicos que, a rigor, querem o Brasil e o povo brasileiro ajoelhado servindo aos interesses desses”, relata ao dialogar com nosso público em parte de sua entrevista e também fez grandes críticas a qualidade da educação ofertada pelas universidades privadas brasileiras dentre outras temáticas trabalhadas.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural