As péssimas condições de trabalho do setor açucareiro do Brasil já fizeram duas vítimas este ano no estado de São Paulo.

A informação é da Radioagência, dando conta que na cidade de Guariba, o trabalhador José Pereira Martins, de 52 anos, morreu de infarto, que na cidade de Barretos, ainda no mês de abril, Lourenço Paulino de Souza, de apenas 20 anos, foi encontrado morto e que ele trabalhava para a usina São José, do grupo Açúcar Guarani.

Segundo a Radioagência apurou, com estas mortes, o número sobe para 19 em pouco mais de dois anos, justificando que o advogado da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Aton Fon, afirma que o atual acordo entre Brasil e Estados Unidos para a produção de agro-combustível, dificulta a fiscalização do setor tendo em vista que a preocupação do governo agora é aumentar o plantio da monocultura e isso não prioriza as boas condições de trabalho para os cortadores. “O trabalhador deveria contar com o estado para fazer a fiscalização, estabelecendo este regulamento. Mas neste caso se complica tudo, porque o estado está do outro lado. O estado em lugar de fiscalizar para garantir a saúde do trabalhador, está neste momento mais interessado em garantir o aumento na produção do etanol, em garantir que os usineiros tenham mais acessos a créditos. Neste momento, a defesa dos trabalhadores está bastante desarticulada.”

Um agravante deste problema, afirma Radioagência, é que a maioria dos cortadores tem contratos temporários e ganham somente por produção, citando como exemplo o caso do corte da cana, onde os trabalhadores recebem por tonelada. “Segundo Fon, isso tira as responsabilidades trabalhistas das empresas que contratam os serviços. Na maioria das vezes um trabalhador corta até 12 toneladas de cana por dia, com dez mil golpes de facão”, justifica Radioagência.

Fonte : Radioagência com Stúdio Rural / Programa Domingo Rural