Barragem subterrânea do Projeto Água no Semi-árido melhora padrão produtivo de família em Pocinhos

Produzir ração para o gado e alimento para a família durante toda a época do ano é a meta a ser alcançada pela família do agricultor Manoel José Pereira de Oliveira, Manoel Pindoba, residente no Sítio Teotônio município de Pocinhos, que no primeiro semestre deste ano construiu uma barragem subeterrânea com o apoio do Coletivo Regional de Educação Solidária e o Patac e financiamento da Petrobrás.

Entrevistado pela equipe Stúdio Rural Manoel disse ser uma ação que oferta melhores condições, pois, a obra encontra-se numa área de várzea bem ampla e solos capazes de proporcionar produção com produtividade já que á medida em que as águas forem baixando, ele e a família vão plantando culturas variadas que serão utilizadas ao longo do ano. Ele afirma está confiante no êxito do projeto baseado nos diversos intercâmbios feitos em propriedades de agricultores que já tem a ação estruturadora. “O intercâmbio é bom demais porque você passa sua idéia pra outro, o outro passa pra você e você vai desenvolvendo o que vai achando mais interessante que você deve fazer pra melhorar. Quanto mais você andar pra conhecer mas é melhor”, afirma o agricultor ao comentar a forma de aprendizado nas trocas de experiências promovidas pelas entidades de agricultores.

Com relação ao custo da barragem ele garante que tudo é apenas uma questão de organização já que quase toda a despesa está relacionada a mão de obra que, no caso, é da própria família. “É um processo fácil, muita gente tem condições de fazer e quem não tem o Patac dá uma força e o cabra faz, o problema é o interesse, cada um se interessar e fazer”, argumenta.

Ao contatar com os ouvintes das emissoras afiliadas, o agricultor explica como era antes trabalhar sem um suporte hídrico, condicionando-o a produzir apenas na época do inverno e contabilizar relevantes perdas no período de verão, especialmente na bovinocultura por falta de ração para o alimento animal. “Isso aqui é o seguinte: quando chovia as águas passavam e ficava tudo seco de novo e hoje fica aí um pouco da água presa, a terra fica segura e molhada e nós vamos, se Deus quiser, vamos passar a seca todinha com terra molhada, plantando e colhendo”, avalia ao tempo em que anuncia as culturas já plantadas que são culturas tradicionais como milho e feijão, associadas a outras culturas como fruteiras de graviola e manga consorciadas com gliricídia e Leucena ao redor do terreno e, capim elefante próximo ao centro da várzea. “Nos cantos mais largos planta-se culturas de raiz funda já que quando a água for baixando a planta vai puxando água lá em baixa e aí agüenta mais seca. Já o centro da várzea a gente aproveita para estas plantas mais rasas”, explica, enfatizando que todas as culturas só eram possíveis nos períodos de chuva.

Manoel explica que muito trabalho traduziu-se em um ambiente amplo para o acúmulo de água debaixo da terra já que de um lado ao outro do terreno destinado a barragem foram 140 metros com utilização de lona de proteção interna. “Homem, aqui ao todo foi uma faixa de 100 dias de serviço da família com todo mundo. Essa minha eu cavei até dar na pedra porque o menino disse aí que podia parar na cabeça de gato que segurava água, mas achamos que deveria descer até a pedra”, comenta, exemplificando que o balde é feito de cabeça pra baixo.

De fora da propriedade, comenta o agricultor, só veio cimento, tijolo e a brita o que levou a contabilizar um custo de cerca de R$ 1.500,00 em uma barragem que ao todo gastaria em torno de R$ 4.500,00.

Ao final da entrevista ele aconselha aos ouvintes das emissoras que façam como ele: procurem se organizar através de suas entidades e toquem os projetos á frente que a vida melhora, explicando que ao longo deste ano o gado ficará no coxo se alimentando de ração produzida, guardada e utilizada a partir da barragem subterrânea. “As entidades tem importante papel, se não fosse a gente não tinha condições de fazer não. Eu sou um pobre que só tem os filhos pra dar de comer e não teria condição não, mas com a força do Patac aí, dos homens aí, se Deus quiser a gente sai fora”.

Na propriedade a família já conta com um conjunto de ações estruturadoras a exemplo da cisterna de placas e que a partir de agora têm como referência a barragem subterrânea que proporcionará o plantio de culturas diversas durante toda a época do ano.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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