Situação de Emergência: Sindicato camponês denuncia possível fraude de mais de R$ 2,5 milhões de prefeitura contra Governo Federal

Mais de R$ ,52 milhões esse pode ser o prejuízo que o Governo do Estado e Governo Federal podem ter com a liberação para atender a um pedido de Decretação de Emergência feito por parte da Prefeitura de Barra de Santana através do ofício de número 026 de 2011 em que justifica perdas de 650 hectares de feijão e 500 hectares de milho em conseqüência das chuvas caídas no início deste mês de maio e que tem continuidade por quase todos os dias deste mês o que tem impedido o corte de terras para o plantio da safra 2011 naquele município.

A afirmativa é parte do ofício enviado pelo executivo municipal ao Governo do Estado da Paraíba informando perdas de 500 hectares de milho que totalizaria R$ 450 mil de prejuízos para os agricultores e para o município; perda de 650 hectares de feijão que representaria R$ 1,170 milhão de reais que juntos somariam R$ 1.620.000,00 além de um açude que teria ido embora e que seriam necessários R$ 100 mil reais para sua recuperação; recuperação de 10 residências populares dentre outros prejuízos apresentados pelo fenômeno natural que totalizariam mais de R$ 2,5 milhões de reais.

Segundo o presidente o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto(foto), os argumentos não são verdadeiros já que até o final do mês de abril a prefeitura e os próprios agricultores não fizeram o corte e preparo das terras para o plantio da safra 2011 por falta de chuva que só chegaram nos dois últimos dias de abril e perduram durante quase todos os dias de maio o que tem inviabilizado o corte das terras e o empreendimento no plantio da semente das culturas de milho e feijão daquele município que tem tradição quase que exclusiva na cultura da pecuária leiteira, estatística que faz com que o município seja tido como uma das principais bacias leiteiras do Estado da Paraíba. “Eu quero dizer que é lamentável o que vem acontecendo me nosso município, não só esse anos, em anos passados, mas esse ano me deixou estarrecido ao eu ver e ler do Decreto do município, o ofício do município e decretado pelo Governo do Estado e as declarações de que o município apresentaram para o Governo do Estado e posteriormente sendo enviado para Brasília onde eu não tenho nenhuma dúvida em dizer que é uma das maiores fraudes que eu já vi em Barra de Santana cometido dentro do município, porque hoje nós não podemos mais pedir nem chuvas que Deus mande chuvas pra nós porque é motivo de uma fraude de os próprios governantes fraudar em cima disso aí. Você vê que nós no município não tivemos plantio esse ano ainda, algumas pessoas isoladas plantaram pra comer verde, o feijãozinho verde, o maxixe, mas não tivemos plantio e nós deparamos com um laudo da Secretaria de Agricultora do nosso município, ou seja, agropecuária e Meio Ambiente na pessoa do secretário dizendo que o município perdeu 500 hectares de milho, 650 hectares de feijão onde ele estima 100% de perda que dar 1140 toneladas de feijão, onde ele cobre do Governo federal que o Governo federal passe para a prefeitura Um milhão seiscentos e vinte mil, um dos maiores absurdos que eu já vi ser colocado no papel contra o nosso município”, explicou aquele diretor sindical ao dialogar com os ouvintes do Programa Domingo Rural deste domingo(29/05) dizendo querer chamar a atenção do Governo do Estado para o fato de ter assinado decreto sem informações prévias da realidade. “E eu quero chamar a atenção, principalmente do Governo do Estado que é o responsável por isso porque é que você decreta Estado de Emergência no município, se ele não mandou ninguém pra vir verificar a real situação do município”, articula Barreto.

Motivado pela realidade e pelas denúncias feitas pelo representante sindical, Domingo Rural conversou com agricultores e agricultoras de comunidades rurais daquele município para fazer um verdadeiro balanço do comportamento do inverno desde os primeiros dias de janeiro deste ano até o dia 05 de maio, data que o Governador do Estado assinou o Decreto de número 32.121 de 05 de maio deste ano dando declarando situação de emergência para Barra de Santana além do município de Arara, Areia, Bayeux, Campina Grande, Ingá, João Pessoa, Mogeiro, Itabaiana, Natuba, Pilar, Salgado de São Félix e Santa Rita.

Visitado e entrevistado por nossa equipe, o agricultor Valdemar Francisco da Silva, residente e empreendedor na comunidade Barriguda, disse que em Janeiro teve uma chuva que chegou fazer água em barreiros e pequenos reservatórios; que em fevereiro foi muito fraca a quantidade de chuvas; que em março não houve inverno sequer para arriscar plantios e que o registro de chuva regulares só aconteceu na noite de 28 de abril que permaneceu em quantidades que tem inviabilizado o plantio para a safra deste ano. Ele disse que até a pastagem apareceu no mês de janeiro e começou a secar ao longo dos meses seguintes deste primeiro trimestre do ano e disse acreditar em um ano de pouca probabilidade para lucros em razão de já está no final do mês de maio e constatar que terrenos destinados aos campos produtivos estão tomados pelo mato o que dificultará o corte e preparo inicial da terra para o plantio 2011. “Está dando combonge, a combonge está gritando já”.

