Domingo Rural e Esperança no Campo evidenciam encontro do Coletivo e comemoração dos 45 anos da ONG Patac

SR291215bAgricultores familiares e entidades do Coletivo Regional das Organizações da Agricultura Familiar do Cariri, Seridó e Curimataú se reuniram durante três dias, em Campina Grande, objetivando avaliar as ações 2015, pensar as perspectivas 2016 e festejar os 45 anos de existência do Patac e sua atuação no contexto de semiárido paraibano enquanto parte da Articulação do Semiárido.

Promover reflexão sobre as ações naqueles territórios a partir das estratégias desenvolvidas pelas famílias agricultoras e aprofundar sobre a capacidade de resistência com o semiárido e enfretamento as mudanças climáticas são exemplos trabalhados no evento além de fazer balanço histórico das ações daquela organização ao longo de seus 45 anos de existência. “A avaliação que eu faço é que o Patac se fortalece a medida em que os agricultores e agricultoras se fortalecem, o patac não é nada sem os agricultores e agricultoras, suas organizações terem o protagonismo em defesa de uma agricultura de produção de alimentos saudáveis, por segurança e soberania alimentar e então a gente está muito feliz, feliz porque nós conseguimos trazer muitas pessoas que contribuíram com essa trajetória do Patac nos anos 70 até os dias de hoje, afinal 45 anos não são 45 dias, são quatro décadas e meia onde o Patac, juntamente com as populações excluídas do direito de cidadania desde a década de 70, onde a gente trabalha na perspectiva dos direitos e no início da existência do Patac tivemos a luta pela moradia quando as populações estavam saindo do campo migrando para as cidades surgindo as periferias e pontas de ruas e aí o Patac foi trabalhar com essas populações, tanto lutando pela moradia como também trabalhando por tecnologias sociais de baixo custo onde, a própria população que migrava do campo pra cidade conseguia fazer um processo de construção de sua casa batendo tijolos em mutirão e dos anos 80 pra cá o Patac revisa a situação e prioriza o trabalho com a agricultura, com agricultores e agricultoras camponeses e camponesas e isso centraliza a nossa ação no campo em defesa da água e, se você pegar a realidade de duas décadas atrás a realidade era outra, as pessoas não tinham água, viviam uma situação dispersa sem água e o Patac, juntamente com outras organizações de igreja, de assessoria, organizações de agricultores e agricultoras vai tecendo uma rede em defesa da vida, propõe políticas públicas e hoje nós temos um semiárido muito mais vivo”, explica a assessora daquela ONG, Maria da Glória Batista em parte de seu diálogo com nosso público ouvinte

“O Patac é referência no Brasil desde os famosos almanaques do Patac, em que lembro hoje como era e como é bom ler o almanaque do Patac com suas histórias e suas tecnologias, por isso é que acredito que o Patac influenciou decisivamente não só dentro da agricultura familiar, mas nos meios de pesquisas, ensino, ou seja, o conjunto de instituições que pensam o semiárido, que pensam a agricultura familiar”, relata o diretor do DATER do MDA, Marenilson Batista da Silva.

“Eu acho que é uma lição de vida esses 45 anos em que praticamente faço parte, desde os anos 70 quando o Patac começou eu tive a primeira reunião lá no Maristas, em Lagoa Seca, quando aqui hoje tem companheiros que estavam lá nesta reunião e isso pra mim é fantástico por saber que naquela época eu era um jovem e hoje tem pessoas aí com quase 80 anos que está participando aqui desses 45 anos do Patac, então foi um trabalho onde eu aprendi a somar, onde eu entrei no sindicalismo com o apoio do Patac quando Elza Vilar ficava sempre questionando os direitos dos trabalhadores lá no município de Gurjão
e eu, dali mesmo, como jovem, consegui entrar no sindicalismo onde hoje ainda estou como presidente do sindicato dos trabalhadores de Gurjão e faço parte de outras organizações e pra mim o Patac só tem a somar porque é com a assessoria do Patac onde você pode melhorar o trabalho da propriedade, no plantio o como plantar e como cultivar a terra e isso pra gente que vive na roça é muito importante” relembra e reafirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurjão, Djalma Ramos de Oliveira.

“Esse evento representa pra mim vida, porque por meio desse Patac foi repassado para os agricultores e agricultoras com o incentivo de como lhe dar com a terra, o incentiva para a semente, os cuidados com a mãe terra, com a mãe natureza e mãe água. Foi a partir deste Patac que foi repassado muitos e muitos conhecimentos de como conviver com esse semiárido, esse aniversário deste Patac pra mim representa vida, vida mesmo, é uma vida porque veio trazer segurança alimentar para as famílias, segurança alimentar como segurança para nossos plantios porque a partir dos cuidados com a semente foi que as sementes tiveram multiplicação com os bancos de sementes e hoje temos segurança para o nosso plantio, onde temos segurança alimentar para nossa família e para esta nação”, relembra e memoriza o agricultor José de Oliveira Luna, Zé Pequeno, que reside no sítio São Tomé II de Alagoa Nova, no Brejo paraibano.

“Nós do NEDET do Seridó paraibano que estou representando aqui nesta reunião ficamos muito satisfeitos por ter entidades como o Patac, como o Coletivo, como a Coonap que estão atuando nos territórios e realmente fazendo a diferença, ocuparam uma lacuna que há muito tempo estava na agricultura familiar de assessoramento, de acompanhamento, assistência técnica que, como nós vimos aqui, a história do Patac é uma história muito linda que começou com o professor Urbano na década de 70 e que vem até hoje completando 45 anos de muito trabalho pra fazer com que essa população rural que era desassistida e essa era a lacuna na falta de assistência para esses agricultores familiares da agricultura camponesa que não tinham instrumento para poder ter o seu desenvolvimento e, a partir dessa união e sensibilidade do professor Urbano e dos outros companheiros que compraram a ideia junto com ele e começaram a prover as condições para que esses produtores pudessem produzir em dias e vidas melhores”, explica o assessor de inclusão produtiva do NEDET Seridó, Wendell Lima.

“Faço uma avaliação de que foram muitos anos de luta que fez com que a juventude esteja cada vez mais ocupando os espaços dentro do Patac, foram vários anos de conquistas tanto para a juventude quanto para as mulheres, para os agricultores, para as famílias agricultoras que vêm desenvolvendo as atividades pra desenvolver a comunidade onde elas moram como também no município” justifica a jovem agricultora Ana Maria Lopes Nascimento, residente na zona rural do município de Soledade, Cariri Oriental paraibano.

O evento aconteceu no Hotel Day Camp durante os últimos dias 09, 10 e 11 e foi tema do Programa Domingo Rural e Programa Esperança no Campo.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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