Representações em reunião na Fetag cobram compromisso da Emater com agricultura sustentável

Após a realização de uma reunião na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba(Fetag) lideranças cobram posição mais clara da direção da Emater Paraíba, especialmente agora com o surgimento da Mosca Negra que vem atacada a citricultura nos principais municípios produtores.

A reunião aconteceu no auditório da Fetag em João Pessoa na última quarta-feira(17/03) e contou com representações da Curadoria do Meio Ambiente, da Fetag, Pólo Sindical da Borborema, STR de Lagoa Seca, Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Esperança, Remígio, Areia, Matinhas, Campina Grande e Massaranduba, dentre outras e teve por objetivo discutir com os órgãos estaduais e federais ações de controle e combate a Mosca Negra na citricultura Paraibana.

Ao dialogar com Stúdio Rural o representante do Pólo Sindical e das Entidades da Borborema, Nelson Anacleto informou que na reunião agricultores experimentadores socializaram conhecimentos de experiências que estão sendo utilizadas por eles em municípios do agreste e Brejo da Paraíba e que são acompanhadas por entidades da Articulação do Semiárido Paraibano, prática que, dentre outros insetos, vem controlando a praga da Mosca Negra, num esforço de fazer com que o governo paraibano reconheça a eficácia das práticas desenvolvidas e aplicadas na agricultura familiar agroecológica. “É exatamente para refletir a indiferença do Estado em reconhecer essas experiências, principalmente através de seu órgão de extensão técnica que é a Emater em colocar as imposições para que os agricultores continuem usando veneno, usando agrotóxico”, contesta aquela liderança articulada em todo o Nordeste através Articulação no Semiárido Brasileiro.

Anacleto denunciou contradições no discurso da presidência da Emater no Estado já que, segundo ele, nas reuniões a direção tem se colocado em favor de uma agricultura feita com sustentabilidade e na prática a extensão tem buscado estimular os agricultores a utilizarem produtos venenosos que colocam em risco a saúde do solo, das famílias agricultoras, dos consumidores e do meio ambiente como um todo. “Por exemplo, o presidente da Emater disse que a Emater não está orientando os agricultores a usarem venenos, mas nos municípios os técnicos da Emater estão condicionando inclusive a Certidão de Comercialização para que os agricultores usem venenos, além do mais estão fazendo reuniões, estão propagando o veneno. Inclusive saiu um documento da Fetag que foi encaminhado ao governo do estado, está sendo encaminhado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, com certeza vamos encaminhar a procuradoria do trabalho, a outros órgãos públicos, inclusive gostaria de ressaltar que o doutor Eulâmpio estava lá pela Curadoria do Meio Ambiente de Campina Grande, e neste documento nós colocamos pelo menos dez reivindicações”, explica Anacleto, exemplificando que, dentre as reivindicações está o fato de que o governo tenha um tratamento com base nas ações desenvolvidas pelas famílias de agricultores agroecológico, que a pesquisa da Emepa se destine a verificar os produtos trabalhados pela agricultura familiar com eficácia na produção rural dentre outros pontos importantes além de uma crítica com relação a posição da Emater com sua prática convencional nos municípios do Território Agroecológico da Cidadania da Borborema que já é referência em todo o território nacional.

Nelson falou sobre a influência das empresas fabricantes de venenos que, através de comerciais nos meios de comunicação dentre outras, buscam utilizar a influência dos técnicos da extensão rural no sentido de que usem de sua convivência nas comunidades rurais e apontem os venenos como alternativa para se produzir citros em toda a região. “Eu gostaria de dar o recado seguinte: ou os técnicos também tomam conhecimento da responsabilidade que eles estão assumindo ou poderão no futuro ficar nos escritórios da Emater sem nenhuma credibilidade mais nem das organizações dos agricultores, nem muito menos dos agricultores, quer dizer, é esse recado que nós gostaríamos de dar, porque num momento como esse eu acho que tem que somar e o princípio não tem que ser a conveniência, o princípio da pressão ou da vantagem, porque nos estranha muito que a Bayer que é essa multinacional dos agrotóxicos que está que estava em matinhas, está aqui na região se propagando nessa questão dos agrotóxicos quando nós sabemos que o veneno é maléfico em todos os aspectos”, explica Nelson Anacleto ao dialogar com a equipe do Programa Domingo Rural.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

Compartilhe se gostou

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados como (obrigatório) devem ser preenchidos.

Newsletter

Através da nossa newsletter você ficar informado, o informativo do estudo rural já conta com mais de 20 mil inscritos, faça parte você também.

Back to Top