Embrapa e parceiras seqüenciam genoma do fungo causador de doença da bananeira

Cientistas brasileiros e internacionais conseguiram um feito inédito na ciência mundial: o seqüenciamento do fungo Mycosphaerella fijiensis, causador da pior ameaça às culturas de banana em praticamente todas as áreas produtoras do mundo: a sigatoka negra. Essa doença é considerada hoje a mais séria e destrutiva da bananicultura porque além de se disseminar rapidamente, é muito agressiva às principais variedades comerciais de banana como a prata, nanica e nanicão.Segundo a assessora de comunicação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Fernanda Diniz, o seqüenciamento do genoma do fungo Mycosphaerella fijiensis envolveu cientistas de várias unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (Recursos Genéticos e Biotecnologia – Brasília, DF; Mandioca e Fruticultura – Cruz das Almas, BA; Acre e Trigo – Passo Fundo, RS), o laboratório da Embrapa na Europa (Labex-Europa) e de instituições de mais quatro países: Holanda, Estados Unidos, França e México.Ela informou que no Brasil, o controle da doença é feito por barreiras fitossanitárias impostas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para impedir que ela contamine áreas onde a praga ainda não ocorre, como: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Distrito Federal e que a doença foi detectada pela primeira vez no país em 1998, no Amazonas, e rapidamente se alastrou por quase todas as regiões produtoras de banana até o sul do país. Em 2004, foi identificada em São Paulo e, dois meses depois, no Paraná. “O nome popular sigatoka negra é decorrente dos sintomas da doença, que causa manchas de coloração negra na superfície superior da folha. Essas manchas crescem rapidamente, chegando a uma queima generalizada de toda a planta, reduzindo drasticamente a produção”, justifica Diniz, acrescentando que de posse das informações resultantes do seqüenciamento do fungo Mycosphaerella fijiensis, os cientistas vão trabalhar na identificação dos cerca de 11 mil genes seqüenciados e relacioná-los à doença em seus diferentes estágios para identificar aqueles com maior potencial de controle do fungo. “No Brasil, os testes não poderão ser conduzidos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, já que o DF é uma das áreas livres da praga e, por isso, terão que ser feitos em outros estados, como na Amazônia, por exemplo, pela Embrapa Acre, ou nos outros países envolvidos no projeto”, justiça a jornalista.Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

Compartilhe se gostou

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados como (obrigatório) devem ser preenchidos.

Newsletter

Através da nossa newsletter você ficar informado, o informativo do estudo rural já conta com mais de 20 mil inscritos, faça parte você também.

Back to Top