Via Campesina realiza Festa Nacional das Sementes Crioulas
A agricultura familiar vinculada a Via Campesina realizará de 18 a 22 deste mês de abril, em Anchieta/SC a IV Festa Nacional das Sementes Crioulas com uma expectativa de público em torno de 35 mil pessoas.
Segunda a assessora do MPA, Movimento dos Pequenos Agricultores, Suzane Durães o evento que acontece a cada dois anos é coordenado pela Via Campesina (articulação internacional que coordena organizações camponesas, e indígenas de todo o mundo), Centro de Apoio aos Pequenos agricultores (CAPA), Paróquia Santa Lúcia e o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf).
Em contato com Stúdio Rural, Durães disse tratar-se de um espaço de encontro e promoção das sementes e raças animais crioulas, e também das diversas manifestações que caminham na construção de um projeto de desenvolvimento do campo e da sociedade e conta com exposições de produtos, troca de sementes, artesanato, plantas medicinais e comidas típicas. Além disso, haverá apresentações de músicas, teatro e danças folclóricas. Antecede a Fenamic o Encontro de Formação Camponesa, que reunirá agricultores de vários países da América Latina para debater temas relacionados à soberania alimentar, meio ambiente, reforma agrária, agroecologia, entre outros, revelou, acrescentando que participam do evento camponeses/as, representantes do governo, artistas e o público em geral.
Ela informou que a primeira edição, batizada como Festa Nacional do Milho Crioulo, foi realizada em 2002, que o evento acontece sempre em Anchieta devido ser o local onde nasceu o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no estado, e onde começou o trabalho de resgate e de multiplicação de variedades de sementes, estando a cidade situada no extremo oeste de Santa Catarina, perto da fronteira com a Argentina. O espaço rural está organizado em 31 comunidades, na qual 160 famílias camponesas cultivam as variedades crioulas, esclarece.
A Fenamic, lembra Suzana, faz parte da campanha internacional Sementes: Patrimônio dos Povos a Serviço da Humanidade lançada pela Via Campesina Internacional, durante o Fórum Social Mundial 2003, campanha que defende a preservação das de sementes sadias e o combate à manipulação, ao monopólio, à imposição das sementes transgênicas e em defesa dos agricultores, que por séculos cultivam diversas espécies de sementes.
De acordo com o coordenador do evento, o objetivo é mostrar à sociedade a cultura camponesa e a importância da agroecologia, informou, complementando que para o coordenador, outro objetivo é criar um contraponto da agricultura camponesa e o agronegócio, mostrando um outro modelo de agricultura, baseada no respeito ao meio ambiente e ao ser humano.
Fonte : Stúdio Rural
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