
Mulheres discutem agroecologia do algodão nos sertões do Nordeste brasileiro
Entidades parceiras que assessoram o Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos em estados do Nordeste e mulheres agricultoras produtoras da cultura componentes Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) dos Organismos Participativos de Avaliação de Conformidade Orgânica (OPACs), estiveram reunidas na sede da Diaconia, nos dias 09 e 10 de maio último, em Afogados da Ingazeira, Sertão do Pajeú pernambucano, e em visita de campo para conhecimento das práticas vivenciadas pelas mulheres agricultoras daquela região.
Conforme a assessoria da Diaconia, coordenadora do projeto, esse encontro é o primeiro que a reunir mulheres que representam as demais famílias espalhadas em diversos estados nordestinos e representa mais do que uma reunião, mas um marco histórico para o conhecimento de diferentes realidades que envolvem a presença feminina na produção
agroecológica com certificação orgânica participativa. “Mais de trinta mulheres representantes dos sete territórios contemplados pelo Projeto Algodão em diferentes estados (PE, RN, PI, PB, AL, SE) puderam discutir sobre os desafios e impactos do funcionamento dos Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) dos Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade (OPACs), que buscam realizar o controle da qualidade orgânica em unidades familiares produtivas”, explica.
Durante o encontro e as visitas, justifica aquela assessoria, as mulheres puderam compartilhar umas com as outras as práticas diárias dos seus OPACs, isto é, a organização social jurídica que assume a responsabilidade formal pelo conjunto de atividades que conferem a qualidade orgânica dos alimentos e produtos de um SPG. “Elas ocupam espaço importante no gerenciamento dessas informações através do preenchimento do caderno de campo, com relatos das práticas diárias ligadas às unidades familiares produtivas; aplicação do plano de manejo; preenchimento das atas de reunião dos grupos de produção; pareceres de acompanhamento das comissões de ética e avaliação da qualidade orgânica; atas de assembleias e outros” complementa.
Aquela assessoria explica que os resultados dos sistemas agroalimentares de produção são alvissareiros e que, com a venda da pluma de algodão com certificação orgânica já garantida em 2022, a expectativa é que se avance na comercialização dos demais alimentos dos consórcios agroecológicos como o milho, feijão, amendoim, girassol e gergelim, assim como das demais áreas (frutas, hortaliças, forragem, sementes de adubação verde, entre outros). “Por outro lado, as iniciativas nacionais para financiamento de articulações em prol do fortalecimento da agricultura familiar estão escassas. Nesse sentido, o apoio de fundos internacionais se torna crucial para que o modelo de sustentabilidade e de oportunização de autonomia das organizações de base da agricultura familiar possa acontecer no Semiárido do país”, complementa.
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural / Diaconia
Deixe seu comentário