Empresária atribui mediocridade ao BNB e reclama falta de sementes de algodão para o plantio orgânico de 2014

Apresentar o algodão orgânico como alternativa que vem somar na geração de trabalho e renda da agricultura familiar da região semiárida paraibana foi uma das metas da empresária paraibana Maysa Motta Gadelha(foto) ao conceder entrevista à equipe Stúdio Rural estabelecendo contato direto com os ouvintes da Rádio Serrana de Araruna e Rádio Bonsucesso de Pombal via Programa Domingo Rural e Universo Rural, aproveitando para falar sobre a falta de produção em 2012/2013 em consequência da seca registrada e sobre as perspectivas para o ano de 2014, sem deixar de lado a preocupação com o que ela chamou de falta de políticas públicas governamentais para a oferta de sementes e o completo descaso com o crédito que possa estimular e ou ajudar o produtor rural no segmento do algodão.

Ao dialogar com o público ouvinte de nossas emissoras parceiras, a empresária classificou o crédito como algo desconhecido por ela no meio da agricultura familiar local o que, no entender da empreendedora, tem feito com que os avanços no plantio da cultura do algodão esteja ainda bastante limitada. “Crédito, eu não conheço essa palavra, eu conheço um Banco do Nordeste que mata o agricultor, que empresta para o agricultor e depois de dois anos de seca cobra juros, correção, gente que pega R$ 12 mil reais está devendo R$ 120 mil, agricultor familiar, então na minha opinião, sabe Tavares, na minha humilde simples minúscula microscópica Banco do Nordeste tinha que acabar, porque é um cabide de empregos, um cabide de discurso, mas de ações para tudo por ali”, explica dizendo que as regras impostas pelo banco não cabem na realidade vivida pelo agricultor e exemplifica ser ‘como se a gente tivesse produzindo sapato ou roupa que não coubesse na população’ argumentando que, enquanto banco de fomento, o banco capta dinheiro a zero por cento empresta á juros absurdos e quando o agricultor não paga é penalizado de forma terrível.

Já o coordenador da Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, Valtemiilton Vieira Cartaxo, disse acreditar que as coisas estão dentro de uma normalidade quando relacionado ao crédito já que, no entender dele, a lógica se faz com a construção permanente da cadeia interessada no algodão da produção ao mercado. “Acho sim, mas é uma coisa de evolução, a gente sabe que o processo pra se massificar ele precisa desse apoio, o grande tem o apoio do crédito, o pequeno pode ter também desde que esteja organizado e dentro de uma fidelização dessa, eu duvido que se você tiver, vamos dizer, um grupo de agricultores com 10, 20 agricultores todos agrupados com a carta de garantia da compra da produção o banco não abra pra ele, porque é uma exigência do banco saber se o cara vai vender o produto dele. Se tiver essa garantia!“, exemplifica Cartaxo colocando como animador para a construção de uma nova política a experiência do Assentamento Margarida Maria Alves, de Juarez Távora, em que as famílias estão colhendo de 1200 a 1500 quilos, descaroçando na comunidade e vendendo ao preço de R$ 9,40 centavos, representando, segundo ele, preço remunerador.

Ela informou que em 2012 e 2013 não teve produção de algodão orgânico, fazendo com que a empresa de sua propriedade trabalhasse apenas com algumas sobras de anos anteriores e disse que, assim como não teve produção da pluma, não teve também produção de sementes para que seja utilizada na safra agrícola de 2014. “Começa pela semente, porque sinceramente eu não sei porque no meu entendimento a semente para a agricultura familiar devia vir do governo, deveria vir por exemplo da Embrapa. É uma discussão que a gente está vendo, nós estamos tentando fazer uma articulação nacional para que a Embrapa possa fornecer essa semente para a agricultura familiar, porque hoje quando a gente as vezes procura sementes falam que a semente está com pouca germinação porque não teve demanda. Não teve demanda, porque é que não doou para a agricultura familiar. Então na minha cabeça não um órgão federal que trabalha com sementes deixar a semente perder o poder de germinação porque não tem uma política de dar a semente para a agricultura familiar”, comenta a empresária sem explicar argumentando que 2014 se iniciará sem sementes para fomentar o novo projeto produtivo.

Ao dialogar com o público ouvinte das nossas emissoras parceiras, Valtemilton Cartaxo garantiu que a Embrapa sementes testadas e aprovadas para serem utilizada no plantio da safra 2014. “Pra começar eu acho que nós temos um quantitativo de sementes para atender essa primeira demanda. Para o algodão do Sertão que o projeto é plantar 500 hectares lá vai ser um algodão cultivar BRS 293 que é uma cultivar desenvolvida no cerrado, mas que já foi validade aqui e testada e é importante. Aqui para Campina Grande trabalhar com algodão colorido nós vamos ter condições porque não vai ser uma área muito expressiva no início, e a gente não quer que seja uma área muito expressiva, que seja no passo a passo construído a cada momento e isso a gente apoiar ao onde existir essa possibilidade de trazer essas sementes para que os agricultores possam começar o seu trabalho”. 

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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