Entidades de agricultores familiares e Conab discutem venda de produtos no PAA

Entidades de agricultores agroecológicos da região do Cariri, Seridó, Curimataú e Médio Sertão estiveram reunidas na última quarta-feira(08) com representações da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, objetivando discutir a inclusão de produtos agrícolas das famílias vinculadas a ASA-PB, Articulação do Semi-árido Paraibano que tem em todo o Estado elevado número de famílias que trabalham num sistema de produção integrado que leva em consideração a qualidade de vida das famílias, do meio ambiente e do consumidor.

A reunião aconteceu em Campina Grande na sede do Patac e contou com a participação de agricultores e lideranças vinculados ao Patac, Coletivo Regional de Educação Solidária do Cariri, Seridó e Curimataú e do CEPFS, Centro de Educação Popular e Formação Social com sede em Teixeira que apresentaram um diagnóstico da capacidade de oferta de produtos por parte da agricultura familiar acompanhada pelas organizações da ASA.

Para o encarregado do setor de programas institucionais da Canab-PB, Valdecir Rique Ferreira, desde o início deste ano que a instituição estava com uma proposta de venda de produtos por parte das entidades com problemas e a reunião serviu para tirar dúvidas e viabilizar a proposta para que as famílias em diversas microrregiões do Estado possam vender sua produção. “A gente estava com um processo desde o começo do ano que estava emperrado, viemos aqui e resolvemos, eles vão apresentar um novo projeto e acho que nestes 20 ou 30 dias nós estamos liberando recursos para a associação”, argumenta. Ele disse que as entidades locais de agricultores escolherão as associações beneficiárias para que sejam feito as entregas dos produtos de forma direta e a Conab repassará os recursos referentes a quantidade de produto ofertado. “O Patac representa uma das associações em todo o Estado junto com a ASA com a AS-PTA e outras não governamentais e eles representam e dão assistência técnica porque é preciso o parecer destas instituições dizendo que são produtos agroecológicos, precisamos do parecer deles que acompanham todo o processo do começo até o final do processo”, comenta Rique.

A agricultora e representante do Coletivo Regional de Educação Solidária do Cariri, Seridó e Curimataú, Zilma Rúbia Maximino Dantas, disse que as lederanças locais estavam apreensivas já que desde o ano passado enviaram um projeto e não tinham respostas para compartilharem com as entidades de agricultores nas bases municipais e com a reunião ficou esclarecido os critérios que faltavam para que o projeto de venda dos produtos possa se efetivado. Ela disse que um próximo ponto de discussão será relacionado aos preços que a Conab está pagando pelos produtos dos agricultores que pelo tempo de criação sem reajuste já se encontra defasado. “Como a gente já estava vendo hoje os preços já vêm de lá, o Ministério faz uma pesquisa de preços e esse preço vem para os agricultores fornecerem na média de preços que eles têm e a gente está vendo pela tabela que para os agricultores não é um preço bom”, argumenta a liderança dos agricultores comentando a realidade do custo benefício para a produção agrícola sustentável.

Já para o representante do Patac, Emanoel Dias, a reunião foi interessante para a melhor compreensão do sentido do PAA e ao mesmo tempo fazer os componentes da Conab entenderem melhor a dinâmica de produção da agricultura agroecológica da ASA mostrando as limitações enfrentadas pelas famílias de agricultores e a quantidade e qualidade dos produtos a serem ofertados no Programa. “Essa modalidade que nós vamos trabalhar é com doação simultânea, então a Conab através de recursos do MDA e MDS compra os produtos dos agricultores e os agricultores fazem uma doação para as entidades carentes, e no nosso caso nós estamos trabalhando com duas entidades, uma na região de Soledade com a Pastoral da Criança e Pastoral da Melhor Idade e também com um serviço pastoral lá de Juazeirinho que é o Projeto Bom Semeador, então essas organizações estão recebendo os produtos da agricultura familiar para complementar a alimentação destes dois grupos”, explica Dias.

O representante do CEPFS, José Rego Neto, diz ser um programa interessante que tem dado grandes contribuições para o desenvolvimento deste segmento da agricultura paraibana e que as parcerias serão cada vez mais fortalecidas com o apoio das entidades de agricultores que estarão capacitando as famílias em torno da elaboração de projetos de comercialização de seus produtos na busca de preços justos, levando em consideração a relação custo benefício. style=mso-spacerun: yes>  “A gente já está no terceiro ou quarto convênio com a Conab do ponto de vista de aquisição de sementes na modalidade com doação simultânea que são sementes adquiridas com os próprios agricultores e que fortalecem os Bancos de Sementes Comunitários. Temos outros exemplos aqui na região da Borborema, o Pólo Sindical já trabalhou a questão de produtos pra merenda escolar, o cariri está começando a pensar um projeto no âmbito mais social em parceria com algumas paróquias do cariri, então são centenas de famílias que são beneficiadas com esses programas que tem a sua produção valorizada”, relata Rego.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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