Reunião discute imposição de pesquisa e extensão em usar veneno na citricultura do Território Agroecológico da Borborema

Discutir a imposição, por parte da pesquisa e extensão, para que se use venenos e produtos perigosos, com riscos de contaminação para as famílias agricultoras, mercado e meio ambiente de todo o Território Agroecológico da Borborema é a meta e objetivos de uma reunião que acontecerá no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca e que envolverá entidades e agricultores de diversos municípios da região brejeira e Agreste e que já desenvolvem um trabalho sustentável com o uso de produtos naturais e colhem resultados na dinâmica de agroecologia.

Segundo o componente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Seca e componente do Pólo da Borborema, Nelson Anacleto(foto centro), está tudo pronto para a grande reunião que acontecerá na manhã desta segunda-feira(31) e que envolverá agricultores dos municípios de Lagoa Seca, Matinhas, Alagoa Nova, Remígio, São Sebastião de Lagoa de Roça, Esperança e Massaranduba para socializar o êxito das experiências bem-sucedidas na agricultura agroecológica regional e ao mesmo tempo planejar estratégias de resistência á entrada de produtos venenos no território com o argumento de resolver o problema da Mosca Negra, momento em que estará presente representações do Ministério Público que poderão perceber de perto as reivindicações da coletividade. “É uma série de questões que estaremos discutindo como também estaremos discutindo possíveis e supostas ameaças a alguns técnicos da Emater que não concordam com essa forma desordenada de se orientar os agricultores ou de impor aos agricultores de usar os venenos, quer dizer: nós estaremos trabalhando todas essas questões nessa reunião e o resultado dela poderemos levar para as autoridades competentes, para o próprio Estado, no sentido de se discutir de forma tranqüila, madura, mas com firmeza, essas questões que nós achamos interessantes e necessárias para trabalhar a questão da Mosca Negra na região e a questão também do problema dos agrotóxicos”.

Ele garante que a visão de revolução verde está de volta através da direção da Emater e Emepa que tem trabalhado discussões que enaltecem os venenos como alternativa para o combate a Mosca. “Enquanto nós em momento anteriores reconhecemos o esforço do Governo do Estado, inclusive em liberar recursos para o controle biológico, já que o outro recurso está sendo liberado pelo Ministério da Agricultura, por outro lado tem a sua empresa de pesquisas induzindo ao uso de venenos, inclusive a gente denuncia exatamente a irresponsabilidade dessa empresa, porque entendemos até que ela é a grande responsável, inclusive de tentar convencer outros órgãos do Estado a ir por um caminho que já tinha sido abominado no passado, inclusive quando nós conversamos com muitos extensionistas da Emater eles lamentam a Emepa impondo esse caminho porque é empresa de pesquisas e a extensão tem que cumprir”, lamenta Anacleto, lembrando que no interior das duas empresas existem profissionais sensíveis ao modelo sustentável de produção.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Nova, Manoel Antônio de Oliveira, Nequinho(foto direita), disse que muitas discussões foram desenvolvidos com órgãos do Estado, movimentos sociais, universidades, pesquisa, extensão dentre outras na busca do entendimento de que é possível trabalhar a produção de laranja sem o uso dos venenos, tomando como base unidades produtivas agroecológicas em todo o território. “É porque o nosso produto ele mata a praga e conserva os predadores e a natureza, e o produto deles, o produto químico está matando a praga e matando os predadores e abalando a natureza, por sinal, nós já temos trabalhadores doentes, nos municípios onde eles estão trabalhando nós já temos trabalhadores doentes, por sinal estamos fazendo um levantamento pra saber quem é mesmo que está abalado pela questão do veneno, nós temos trabalhadores reclamando que onde foi aplicado o veneno, está voltando 90% acima do que já tinha em praga”, explica Nequinho evidenciando que o uso dos venenos é sempre um ciclo vicioso e de perda de autonomia por parte da agricultura local, sendo de grande vantagem apenas para as empresas e o mercado.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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