Famílias do MST paraibano ocupam terra nas Várzeas de Sousa e denunciam modelo agrícola

Na madrugada do último domingo (08/06), 150 famílias do MST ocuparam e montaram acampamento em área das Várzeas de Sousa denunciando a forma que está sendo conduzido aquele projeto do governo do Estado de irrigação as terras sertanejas de Souza, localizada a 430 km de João Pessoa.

A informação foi repassada pelo assessor do MST na Paraíba, Neto Barbosa, justificando que as várzeas de Sousa é um perímetro de irrigação no qual o governo investiu mais de 200 milhões e que o projeto que deveria ser destinado aos pequenos agricultores da região, está se mostrando mais um projeto ligado ás grandes empresas a que o estado oferece varias concessões. “A área ocupada pelo Sem terra é um lote de 1000 hectares pertencente ao Governo do Estado da Paraíba, mas que já vem sendo almejado pelo Grupo Santana, a fim de expandir sua produção na região”, explica a assessoria do Movimento, aproveitando para esclarece que dos 5 mil hectares das terras destinadas ao projeto, 20% foi adquirida por licitação pelo Grupo Santana Sementes, empresa produtora de grãos destinados à exportação.

Ao contatar com Stúdio Rural a assessoria do movimento informou que essa empresa além de usar agrotóxicos(venenos) style=mso-spacerun: yes>  pulverizado por avião, gerou grande desmatamento na área para o preparo da terra destina a plantação de algodão, girassol e milho, todos destinados à exportação. “A sua matriz se localiza no Rio Grande do Norte e possui varias filiais espalhadas pelos estados brasileiros”, relata, reforçado que já foram feitas varias denuncias de irregularidade da forma que foi feita à licitação que teve como vencedor esse grupo, num projeto com mais 200 milhões investidos pelo governo (parte federal e parte estadual), aproximadamente 40 mil de investimento por hectare de terra, o que no entender do movimento, demonstra favorecimento político quando cada hectare foi vendido ao Grupo Santana por 1.500 reais.

O movimento argumenta que além de destruidora do meio ambiente e não produzir alimentos para o mercado interno, essa empresa não gera empregos na região, visto o grande numero de maquinário usado na sua produção. “Querem apenas lucro, e não se importa com a situação do meio ambiente e com a vida dos trabalhadores”, desabafa, dizendo que esse é o projeto de agricultura que está se espalhando nas áreas irrigadas das Várzeas de Sousa.

Para o movimento essa concentração de terra, com uma não produção de alimentos para o mercado interno, já se evidencia na crise que vem ocorrendo quanto ao abastecimento de alimentos na mesa da classe trabalhadora brasileira, argumentando que o agronegócio não tem interesse em produzir feijão, arroz, macaxeira (alimentos básicos), ou seja, não geram uma segurança alimentar para a população brasileira. Dando prioridade a exportação de monoculturas plantadas em grandes propriedades e com uso de agrotóxicos, gera uma elevação do preço dos alimentos, pois a maior parte das terras agricultáveis está nas mãos do agro negocio exportador.

O movimento é da opinião de que há dois projetos para o campo brasileiro, o agronegócio e a agricultura camponesa, o primeiro, acreditam, defendido pelo governo e que fornece grandes investimentos já mostrando que não gera distribuição de renda, destrói o meio ambiente com o uso de venenos que polui a terra, atmosfera e água dos lençóis freáticos e dos rios, além de não produzir alimentos para a mesa do trabalhador, pois tem a produção destinada a exportação. Já o modelo agrícola baseado na agricultura camponesa e na reforma agrária, acreditam, produz alimentos, pois produz para o mercado interno, gera emprego, respeita o meio ambiente usando técnicas de produção agroecológicas, além de gerar desenvolvimento para o campo brasileiro, projeto defendido pelas famílias Sem Terra para ser aplicado nas Várzeas de Souza.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

Compartilhe se gostou

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados como (obrigatório) devem ser preenchidos.

Newsletter

Através da nossa newsletter você ficar informado, o informativo do estudo rural já conta com mais de 20 mil inscritos, faça parte você também.

Back to Top