Greve de professores se fortalece em cidades paraibanas

A greve dos professores da rede estadual de educação paraibana está fortalecida nas principais cidades do estado da Paraíba.

A informação foi repassada pelo representante da categoria, professor Sinzenando Leal Cruz, ao participar do Programa Domingo Rural da Rádio Serrana, neste domingo(03), fazendo um balanço dos acontecimentos, das assembléias realizadas, da audiência realizada com o governador do estado Cássio Cunha Lima, dentre outras. “Nós tivemos audiência com o governador no dia 29, dia 30 assembléia geral, primeiro dia de greve, e de lá pra cá a greve só tem crescido”, argumentou Leal ao citar diversas cidades paraibanas e esclarecendo que o governo tem recursos para conceder o aumento aos trabalhadores da educação no estado sem afetar o engrandecimento da economia estadual.

Ele disse que uma das reivindicações dos professores é a contratação dos professores que passaram no concurso e que até o memento não foram chamados para suprir a deficiência do quadro de educadores nas escolas espalhadas pelas cidades paraibanas. “Enquanto o governo contratou 1500 professores prestadores de serviço, muitos sem nenhuma habilitação, por exemplo, em várias cidades, inclusive na região do Brejo, tem professores que não terminaram o terceiro ano do ensino médio ensinando na escola no ensino básico”, lamentou Sinzenando, dizendo ser uma atitude extremante escandalosa e comprometedora para à qualidade da boa educação no estado. “Considerando que em Guarabira tem Universidade Estadual que forma centenas de professores, que Campina Grande, João Pessoa e que na Paraíba nós temos boas faculdades, boas universidades(UFPB, UFCG, UEPB) e várias faculdades privadas, não tem sentido se contratar o ex-aluno da escola que não tem nem uma habilitação para ensinar, isso faz com que o alunado da educação diminua”, lamentou o profissional, argumentando que a luta em defesa do concurso público visa melhorar a qualidade do ensino para que o filho do trabalhador sinta firmeza na educação pública e de qualidade.

Em contato com os ouvintes do Programa Domingo Rural Sinzenando disse que a educação no estado está tendo um caráter clientelista, causando dependências políticas em educadores e diretores das instituições públicas de ensino. “Até o dono de futebol vizinho a escola, hoje bota e tira professor dentro da escola estadual, tá alimentando o clientelismo político de vereadores, de deputados estaduais em função do voto. É por isso que este estado não se desenvolve, porque as escolas ficam cheias de professores que não têm qualificação”, disse Leal, citando o caso da escola de Mogeiro que, segundo ele, tem apenas 7 professores contratados com a devida capacitação de um total de 60 professores contidos na escola.

Ele disse que a categoria pede eleições diretas em todas as escolas dos 223 municípios paraibanos, o que evitará o papel de se tornarem militantes políticos daqueles que lhe colocaram na direção da escola e assumam o papel de coordenador do projeto político pedagógico da escola e que possam estar ligado ao interesse da vida da comunidade. “Ele(diretor) transforma a escola num curral eleitoral, claro que a escola resiste, mas a maioria das escolas do estado foi transformada em curral eleitoral do governador Cássio Cunha Lima, então os diretores que não são indicados pelas comunidades, que não são votados pelo aluno, pelo professor, pelo pai do aluno, ele realmente funciona assim como moleque de recado do governo”, desabafou.

Após amplo diálogo com os ouvintes do Domingo Rural, Sinzenando conclamou à todos os pais e alunos para que se mobilizem pela melhor qualidade da educação pública do Estado da Paraíba.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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