A agricultora Maria da Penha Pedro Marinho reside na comunidade Salinas dos Mangais e disse que até o dia 28 de abril tudo estava seco em toda a região fazendo que os agricultores que arriscaram plantar em meses passados perdessem toda a lavoura em conseqüência da seca e que agora com a chegada das chuvas no final de abril e início de maio diversos agricultores estão iniciando o trabalho de preparo de solo e plantio das culturas. “Estava seco, ficou tudo perdido e eu fui e tirei tudo e dei ao jumento, depois eu cultivei a terra e plantei tudo de novo e agora está bem pequenininha a lavoura”, explicou a agricultora ao dialogar com os ouvintes das emissoras parceiras de Domingo Rural.

Anselmo José da Silva é agricultor residente no Sítio Barriguda II e disse que os quatro primeiros meses do ano foram de pouca chuva e somente no final de abril se iniciou as precipitações fazendo com que os agricultores começassem suas atividades para o plantio, mas lembrou que o excesso de água no solo tem representado entraves para execução do plantio em razão dos solos encharcados. “Tem roçado plantado, vamos dizer: só uns vinte por cento plantados”, explica o agricultor que todo o plantio foi feito somente após as chuvas do final de abril. “A partir do dia 02, dia 03 de maio já começaram a plantar, antes disso a planta foi perdida”.

João Pedro Marinho Filho, residente no Sítio Salinas, disse está enfrentando realidade semelhante ao que ele chamou de grande maioria naquele município já que todos os plantios empreendidos foram em vão e garante que todas as perdas se deram em conseqüência da falta de chuvas. “Com chuva não perdi nada não”, argumentando o agricultor de que agora a terra está molhada, mas tem locais que não adianta plantar em razão do excesso de água solo. “Estou esperando que a safra seja muito boa nesse ano, porque agora o molhado tem demais, o molhado vai longe agora”, comemorou o agricultor.

Procurado e entrevistado pela equipe Domingo Rural, o técnico extensionista da Emater daquele município, Marcelo Rodrigues de Oliveira, disse que o município tem forte destaque na pecuária com ênfase no leite e seus derivados. style=mso-spacerun: yes>  “A pecuária leiteira é muito forte aqui no município, 90% dos produtores pra não dizer 95% trabalha com a questão do leite e derivados do leite, a produção do queijo e associado a isso os subprodutos, o soro à suinocultura de subsistência, então a gente está te3ntando ao máximo trabalhar a diversificação da produção, incentivando o plantio de culturas e outras criações como ovelha e caprinos e ovinos”, explica aquele extensionista, deixando claro o pouco empreendimento no agronegócio do milho e feijão e garantiu que a prática da pecuária tem sido um entendimento dos empreendedores rurais em razão das constantes perdas por falta de chuvas em anos repetidos naquela municipalidade e garante que os três primeiros três meses do ano foram de perdas por excesso de sol. “O agricultor ele tem o saber dele, ele já entende, já conhece que aquela chuva inicial é uma chuva passageira, então poucos se arriscaram a realmente plantar naquela época”, explica o entensionista dizendo que o mês de abril entregou ao mês de maio com excesso de água o que tem alagado diversas propriedades e inviabilizado o plantio em muitas unidades agrícolas do município.

Em documento enviado ao Governo do Estado e a Defesa Civil, o executivo municipal de Barra de Santana argumenta que em conseqüência das chuvas o município ficou sem aulas durante 07ndias consecutivos o que acarretou (“prejuízos dos dias parados em virtude dos alunos não terem acesso as escolas”) um prejuízo de exatos R$ 8.393,00(oito mil trezentos e noventa e três reais); que havia plantado 500 hectares de milho e 650 hectares de feijão com perda total em conseqüência do excesso de chuvas os sete dias(28 de abril ao dia 05 de maio) totalizando um prejuízo de R4 1.620.000,00( Um milhão, seiscentos e vinte mil reais); que dez casas foram danificadas e serão recuperadas mediante aquisição de R$ 30 mil (trinta mil reais); estradas rurais danificadas, pavimentação de via urbana e recuperação de um açude somarão gastos de R$ 900 mil(novecentos mil reais) que somarão mais de R$ 2,5 milhões dentre outros.

Domingo Rural entrou em contato com o secretário municipal de Agropecuária e Meio Ambiente, Maurílio Vieira da Silva, que sugeriu entrevista direta com o prefeito da cidade dando como referência um número telefônico celular que durante as vezes tentadas deram sinal apenas de desligado ou fora de área.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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