Entidades discutem viabilidades do Girassol para agricultura familiar paraibana

Entidades de pesquisas, extensão e representações ligadas a agricultura familiar do Estado da Paraíba realizaram nesta quarta-feira(22) uma reunião na sede da Emater na estrada de Cabedelo para discutir a viabilidade técnica e econômica da cultura do girassol pela agricultura familiar paraibana. O projeto tem o incentivo do Governo Federal através da Petrobrás em parceria com o governo paraibano através da SEDAP, Secretaria de Estado do Desenvolvimento e da Agropecuária e da Pesca e Emater.

Para diversos participantes do encontro ainda é necessário se discutir muito na busca de respostas da viabilidade ou não do girassol já que trata-se de uma cultura pouco conhecida no território paraibano do ponto de vista de resultados econômicos e reação ao clima e ao solo paraibano.

O componente da Emater-PB e representante da SEDAP, Hélio Fernandes, informou que o momento é de exposição e divulgação do projeto de produção para girassol destinado ao biodiesel da Petrobrás e disse que a Paraíba já tem como referência o estado do Rio Grande do Norte e acrescentou que na Paraíba a expectativa é de se produzir em 77 municípios em 10 mil hectares e participação de 05 mil famílias de agricultores no Brejo, Agreste e Litoral do estado, garantindo que o agricultor participante terá que fazer parte do Pronaf que poderão participar dos programas de financiamento do Banco do Nordeste e Banco do Brasil.

O gerente da Embrapa Transferência de Tecnologias, Lenildo Dias Morais, disse que a Embrapa tem papel importante a ser iniciado no desenvolvimento do projeto do girassol e diz que ajustes precisam ser organizados para que as famílias agricultoras possam ter mais confiança e adotem o girassol como cultura a ser trabalhada. “A Embrapa está aqui para contribuir com o projeto, obviamente que a gente tem alguns questionamentos a fazer sobre o projeto, nós entendemos que as sementes de girassol que estão sendo distribuídas têm um componente importante já que teve a parceria da Embrapa na sua produção, mas nós queremos que estas sementes adquiridas aqui pela Petrobrás MDA possam ser produzidas também aqui na Paraíba”, argumenta Dias Morais ao se referir a semente que será distribuída no estado e teve sua produção por uma empresa parceira da Embrapa no Estado do Mato Grosso do Sul e disse ser importante montar alguns campos de experimentos que possam validar as tecnologias do girassol.

O representante da Petrobrás, José Carlos Gomes, aos ouvintes do Programa Esperança no Campo da Rede Esperança de Rádios, disse ser de fundamental importância o maior envolvimento das entidades de agricultores familiares para que o programa atinja sua meta que é produzir de forma sustentável na diversidade própria da agricultura familiar.

O delegado federal do MDA, adjunto Antônio Alves da Silva, disse que o MDA e as parcerias entendem ser de fundamental importância envolver mais os segmentos da agricultura familiar para que posse se executar um projeto de girassol com consistência dentro de sua realidade produtiva nos solos paraibanos. Ele diz que uma característica das políticas do Governo Federal, através da Petrobrás, é fazer com que seja um produto a mais na diversidade da agricultura familiar acompanhada de uma extensão rural participativa. “As instituições da agricultura familiar precisam estar inseridas nestas discussões para que não seja uma coisa que venha da Petrobrás que venha do Ministério do Desenvolvimento Agrário, agora se você não participa então você vai ficando pra trás”, exemplifica aquela autoridade.

O assessor técnico da Emater da cidade de Esperança e componente do Fórum Territorial da Cidadania da Borborema, Antônio Ferreira Filho, disse que é muito importante ampliar as discussões para aperfeiçoar o projeto e fazê-lo chegar ao campo com amplo planejamento de produção numa realidade de custo benefício que possa levar em consideração as famílias agricultoras em primeiro lugar evitando perdas para essas famílias como outras linhas de projetos já aplicadas pelos governos. “A questão do girassol colocado como mais uma cultura para a agricultura familiar nós torcemos para que a coisa dê certo para que p programa corrija os seus erros de concepção e caminhe na direção de que realmente seja uma cultiva alternativa, formadora de renda, principalmente numa época em que o agricultor não está tendo uma renda como é os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro que seria a entre safra”, exemplifica lembrando que a mamona seria a cultura ideal a ser retomada na discussão dos projetos dentro das necessidades da Petrobrás.

Edinaldo Leite é representante da FETRAF, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado da Paraíba e diz que é preciso mais discussão a cerca da inclusão do girassol a ser trabalhado pela agricultura familiar paraibana que, segundo ele, vem sofrendo muito com projetos que surgem e muitas vezes não oferecem respostas positivas. “Em nome da agricultura familiar, a gente tem uma discussão que o programa como outros programas que já vieram não deu bem para o agricultor, o agricultor fez, plantou, mas continuou devendo a condição de vida não melhorou”, revela a liderança dizendo que espera que seja esse um projeto que venha trazer melhoria para as famílias agricultoras.

O presidente da Coopaib em Pocinhos, Ricardo Albuquerque, diz que é sempre importante trazer novos projetos para novas culturas, mas é preciso que não se abandone outros projetos em andamento, citando o projeto da mamona que se iniciou com boa impressão há poucos anos passados e chegou a dar prejuízos aos agricultores familiares em diversas microrregiões do estado. Ele diz acreditar que ainda falta um maior envolvimento das entidades de agricultores por estarem mais próximas dessas famílias, afirmando que são elas que tomam prejuízos quando os projetos não tenham real consistência.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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