Entidades do Pólo continuam ações de multiplicação de sementes e produção de batatinha na Borborema

Buscando dar continuidade a um trabalho que vem sendo desenvolvido pelas entidades de agricultores familiares agroecológicos da Borborema com variedades de batatinhas melhoradas pela Embrapa através da Transferência de Tecnologia e em parceria com o Governo do Estado da Paraíba é que agricultores e representações estiveram recebendo 28 toneladas das variedades de Elisa, Cristal e Catucha, na última terça-feira(21) em Esperança.

No ano passado um trabalho de experimentação dessas variedades foi desenvolvido em municípios da região (Clique e leia) e nesta safra agricultores familiares dos municípios de Lagoa Seca, Esperança, Areial, Montadas e Remígio, estarão trabalhando a produção num modelo organizado a partir das dinâmicas das entidades do Pólo que tem como ênfase a agroecologia e bancos de preservação de sementes.

José Balbino Filho é diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Areial e, ao dialogar com Stúdio Rural, disse ser um trabalho relevante fazer esse resgate da cultura na modalidade de produção agroecológica já que a região tem ampla tradição de produzir essa cultura que perdeu espaços para o mercado da região Sul e Sudeste em razão da qualidade do produto, mas com a exigência do mercado consumidor em querer batatinha orgânica essa será a vez dos municípios do Pólo que já tem experiências com a produção orgânica. “Ela tem potencial, todas essas três variedades que recebemos toda ela tem capacidade de adaptar na região e ser boa”, explica o agricultor dizendo que o segredo da atividade na atualidade está relacionado com a produção orgânica num sistema que evite os pacotes para uso de produtos químicos que no passado encareceram a produção e inviabilizaram a atividade.

José de Assis de Sousa é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Esperança e disse tratar-se de uma retomada importante para a economia da região tomando como exemplo o trabalho produtivo já feito por décadas num passado próximo naquele e em outros municípios daquela região. “É muito interessante porque Esperança já foi um pólo de produção de batatinha e foi a época mais interessante com relação a renda da agricultura que foi no tempo da batatinha, e com o passar do tempo a agente viu a batata do sul em que a batata de Esperança não competia e perdeu em qualidade e terminou a cultura se acabando. E agora graças á Deus estamos aí na certeza de que vai dar certo numa nova maneira de se trabalhar que é a batata orgânica, a gente temos a certeza de que é uma coisa que vai dar certo, depende dos trabalhadores porque estamos aí com os parceiros AS-PTA, Pólo Sindical e Governo do Estado que deu esse ponta pé nesse resgate dessa tão importante cultura e estamos otimistas com relação a esse novo trabalho com a batatinha”, explica aquela liderança ao dialogar com os ouvintes do Programa Domingo Rural e Programa Universo Rural de nossas emissoras parceiras, afirmando que atualmente a agricultura familiar tem importantes espaços para venda dos produtos agroecológicos a exemplo das feiras agroecológicas, o PAA, Programa de Aquisição de Alimentos da CONAB, PNAE, Programa Nacional de Alimentação Escolar dentre outros. “Temos também até empresas de fora como o próprio Robinho deu testemunho que a empresa que trabalha com produtos orgânicos, que comprou já no ano passado toda a produção dele e já esse ano queria cinco vezes mais do que ele vendeu no ano passado e infelizmente não temos ainda, mas que com essa primeira leva dessa batata chegando, com certeza vai se ter alguma coisa e vai se ter um mercado certo e com preços justos porque se sabe que o orgânico o valor é diferente do convencional”.

Emanoel Dias é agrônomo da AS-PTA e, ao dialogar co Stúdio Rural, lembrou que esse ano já se tem um aumento na quantidade de batatinha quando relacionado ao trabalho desenvolvido no ano passado(Clique e leia) o que fará com que o trabalho envolva um número maior de agricultores e agricultoras agroecológicos que já fazem parte dos produtores que vendem seus produtos diversificados diretamente ao mercado consumidor através dos espaços agroecológicos e programas governamentais. “Essa ação é importante a gente frisar que é fruto de toda uma construção, todo um processo aqui das organizações do Território da Borborema, do Pólo Sindical da Borborema em parceria seja com o governo, seja com as entidades de pesquisa do governo como é o caso também da Embrapa(Clique e leia) numa vez que no ano passado a agente já testou quatro dessas variedades e viu que dessas quatro, três era muito importante, então o diálogo com o governo, com a secretaria de agricultura familiar e a SEDAP a gente conseguiu fazer uma compra aí de três variedades de dessas para atender a um número maior de agricultores, então a gente sente que os agricultores estão felizes, estão contentes com essa situação e acreditamos que a batata vem na perspectiva da produção agroecológica como a agente vem trabalhando de forma sem nenhum tipo de produtos químicos, sem nenhum tipo de pacotes para empréstimos nem dívida e de forma que os agricultores possam produzir tendo respeito, tendo cuidado com o meio ambiente, com a água, com o solo e também com a própria saúde das famílias agricultoras”, explica Dias ao dialogar com nossa equipe.

Emanoel Dias informou que trata-se de um trabalho feito ao longo das discussões dentro do Pólo da Borborema onde o próprio mercado e a necessidade das famílias agricultoras vão dando rumo ao tipo de produto a ser trabalhado na diversidade da agricultura agroecológica do Brejo, Agreste e Curimataú paraibanos. “É um processo que já vem desde muito tempo quando a gente já percebia nas reuniões do Pólo o pessoal lembrando do trabalho da batatinha com muito orgulho, com muita alegria e hoje a gente vê essa situação sendo concretizada”, comemora Dias.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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