Dessalinizador transforma vidas de famílias assentadas no município de Aroeiras, agreste paraibano
A história das famílias do Assentamento Cachoeira Grande, no município de Aroeiras, no agreste paraibano, pode ser dividida entre antes e depois da instalação do dessalinizador na comunidade.
A afirmativa é da assessora de comunicação do Incra-PB, Kalyandra Vaz, ao explicar a implantação de um dessalinizador financiado pelo BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, via Programa Água Doce numa parceria com parceria de diversas instituições governamentais e não-governamentais e que assegura o acesso à água própria para o consumo humano para as 33 famílias de Cachoeira Grande.
O tema foi evidenciado no Programa Domingo Rural e Universo Rural a partir das informações repassadas por Vaz, evidenciado que os próprios beneficiários são da opinião de que o carro-chefe do programa é a água para beber já que antes da implantação do projeto, as famílias tinham que esperar carro-pipa ou bebia a água do Rio Paraibinha, que é salobra. A água dessalinizada também abastece a creche e o posto de saúde que funcionam no assentamento e pelo menos outras 50 famílias de comunidades vizinhas. Os assentados explicam que compartilham a água dessalinizada com famílias de outras comunidades, principalmente de novembro a abril, quando a terra está mais seca e a estiagem do sertão nordestino se assevera explica aquela assessoria.
Ao dialogar com Stúdio Rural, Kalyandra explicou que a água salobra possui salinidade intermediária entre a água do mar e a água doce, entre 5% e 30% da concentração de sal encontrada nos oceanos, que a água é retirada de um poço com vazão de 2,7 mil litros por hora, cavado há cerca de 15 anos pela Prefeitura de Aroeiras e que com o auxílio de uma bomba, a água abastece uma caixa dágua com 16 mil litros da lavanderia comunitária e outra caixa dágua com capacidade para cinco mil litros que armazena a água bruta que segue para o dessalinizador e, impulsionada por uma bomba de alta pressão, passa por três tubos onde seis membranas e quatro filtros retiram o sal. A água dessalinizada, pronta para o consumo humano, segue para uma caixa dágua de cinco mil litros de capacidade, que abastece o chafariz com três torneiras onde os assentados e agricultores de comunidades vizinhas pegam diariamente sua cota de água potável: 40 litros, explica Kalyandra Vaz acrescentando que o rejeito serve para a criação de Tilápias e para a irrigação da Erva-sal, planta forrageira rica em proteína e sais minerais utilizada como complemento na alimentação dos rebanhos nos períodos secos.
Dentre os detalhes de informações repassadas, Kalyandra explicou que o Água Doce faz parte do Programa Água para Todos do Plano Brasil Sem Miséria e assumiu a meta de recuperar, implantar e gerir 1,2 mil sistemas de dessalinização até 2014, beneficiando 500 mil pessoas com investimentos de R$ 168 milhões a partir de recursos provindos de convênio firmado entre os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social (MDS) e da Agência Nacional de Água (ANA).
Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural
Foto : Kalyandra Vaz.
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