Agricultoras e entidades da Borborema realizam Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia em Solânea-PB

Mulheres da agricultura familiar agroecológica realizaram a Marcha pela vida das mulheres e pela agroecologia em evento que aconteceu no último dia 08 de março em sua quarta edição, evento que foi evidenciado no Programa Universo Rural e Domingo Rural onde as organizadoras estimam que participaram três mil mulheres agricultoras da região da Borborema que denunciaram as desigualdades e a violência contra mulher e afirmaram a luta por direitos e por relações mais justas na agricultura familiar.

Entrevistada por Stúdio Rural a agricultora Maria da Penha Batista Pereira avaliou como tendo sido um evento de fundamental para vizibilizar o papel da mulher no sistema de produção sustentável, condução da família e ao mesmo tempo deixar claro que as mulheres estão sendo violentadas e assassinadas no meio rural e urbano e garante que essa luta acontece no dia-a-dia da agricultura familiar agroecológica. “Marchamos não só contra a violência que está em ascendência sobre as mulheres, mas também pela agroecologia, pelo não uso dos agrotóxicos, lutando contra tudo isso, então no dia-a-dia a gente está fazendo isso, fazendo agroecologia tentando melhorar cada vez mais o planeta quando distribuímos mudas dentre outras coisas”, explica a agricultora que reside no município de Solânea.

Maria do Céu Batista de Santana é agricultora residente no município de Solânea e componente do Pólo Sindical da Borborema, participou como mobilizadora no evento e, ao falar com Stúdio Rural, disse que ainda são muitas mulheres que sofrem violências sem conseguir desabafar, mas a partir do processo de formação compartilhadas de mulheres com mulheres nas lutas do Pólo essas começam a se encorajar e tendo forças no processo de superação. “A partir do decorrer da realização da marcha construímos uma carta política que vai dar suporte às organizações, aos movimentos e também a gente vai estar refletindo essa carta com os poderes públicos, com a secretaria de segurança, com o Território da Borborema onde estão os gestores dos municípios para a gente poder também tentar influenciar a Lei Maria da Penha e fazer valer nos pequenos municípios não apenas aqui do Pólo da Borborema, mas também na região, então a gente vai ter, a partir dessa carta política construída dessa marcha, a gente vai ter subsídio para discutir em outros espaços, mas a continuidade dessa marcha vai ser nas comunidades, em todos os municípios que vieram pra marcha vão estar refletindo essa questão da violência que ainda existe nas comunidades com as mulheres e o processo de articulação das mulheres vai aumentando cada vez mais na região a partir do momento que a gente se disponibilizar em participar, então a primeira participação é de fundamental importância, muitas mulheres estiveram aqui hoje pela primeira vez e com certeza e vão estar encorajadas a vir novamente participar das organizações dos movimentos, mas também das ações que o Pólo tem construído”.

Adriana Galvão Freire é assessora da ONG AS-PTA, participou do evento e dos Prgramas Universo Rural e Domingo Rural, disse que o evento foi extremante positivo com participação de mais de três mil mulheres que vêm num processo de construção de um mundo mais igual entre homens e mulheres e garante que essas ações são permanentes quando discutem o processo de convivência com o semiárido e coloca a o ser humano e a mulher no foco da discussão. “Essa marcha só foi possível justamente por todas as parceiras que a gente conseguiu, são parcerias desde as comunidades com as mulheres que se permitiram debater suas vidas em sua condição como mulher, os sindicatos de trabalhadores rurais que muitos deles assumiram sozinhos o transporte garantindo a participação, mas também tivemos o apoio de muitas prefeituras nessa trajetória que também contribuíram com a realização trazendo as mulheres pra cá”, explica Galvão citando parceiras e chamando a atenção para o fato de que a próxima marcha já tem definição de local de realização que será o município de massaranduba.

Maria Anunciada Flor Barbosa Morais é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Queimadas e, ao final do evento concedeu entrevista à Stúdio Rural fazendo um balanço das ações desenvolvidas durante o evento e sobre as perspectivas de construção de lutas diárias na vidas de cada mulher componente na base social que vai da associação de agricultores até o sindicato que por sua vez trabalha sintonizado na rede sindical do pólo dentro de uma dinâmica de construção ampla de verdadeira convivência sustentável com o semiárido e evidenciou a participação do município de Queimadas que participou com cinco ônibus de mulheres presentes no evento. “Cada ano a mulherada de Queimadas se ente mais motivada a participar, esse ano nós trouxemos uma delegação bem maior, trouxemos cinco ônibus e pretendemos a cada ano que a marcha for sendo realizada a gente conseguir sensibilizar mais mulheres à participar desse movimento que é nosso e que nós fazemos parte dele para que as coisas mudem e as mudanças só ocorrem se houver participação”, explica Barbosa Morais ao dialogar com o público ouvinte de nossas emissoras.

O evento contou com a apresentação da peça “Zefinha vai casar”, encenada pelo Grupo de Teatro do Polo da Borborema, em seguida as agricultoras saíram em marcha pelas ruas do centro da cidade de Solânea até a Praça 26 de Novembro, onde foi realizado uma feira de exposição de experiências e produtos da agricultura familiar a partir das ações continuadas no pelo Pólo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema enquanto fórum articulador de organizações assessorada pela ONG AS-PTA Agroecologia e Agricultura Familiar.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

 

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