MDA e entidades do Pólo discutem males da fumocultura na agricultura familiar da Borborema

A delegacia federal do MDA na Paraíba realizou, em parceria com entidades do Pólo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema, uma reunião para discutir os males que a cultura do fumo já vem causando para famílias agricultoras na região do Brejo e Agreste da Paraíba que atualmente encontra na cultura do fumo uma alternativa de renda para seu sustento.

O encontro aconteceu na última quinta-feira(09/07) no Centro de Formação Maristas em Lagoa Seca, contou com representações de entidades e representações de agricultores e objetivou socializar informações e debater a realidade da cultura do fumo no Território da Borborema, bem como construir estratégias de enfrentamento desta problemática que, a exemplo da região sul do Brasil, já começa apresentar graus de dependências das famílias aqui na região.

Stúdio Rural participou do encontro e dialogou com a coordenadora nacional do Programa de Diversificação de Cultivos em Áreas Cultivadas com Tabaco, Adriana Gregolin, que, vindo de Brasília, falou sobre a realidade enfrentada pelas famílias em todo o território nacional e sobre as políticas do MDA voltadas para o desenvolvimento de ações que viabilizem a economia das famílias agricultoras de forma sustentável. “Nosso objetivo aqui neste evento foi reunir os agricultores familiares, conhecer um pouco da realidade da fumocultura aqui que é uma ação nova na região em relação com a integração com a Souza Cruz, nosso objetivo foi tentar desenhar algumas ações com as organizações, apoiar projetos, realizar um seminário pra discutir esse tema dentre outras ações”, relata Gregolin ao dialogar com os ouvintes da Rede Esperança composta pela Rádio Cidade de Esperança e Rádio Bonsucesso de Pombal e Programa Domingo Rural em Rede composto pela Rádio Serrana de Araruna, Rádio Cultura de São José do Egito e Rádio Independente FM do Cariri.

Quem também dialogou com a equipe Stúdio Rural foi o delegado federal do desenvolvimento agrário paraibano, Marenilson Batista da Silva, que falou sobre a importância da reunião e sobre as lutas futuras que virão com o objetivo de conscientizar e criar opções para que as famílias agricultoras possam desempenhar atividades que não ofereçam os elevados riscos e problemas ofertados pela cultura do fumo e que permitam a inclusão dessas famílias num sistema sustentável de segurança alimentar. “Nós estamos dando início ao programa de diversificação de cultivos em áreas com fumo com esse grande dia de trabalho, uma reunião muito esclarecedora tanto a partir da situação que estamos vivendo aqui na Paraíba onde fizemos um diagnóstico da situação da Borborema, mas sabemos também que temos problemas na região do Auto Sertão Catolé do Rocha e região de Mari que também o fumo já começa a entrar também e aí é importante que se faça essa discussão, tanto a discussão da segurança alimentar, da renda do agricultor como também os prejuízos do fumo, seja para o próprio agricultor em termo da nicotina e também para os consumidores, por isso é que nós entendemos que esse programa busca melhorias na qualidade de vida das pessoas, tanto aos agricultores e sua família como também dos consumidores”.

Stúdio Rural entrevistou o representante do Pólo Sindical, Marcelo Galassi de Freitas Paranhas, que apresentou um diagnóstico da situação vivida em toda a região, trabalho de pesquisa desenvolvida em municípios em que famílias estão sendo exploradas a partir da monocultura do fumo. “A gente tentou apresentar o como está a situação da cultura do fumo aqui na região da Borborema, mostrando como é que o agricultor tem entrado nessa questão da cultura do fumo, quais são as promessas que são feitas em função dos lucros, a gente tenta analisar algumas propriedades, alguns casos pra analisar isso detalhadamente, qual a renda de fato que ele está tendo, quais são os custos, quais as implicações da cultura do fumo e a gente tem visto na verdade que os resultados não são aqueles prometidos inicialmente de lucro já que a gente tem visto que ela é cultura de custo muito alto que depende muito de mão de obra, uma dependência forte de insumo já que todo o insumo vem de fora da propriedade. Normalmente a empresa adianta esses insumos mas depois na safra o agricultor tem que pagar e a gente tem visto que o custo é muito elevado, que embora ela dê uma rentabilidade grande, mas no final o que fica para o agricultor é muito pouco”, explica Marcelo ao dialogar com os ouvintes das emissoras parceiras de Stúdio Rural, justificando que o produtor tem uma sensação de uma renda alta, mas quando faz uma análise mais aprofundada percebe não ser uma economia real quando comparado ao modelo diversificado de cultivos.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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