Entidade promove Encontro de formação em manejo sustentável dos recursos hídricos

Técnicos do COEP, Rede Nacional de Mobilização Social e agricultores de sete estados nordestinos participam do ‘Encontro de formação em manejo sustentável dos recursos hídricos’ que está acontecendo durante a quarta-feira(30) e esta quinta-feira(31) de julho no município de Soledade, Cariri paraibano.

Promovido pela ONG Patac, o encontro objetiva estudar o ciclo hidrológico das propriedades e comunidades entendendo como as famílias manejam a água para diversos usos, refletindo também sobre os desafios para manejar a água para os estoques de águas existentes na comunidade, com destaque para o bom uso das barragens subterrâneas.

Na quarta-feira(30) os participantes estiveram em propriedades de agricultores familiares da comunidade Lajedo do Timbaúba, visitando as ações integradas na propriedade do agricultor familiar Inácio Tota marinho e Afonso Mendonça que repassaram informações de como são trabalhadas as ações integradas na propriedade a partir das barragens subterrâneas que permitem desenvolver plantios de culturas diversas destinadas para a alimentação das famílias e da pecuária.

Stúdio Rural compareceu ao local e conversou com agricultores visitantes, técnicos do Coep, técnicos do Patac e com os agricultores que falam dos conhecimentos repassados naquelas unidades de produção.

Para o técnico do Coep da cidade de Milagres no Sertão cearense, Rafael Campos Pereira, o encontro teve relevante importância porque com as experiências repassadas eles poderão aprimorar as atividades junto aos agricultores familiares lá no estado do Ceará. “Esse complemento aqui como também experiências de lá que também são trazidas pra cá faz o encontro ser muito interessante”, argumenta.

Wilson de Souza Leite é do Sertão paraibano e disse que a cada dia o Coep vem viabilizando maneiras de capacitação para que os técnicos possam levar conhecimentos aos agricultores que almejam a convivência na região semi-árida do estado. “Aqui os agricultores já estão mais avançados porque até mesmo são ações mais antigas, mas lá nós pretendemos trabalhar com as mesmas culturas e até mesmo diversificação de culturas”.

Stúdio Rural conversou também com o técnico do Coep, Edmilson Gomes da Silva, atuante nos municípios potiguares de Nova Cruz, Santo Antônio, Serrinha, Lagoa de Pedras e Goianinha, e ele disse que as experiências desenvolvidas e compartilhadas servirão de fundamental importância para serem desenvolvidas em unidades produtivas da agricultura familiar apoiadas pelo Coep naquela região do Rio Grande do Norte.

Lenildo de Sousa Alves é técnico do Coep, veio do agreste pernambucano, atua com comunidades nas cidades de Bezerros e Cumaru, e disse ter ficado encantado com a diversificação possível a partir da confecção da barragem subterrânea e que os resultados serão discutidos pelas representações do Coep nos estados do Nordeste na busca de aperfeiçoar e atuar junto ás famílias de agricultores nas comunidades daqueles municípios.

Já para o sergipano Carlos Matias, a experiência é de fundamental importância e será intercambiada para o Assentamento Cuiabá em São Francisco do Canidé e Assentamento José Ribamar no município de Nossa Senhora da Glória.

No início do encontro foi mostrada a experiência de mulheres agricultoras da comunidade Lajedo que trabalham com o beneficiamento das frutas nativas, especialmente como agregar valor aos produtos da cultura do umbu, com exposição feita pela jovem agricultora, Cláudia Cardoso Marinho, que mostrou como foi o início dos trabalhos de beneficiamento dos produtos, trabalho que só foi possível após os diversos intercâmbios realizados em outras unidades praticantes. “Foi repassado que os produtos que a gente faz são diversificados”, argumenta, justificando que do umbu já são feitos produtos diversos que são vendidos logo após a safra da cultura.

Outro entrevistado pela equipe Stúdio Rural foi o agricultor familiar Inácio Tota Marinho que após recepcionar os visitantes, fala sobre o que foi repassado em torno dos conhecimentos com o uso racional dos recursos hídricos na unidade de produção. “Eu creio que na medida do possível foi mostrado o que a gente tem feito na propriedade com o manejo que a gente vem fazendo para que a gente tenha com aquele desmatamento que a gente tinha, aquela história com queimadas a gente não trabalha mais hoje e tenho certeza que eles levam importantes informações”, comemora Tota.

O técnico do Patac, Valdir Cordeiro, disse que a entidade promotora do evento sai contemplada já que conseguiu mostrar que a missão do Patac tem sido de acompanhar as ações na propriedade e as famílias, sendo entidade facilitadora e fazendo que técnicos e agricultores possam dialogar a experiência que cada família desenvolve e que é instrumento para ajudar na forma do técnico se posicionar e perceber o que é preciso para se dar maior atenção no conjunto das experiências. “O objetivo inicial era de conhecer o aspecto das barragens subterrâneas e a gente acabou vendo um conjunto das ações numa propriedade e a barragem subterrânea como apenas um dos componentes que está presente na propriedade, mas que ela sendo trabalhada sozinha ela também pode não significar muito, vai modificar o ambiente, ela vai contribuir de certa forma, mas é preciso ter a compreensão de que a barragem subterrânea ela está em função da alimentação da família e em função da alimentação dos animais mas, ela também vai ter reações por exemplo se do alto da propriedade tiver sem plantação nenhuma a chuva vai chegar forte e vai trazer todo o aterro lá de cima, a chuva pode está chegando com muita velocidade na barragem e soterrando as plantas que estejam lá, então é importante você pensar não só no acesso do plantio na barragem mas pensar nas plantas que podem está nas contenções de barreiras que você pode está fazendo desde os altos, áreas de roçado , na forma de fazer o plantio de cabeça abaixo facilitando o aterramento, então tem uma série de ações que precisam serem consideradas pra que você tenha uma propriedade dotada pra esse aspecto de dar resposta satisfatória para a produção em sintonia com o ambiente que se tem”, explica Cordeiro.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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