Municípios e governos discutem alternativas para Cochonilha do Carmim

Representações do Cariri Oriental e Seridó paraibano participaram de reunião na última segunda-feira(17/01), na cidade de Soledade, para discutir alternativas de convivência com a praga da Cochonilha do Carmim que vem causando elevados danos à pecuária daquelas regionais a exemplo do processo de devastação registrados nos municípios do Cariri Ocidental paraibano.

O evento aconteceu no Clube Recreativo daquela cidade, foi tema no Programa Universo Rural da Rádio Bonsucesso de Pombal da terça-feira(18/01) e contou com a participação da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário e dos órgãos do Governo do Estado da Paraíba através da Secretaria de Agricultura e Pesca da Paraíba a exemplo de Emater e Emepa. “Nós constatamos que o evento foi um evento propositivo, se discutiu o problema, mas também se tirou encaminhamentos de enfrentamento do problema e vários encaminhamentos, uns mais fortes outros menos consistentes, mais estamos fazendo encaminhamento. Primeiro acho que de fundamental importância foi o comprometimento cabal do secretário de agricultura do Estado, Marenilson Batista, que veemente cobrou que se apresente projeto com metas pra que a gente possa operacionalizar a ação, isso é muito importante quando a gente vê o Governo do Estado sinalizando positivamente em partilhar, participar efetivamente das ações. Depois a participação dos técnicos da Embrapa, da Emepa, da Emater, da sociedade civil, a gente quase criando um consenso de que nós não temos como combater a cochonilha, mas temos como conviver com ela plantando as variedades de palmas existentes resistentes a cochonilha do carmim”, explica o prefeito em exercício daquela cidade, José Bento Leite do Nascimento.

O secretário da agricultura e pesca do estado, Marenilson Batista da Silva, ao dialogar com nossa equipe Stúdio Rural, informou que primeiramente o governo vai fazer todos os esforços para resolver as questões dos produtores rurais, mas inicialmente o coletivo terá que fazer um balanço do verdadeiro problema já que muitas vezes se discute muito, mas não vai exatamente ao problema e, neste sentido, é que o Governo do Estado juntamente com toda a sua estrutura somará forças coletivas na busca de um diagnóstico verdadeiro e preciso quando estabelecerá metas eficazes de convivência com a praga. “O Governo do Estado tem trabalhado no sentido de ajudar e facilitar a vida dos produtores e é isso que nós deveremos fazer, não atrapalhar, e os nossos órgãos do estado estarão a disposição dos agricultores, dos produtores para que realmente possa ter uma produção merecedora da Paraíba”, relata Batista evidenciando que a pecuária dá condições para que o estado tenha um dos programas de maior expressão que é o programa do Leite enquanto gerador de trabalho e renda na base e oferta de produtos nos programas sociais. “No caso da cochonilha ela influencia diretamente o alimento do gado, o alimento dos caprinos, dos ovinos que são fundamentais para estabelecer talvez o que eu chamo de o maior programa que o estado tem na parte da agricultura que é a questão do programa do leite e aí nos preocupa também porque são produtores que vão ofertar o leite e se não tem ração isso é complicado e também sou a favor que o produtor não fique refém de uma única fonte de alimento. Por isso é que quando eu estava como delegado do MDA nós fizemos um trabalho muito bom com relação a questão das forragens com as motoensiladeiras e esperamos continuar essa parceria, nós do Governo do Estado, juntamente com o MDA”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, disse ser da opinião de que a sociedade precisa continuar as discussões sobre a pecuária de forma mais permanente para que o problema da praga seja motivador para se discutir a sustentabilidade da região a partir da pecuária enquanto suporte na atividade camponesa das bacias produtoras de leite e agregadoras de valor em seus produtos. “O que cabe a gente agora mostrar definitivamente para os produtores é que o problema é sério, e muito, e a gente não tem como fugir das discussões e apresentar alternativas para coibir essa praga que está avançando para nossos municípios em nosso território”, relata Medeiros, aproveitando para lamentar que a prefeitura daquele município não tenha tido sensibilidade na busca de discussões e alternativas para a questão já que a secretaria da agricultura daquele município esteve fechada por um longo período e em sua recente volta não tem dado demonstração participativa junto ao segmento naquele município. style=mso-spacerun: yes>  “A gente vai seguir essa trilha em que Soledade avançou, agora com um diferencial porque em nosso município fica difícil a tática com o gestor municipal, porque é difícil, a secretaria de agricultura a quase dois anos fechada, reabriu agora mas até agora não discutiu nada, não tem um plano de ação, não tem um plano de trabalho para desenvolver no que diz respeito a praga da cochonilha”, lamenta Paulo Medeiros, garantindo que o sindicato está elaborando todo um trabalho de preparação de solo, plantio de palmas resistentes para multiplicação e distribuição através de fundos rotativos e ao mesmo tempo construir unidades demonstrativas dos problemas e das soluções de convivência com a praga.

Já o representante da Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri, Marcelino Trovão de Melo, disse que a Cochonilha representa um dos maiores males acontecidos em toda a região, de forma que aquela cooperativa já vem fazendo um trabalho em parceria com entidades diversas daquelas microrregiões(Clique e leia) evitando impactos negativos na produção da pecuária bovina da região e, conseqüentemente, a produção e mercado do leite e carne em programas governamentais que estão desenvolvidos e em andamento. “Eu sempre digo que pode pintar o bicho maior do que ele é, ele é realmente devastador, ele é grave, só acredita quem está vendo e minha grande preocupação é essa realidade do bicho ser grande, do bicho ser temeroso e a maioria dos nossos produtores por desinformação e as vezes não quererem buscar essa informação e as vezes até resistir a informação porque não vê e só acredita quando estiver vendo, e aí eu quero aproveitar esse espaço e passar essa mensagem: todas as pessoas procurem informação, a situação é gravíssima, então tem que buscar a prevenção, tem que começar se prevenir e começar plantar agora em municípios em que elas ainda não chegaram, começar fazer um trabalho para quando ela chegar você já está com sua reserva de palma resistente a cochonilha”.

Trovão lembrou que a situação do município de Caturité tem sido menos grave porque já vem sendo feito um trabalho educativo sobre a prática de se elaborar sistemas eficientes de silagem(Clique e leia) a exemplo da silagem de sorgo que já está sendo usado por diversos pecuaristas daquele município. “Exatamente isso aí, a nossa dificuldade não vai ser tão quanto as demais porque a cultura do sorgo já está bem disseminada, todo mundo já trabalhava, eu acho que 90% dos nossos produtores do município de Caturité já trabalha com a silagem de sorgo, então nós já estamos preparados prá enfrentar essa questão com o sorgo que é a alternativa e que nós já temos a cultura disso”, argumenta Marcelino evidenciando que, mesmo assim, nada se compara alimentar o rebanho com a presença da palma forrageira.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Universo Rural

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