Agricultores participam de intercâmbio sobre convivência com realidade no Cariri

Agricultores e agricultoras familiares da cidade de Santo André no Cariri paraibano participaram de uma visita de intercâmbio em propriedades de agricultores experimentadores no município de Juazeirinho e São Vicente do Seridó quando conheceram de perto práticas sustentáveis de convivências com a realidade semi-árida daquela região.

O evento aconteceu na última sexta-feira(07/11) num patrocínio das entidades de agricultores vinculadas ao Coletivo Regional de Educação Solidária do Cariri, Seridó e Curimataú com o apoio do Patac e inicialmente os participantes visitaram a experiência de famílias de agricultores que a cerca de trinta anos plantam verduras e legumes as margens do açude público na comunidade Escurinha de Baixo, no município de Juazeirinho. Na área cerca de 30 famílias de agricultores plantam uma ampla linha de verduras que são vendidas nas cidades próximas e até mesmo nas comunidades rurais locais, prática que tem contribuído na melhor qualidade de vida das famílias envolvidas no processo.

Stúdio Rural acompanhou a visita das famílias e entidades e entrevistou lideranças e agricultores sobre a troca de experiências e sobre como as famílias fazem para desenvolver o projeto produtivo.

Uma das entrevistadas, Ana Lúcia Miguel Rodrigues, disse que produz naquela área a cerca de 20 anos e o produto consegue vender nas cidades mais próximas, resultado financeiro que tem contribuído com o orçamento da família. “Levo coentro, cebolinha, alface e couve”, explica, dizendo que o resultado representa muito para as famílias que produzem e vendem verduras naquela localidade.

Em seguida os participantes se deslocaram para a propriedade da agricultora Maria de Fátima Silva Santos, na comunidade Pedra D’água, naquele município, para conhecer de perto as ações desenvolvidas por aquela família no processo de suporte hídrico e nas ações desenvolvidas para a convivência de produção e permanência na atividade rural. Na propriedade ela, com o apoio das entidades e da Petrobrás, ampliou um tanque de pedras com ampla capacidade de acúmulo de água e ao mesmo tempo mostrou o trabalho que está sendo desenvolvido com canteiros econômicos, prática estimulada pelo Coletivo Regional e Patac que tem dado condições de produzir verduras no processo de economia dos recursos hídricos. “Foi apresentado o tanque que eu chamo ‘dos milagres’ que na época das secas é quem me sustenta e os canteiros econômicos, não foi apresentado todas as qualidades das fruteiras que tenho, mas já tenho acerola, graviola, pinheira, tenho o caju, tenho sirigüela, amora e plantas medicinais”, informa a agricultora justificando que a partir desta safra passará a beneficiar a fruticultura existente no local, inclusive o umbu para colocar no mercado, especialmente na Bodega Agroecológica localizada em Soledade e que representa a Central de Vendas dos produtos agroecológicos de todo o Coletivo Regional.

Outra propriedade visitada foi a experiência da agricultora Santina Vital de Morais e do esposo Adelício, na comunidade Santa Cruz, em São Vicente do Seridó. Na propriedade aquela família desenvolve a prática da produção de verduras diversas e plantas medicinais no novo sistema de canteiros econômicos e afirma que a nova prática está facilitando muito produzir durante o período seco e de pouca água, acrescentando que com o apoio do Coletivo conseguiu cavar um poço artesiano no centro de uma lagoa que tem dado condições de produzir as culturas para a alimentação da família e para venda direto aos consumidores na comunidade. ”Tenho verduras, graças a Deus tenho, a agente vende aos vizinhos, eu uso em casa e vendo aqui, pronto, essa hortinha aqui toda semana eu tirava 20 molhos e agora a gente vai ajeitar aqui de novo pra gente plantar de novo já que agora a gente mudou pra lá(próximo ao poço) e até ontem mesmo eu vendi e achei bom demais”, comemora a agricultora.

No final da tarde as famílias e as entidades se reuniram no salão da Bodega Agroecológica para fazer uma avaliação do encontro, dos resultados apresentados e das práticas que podem ser agregadas aos modelos já trabalhados pelas famílias em suas práticas produtivas.

Ao dialogar com Stúdio Rural o represente técnico do Patac, Valdir Cordeiro, disse que o dia de encontro faz parte de uma dinâmica de trabalho desenvolvida pelas entidades do Coletivo que da interação através desses intercâmbios com um processo de troca de experiências entre as famílias que já praticam experiências em suas unidades produtivas, dizendo acreditar que o diálogo contribui para a descoberta do potencial existente na propriedade rural style=mso-spacerun: yes>  e ao mesmo tempo compartilhar as experiências do que está sendo feito com outras pessoas que almejam desenvolver novos processos de convivência com o clima e solos da região. “Um objetivo maior também está relacionado em você descobrir style=mso-spacerun: yes>  formas de fazer um aproveitamento de uma água que você tem hoje disponível style=mso-spacerun: yes>  e que se essa água não é aproveitada o vento, o sol, o próprio solo vão está levando essa água aos poucos e ela acaba secando e você não fez uma boa utilização”, explica Cordeiro, dizendo que de forma racional o que parece ser pouco em termo de recursos hídricos pode ser de ampla valia para produção de alimentos para a família e para o mercado local.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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