Comissão se reúne em Casserengue e discute ações para programa de sementes da paixão

Agricultores e agricultoras do Pólo da Borborema estiveram reunidos em Casserengue, na última quarta-feira(17), para discutir e planejar as ações com sementes da paixão que vêm sendo desenvolvidas e o processo de intensificação e continuação das ações para esse segundo semestre do ano que vão desde colheita, pesquisa e ensaios em campos que estão em fase de colheita em municípios do Agreste, Brejo e Curimataú paraibano.

Emanoel Dias é agrônomo da AS-PTA, assessora o movimento da agricultura agroecológica da Borborema e fala sobre o objetivo do encontro e, ao participar do Programa Domingo Rural deste domingo(21/08), disse que foi um momento de planejamento da comissão de sementes do Pólo da Borborema pensando nas atividades de acordo com ciclo climático para as atividades que vão acontecer até dezembro e foi oportunidade das entidades dos municípios do Pólo pensarem uma política para animar os bancos de sementes já existentes e criar novos bancos e com os resultados trabalhar um processo de conscientização junto ao público consumidor da agricultura familiar agroecológica.

Durante o evento as lideranças discutiram o processo de pesquisa participativa da agricultura familiar que é desenvolvida por agrônomos e técnicos que assessoram o movimento em parceria com empresas e organizações de pesquisas a exemplo da Embrapa Meio Norte que vem sistematizando diversas pesquisas junto as organizações da região. “Esse já é uma outra diretriz da comissão que discutiu essa temática das pesquisas com a semente, então a gente percebeu que no primeiro semestre foram montados vários campos de multiplicação de variedades, então aquelas variedades que foram mapeadas e identificadas pelos agricultores que são um valor genético como também está sendo feito um comparativo de variedades locais dos agricultores com as sementes que estão sendo distribuídas pelo governo, e o resultado está começando a coletado esse ano, na verdade no início desse ano foi feito todo um trabalho de mobilização, de plantação, de colheita e os resultados a idéia é que seja agora mais para o segundo semestre, mas a gente já percebe já nas primeiras informações e primeiros levantamentos de dados que a semente dos agricultores estão se sobressaindo, tanto quanto as variedades melhoradas, nós não podemos negar também o potencial que tem essas variedades melhoradas, porém quando a gente trata a questão da autonomia, a questão da diversidade, as variedades dos agricultores se sobre-saem pela própria resistente aqui na região do semiárido quando você compara com as sementes que são distribuídas nos programas de governo”.

Dias informou que esse ano tem tido um processo de produção variada onde tem municípios em que houve perda em baixios e terrenos alagadiços em diversos municípios e outros municípios que enfrentaram realidade de prolongamento do período chuvoso e alta-umidade que provocaram elevadas perdas na quantidade e na qualidade das sementes. “Nós percebemos nessa atividade justamente isso, um ano como esse com alta precipitação com chuvas acima da média, nós estamos em pleno mês de agosto e chuva em determinados municípios em que não é comum nesse período que, lógico, tem resultados positivos por um lado, mas por outro, sobretudo nessa questão da qualidade da semente há uma perca não só na quantidade, mas também na própria qualidade, então a questão da alta umidade faz com que tenha uma produção de baixo rendimento e baixa qualidade”, explica Dias dizendo que o bom das famílias agricultoras é a capacidade de os agricultores têm de buscar as alternativas a partir de um trabalho em rede que esta sendo feito baseado no potencial produtivo de cada município que passa a compartilhar na venda e armazenamento das variedades de sementes.

Emanoel informou que na região da Borborema vem sendo feito um trabalho importante através de diversas fontes de recursos a exemplo do Projeto Agroecologia na Borborema que tem patrocínio da Petrobrás através do Programa Petrobrás Ambiental, ações complementares do MDS, MDA, CNPq dentre outras e evidencia o trabalho de compra e entrega simultânea via Conab para o fortalecimento dos estoques das variedades locais com sementes que vêm diretamente dos agricultores agroecológicos numa parceria com o governo federal. “Nós estamos com a possibilidade aí de comprar 15 toneladas de sementes crioulas, sementes dos agricultores, sementes da paixão, essas sementes são compradas diretamente dos agricultores que tem uma diversidade de feijão, de fava, de milho que é comprada aos agricultores e são estocadas no banco-mãe do Pólo da Borborema, sobretudo para apoiar a dinâmica dos bancos de sementes no período mais crítico”, argumenta Dias dizendo que a lógica é se trabalhar a diversidade e trabalhar o processo de estocagem valorizando o máximo o potencial local das sementes locais.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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