Projeto parceiro poderá mudar realidade de semiaridez do Brejo paraibano

O Brejo da Paraíba está vivenciando uma realidade crítica e bem diferente de sua característica de região de relativo alto índice pluviométrico num passado próximo para uma região de pouquíssima chuva e mal distribuída.

A afirmativa é do assessor técnico da ONG AS-PTA, agrônomo João Macedo Moreira, ao dialogar com os ouvintes do Programa Domingo Rural do dia 30 de janeiro através das emissoras parceiras e ao explicar a realidade de devastação pela qual enfrenta toda a região do Brejo que já foi tida como uma região de fartura hídrica e que na atualidade enfrenta situação que se assemelha ao Cariri e Sertão dentre outras. “Hoje nós estamos vivenciando uma situação no ambiente, no clima da região que já é percebido por todo mundo, a pessoa mais leiga que não esteja ligada com essa história do meio ambiente, da natureza, percebe que o clima mudou e que, por conta disso, as regiões ambientais que antes tinham uma diferenciação bem definida, hoje determinadas situações já não tem muito essa separação, vamos dizer, o calor que está fazendo na região mais úmida, o aquecimento, a temperatura, eles já fazem referência assim com muita naturalidade de que aqui está quente igual ao Cariri ou ao Sertão, as condições de chuvas também mudaram bastante, as condições têm mudado bastante a ponto de o Brejo que era a região de alta precipitação, de muita chuva durante a maior parte do ano já não acontece mais isso, a chuva está acontecendo num tempo também curto e com intensidade baixa”, explica Macedo.

Ao dialogar com Stúdio Rural o agrônomo falou sobre o trabalho que vem sendo feito pelas organizações do Pólo Sindical e das Entidades da Borborema compostas por entidades de agricultores agroecológicos de diversas cidades da Borborema que, com a assessoria da AS-PTA, vem desenvolvendo ações sustentáveis e estruturadoras nas unidades rurais de produção e que vem recebendo suporte a partir do patrocínio do Programa Petrobrás Ambiental. “Acho que o grande salto, o ganho dessas experiências desse Projeto Agroecologia na Borborema é que ele vem fortalecer um conjunto de ações que os agricultores e agricultoras já vêm desenvolvendo nas suas propriedades que reforça cada vez mais o trabalho que as organizações de base vêm estimulando e apoiando e isso a gente percebe que na medida em que você não trabalha apenas com uma experiência, mas quando você vai ver o leque de experiências que esse programa apóia, mas tudo voltado com a preocupação que é esse cuidado com o meio ambiente, há essa necessidade de fazer com que áreas em que estejam sofrendo degradação se passe a dar uma mão ajudando na recuperação com ações bastante integradas onde você tem os viveiros pra garantir a produção da muda através da multiplicação aqui das espécies pra irem pra campo, que ao chegar na propriedade do agricultor, da agricultora vai está sendo cumprida aquela finalidade de está botando plantas ali em áreas que já não existem mais plantas porque foi retirada e a área ficou degradada ou então vai acrescentar mais plantas naquela propriedade para que você possa ir cada vez mais recuperando as condições do ambiente ali e aí entra nos espaços de quintais, espaços da palma forrageira, nos espaços de áreas pra recomposição da mata novamente como essa proposta dos bosques, de cerca viva, de agroflorestas. Então a gente percebe que esse conjunto de experiências dá uma maior consistência a essa proposta de pensar o desenvolvimento sustentável de forma integrada ali na propriedade e com uma fundamental que é trabalhar o processo educativo e formativo das famílias agricultoras desde a criança até os adultos”.

João informou que as ações desenvolvidas e que recebem o patrocínio da Petrobrás visa atingir o maior número de famílias possível numa lógica de multiplicação de ações práticas e de conhecimentos. “Esse projeto ele tem uma finalidade que é atingir o máximo possível com suas ações, principalmente no campo da experimentação diretamente com relação ao tema do reflorestamento da agrofloresta no desenvolvimento sustentável e a gente percebe que esse conjunto de ações muitas vezes não atinge todas as famílias diretamente, mas que uma grande parte dessas famílias que estão sendo atendidas diretamente pelo projeto, as suas experiências tem um puder e uma capacidade de irradiação, de gerar referências pra que outras famílias possam vir observar e tirar lições dessas experiências que essas famílias estão desenvolvendo e é aí que a gente acredita que no futuro mais famílias vão está envolvidas numa proposta como esta e podendo também chegar a ter o trabalho na sua propriedade com o máximo possível de experiências agroecológicas que ajudem na condução da transição agroecológica das suas propriedades”.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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