Chefe da Embrapa Semiárido discute resiliência da agroecologia em toda região

Objetivando falar um pouco sobre a resiliência agroecológica em regiões semiáridas, o chefe geral da Embrapa Semiárida, com sede em Petrolina, Pedro Carlos Gama da Silva(foto), concede entrevista ao Stúdio Rural discorrendo sobre o novo processo classificatório do termo resistência dentro da dinâmica semiárida, tomando como deferência o encontro recente do gênero que aconteceu em Campina Grande. “Nós vivenciamos hoje uma comunidade de conhecimentos pra região semiárida calcada numa coisa extremamente importante que é você associar o conhecimento científico ao saber fazer da população e é um pouco isso que a gente vivencia aqui nessas experiências que acompanha o trabalho, mostrando que é possível você ter modelos de agricultura que, de alguma forma, sejam resilientes as secas e a esses ambientes semiáridos e é possível fazer isso com a ciência, com a pesquisa, mas também considerando os conhecimentos dos agricultores. Esse é um ponto, o outro é que isso pode subsidiar e moldar modelos de desenvolvimento possível para o semiárido, a gente não pode pensar que se faz desenvolvimento apenas por uma forma de agricultura que é moderna, que é do agronegócio, que não deixa de ter sua importância, mas que é possível coexistir esses vários modelos”, explica.

Pedro Carlos garante que a Embrapa Semiárido desenvolve trabalhos científicos voltados para o grande e o pequeno produtor buscando estabelecer pactos de desenvolvimento agrícola que impacte o menos possível. “Temos pesquisas para todo segmento, a gente parte da realidade de que nós temos vários modelos que coexistem, e em todos esses modelos é possível você estabelecer pactos, mas também é necessário que se tenha políticas públicas diferenciadas, não dar pra ter uma mesma política que sempre se aplicou para o agronegócio que seja para uma agricultura familiar e eu acho que no Brasil, nos últimos anos, isso se torna muito claro e a gente vê claramente que esse processo de diferenciação dessas políticas já está em curso com o Pronaf, mas é uma realidade que a gente convive e vai conviver, o importante é que esses modelos que estão sendo colocados e o que precisa ser feito é mostrar pra sociedade, afirmar isso cientificamente de que também tem modelos que hoje não chamo mais de alternativo, mas que são reais, que podem contribuir pra você ter um desenvolvimento sustentável numa região, mesmo com todas as limitações a gente tem aqui no semiárido”.
Aquele pesquisador disse que aquela unidade de pesquisas teve anos recentes de importantes investimentos financeiros com os PACs(Programas de Aceleração do Crescimento) direcionados ao desenvolvimento da pesquisa, disse que a Embrapa está passando por um momento de renovação de quadro na medida em que muitos servidores estão se aposentando o que representa um desafio dentro dessa renovação, diz que a pesquisa precisa rever seus desafios e novo papel já que muitos dos papeis desempenhados pela Embrapa, hoje a iniciativa privada assumiu a responsabilidade para si liberando a pesquisa da Embrapa para tratar de temas que até então eram limitados para um aprofundamento como questões relacionadas as mudanças climáticas, com os problemas sanitárias com novas doenças dentre outras e garante que é otimista para com os novos momentos a serem vividos pela pesquisa junto aos diversos segmentos, mas que nos dias atuais tem expectativa de certas restrições e cortes governamentais nos investimentos com a pesquisa. “Eu acho que há um otimismo na pesquisa, na instituição de um modo geral, em que pese a gente tem um cenário econômico mundial que tem um reflexo muito grande no país e a gente prevê que nesse ano e, talvez, nos próximos sejam anos de muita restrição nos gastos públicos, certamente vai ter um rebatimento, mas a gente precisa mostrar principalmente eficiência na gestão das unidades, na gestão da Embrapa como um todo pra tocar em frente com a pesquisa sem percalços”.
Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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